Hugo Moreira
Hugo Moreira
17 Mai, 2010 - 00:00

Automóveis low-cost terão futuro?

Hugo Moreira

Os carros mais baratos que cinco mil euros não convencem, diz um estudo da Cetelem, empresa de produtos crédito que também fornece crédito automóvel.

Automóveis low-cost terão futuro?

Os carros mais baratos que cinco mil euros não convencem, diz um estudo da Cetelem, empresa de produtos crédito que também fornece crédito automóvel.

O sector automóvel tem sido dos mais afectados com a instabilidade económica e a crise financeira que, desde 2008, tem provocado uma retracção generalizada no consumo. Em tempos de crise, os europeus tendem a mudar os seus hábitos de consumo. O “low cost” nas viagens e alimentação recolhe cada vez mais adeptos. Seria de esperar que a compra de automóveis a preços mais baixos teria igualmente sucesso.


Nos últimos dez anos, os preços de catálogo cresceram de forma mais rápida que a inflação e que os rendimentos das famílias. Se é certo que as medidas públicas de incitação à compra e ao abate de automóveis antigos conseguiu limitar os prejuízos das vendas de automóveis, verificou-se uma diminuição do número de vendas em 2009.

O “low cost” começa agora a ser uma possibilidade mais rentável de adquirir um meio de locomoção, porém, de acordo com o estudo recente da Cetelem sobre a receptividade dos europeus a este tipo de soluções, esta ‘modalidade’ de compra de carro está, acima de tudo, associada a um reduzido status social, menos elegância e menos conforto.

O relatório revela que, na hora de comprar carro, os consumidores europeus desconfiam da qualidade da oferta abaixo dos 5 mil euros, 22% têm como valores de referência carros entre os 5 mil e os 8 mil euros. No caso dos portugueses, apenas 13% dos inquiridos admitem comprar um carro inferior a 5 mil euros, mas mais de metade revelou estar disposta a adquirir este bem por 10 mil euros, e com toda a confiança.

À semelhança da média europeia, 31% dos espanhóis pretende adquirir automóvel a baixo custo. Os ingleses são os que menos se preocupam com os factores associados ao “status social”, design ou conforto – 62% estão prontos a comprar um carro por menos de 8 mil euros.