Teresa Campos
Teresa Campos
12 Out, 2023 - 10:06

Inseminação artificial: renovar a esperança em ter um filho

Teresa Campos

A inseminação artificial é uma técnica que devolve a muitas pessoas a esperança de terem filhos. Fique a perceber como funciona.

Mulher grávida por inseminação artificial

A inseminação artificial é um dos tratamentos de fertilidade mais simples. Isto, porque é uma técnica de procriação medicamente assistida que não exige sedação, nem intervenção em bloco operatório.

Porém, a inseminação artificial não é para todos. É preciso ponderar alguns fatores como o estado das trompas de falopio, a idade da paciente e a qualidade do sémen. Todos estes aspetos são relevantes para o sucesso final do tratamento e o resultado tão esperado: a gravidez!

Inseminação artificial: um dos tratamentos de fertilidade mais usados

A Inseminação Artificial Intrauterina é um tratamento de fertilidade. É indicado nos casos de bom prognóstico de gravidez e em mulheres com menos de 35 anos. Para funcionar, é necessário que uma das trompas de falópio seja permeável e a qualidade do sémen cumpra parâmetros seminais mínimos.

fazer inseminação artificial

Fases do tratamento

O primeiro passo é estimular os ovários com hormonas para indução da ovulação. Segue-se a preparação do sémen e, finalmente, a inseminação. Este último momento corresponde à colocação de uma amostra de espermatozoides, preparada em laboratório, no interior do útero. Este processo é feito em consulta e demora 10 a 20 minutos. Passadas duas semanas, é feito o teste para confirmar ou não a gravidez.

Estimulação ovárica e indução da ovulação

Este procedimento dura 10 a 12 dias e serve para aumentar as possibilidades de sucesso, estimulando o número de folículos existentes.

Durante este período, são feitas 3 a 4 ecografias e, por vezes, é analisado o nível de estradiol presente no sangue, de forma a verificar o crescimento e a evolução dos folículos. Quando eles tiverem a quantidade e tamanho adequados, será administrada uma injeção hCG que induz a maturação ovárica e a ovulação.

Preparação do sémen

Este passo consiste na seleção e concentração dos espermatozoides com melhor mobilidade. Nesta fase são eliminados os espermatozoides mortos, imóveis ou lentos e otimizada a qualidade da amostra usada na inseminação. O esperma utilizado pode ser usado a fresco ou congelado e pode ser do companheiro ou de um dador.

Sémen do companheiro

  • Casais com esterilidade de origem desconhecida.
  • Casais nos quais a mulher tem problemas de ovulação.
  • Em casos de alteração a nível do colo do útero.
  • Casais nos quais o homem apresenta apenas defeitos leves ou moderados nos espermatozoides a nível de concentração ou mobilidade.

Sémen de dador

  • Casais de mulheres ou mulheres solteiras que recorrem a um dador anónimo.
  • Homens com má qualidade de sémen ou ausência de espermatozoides.
  • Homens portadores de uma doença genética que não pode ser detetada nos embriões.
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Inseminação

A inseminação em si é feita depois da indução da ovulação. Primeiro, coloca-se um espéculo e, em seguida, introduz-se a cânula através do colo uterino, depositando a amostra de esperma no interior do útero.

Dadores

Os dadores são anónimos, sujeitos a uma avaliação médica e psicológica. A escolha do dador tem por base as características físicas e o grupo de sangue da mulher recetora/do homem.

Todos os dadores são submetidos a vários exames imunológicos, genéticos, hereditários e a doenças infeciosas e transmissíveis. Em Portugal, o número máximo de nascimentos a partir do mesmo dador é de oito.

Resultados

As taxas de gravidezes bem sucedidas irá depender da idade da mulher e das causas que conduziram à realização do tratamento. A percentagem de sucesso acaba por ser semelhante à existência numa situação de gravidez convencional, rondando os 20% gravidezes/mês.

Da mesma maneira, as probabilidades de abortar são idênticas às existentes numa gestação sem tratamento. Também não há registo de mais malformações ou alterações genéticas com esta técnica.

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