Luana Freire
Luana Freire
22 Ago, 2016 - 10:31

Como saber se tenho um melanoma?

Luana Freire

Sendo a sua principal causa a exposição solar, e numa altura em que informações não faltam, qual é a sua desculpa para não prevenir o melanoma?

Como saber se tenho um melanoma?

Existe um tipo de cancro silencioso que age ao longo dos anos, enquanto os raios UV do sol penetram e danificam a pele, e que exige um diagnóstico precoce como chave para a sua cura. Descubra como identificar os sintomas e sinais de um melanoma e saiba como agir para o tratar.


Em que parte do corpo é mais frequente?

As lesões do melanoma aparecem com mais frequência a partir dos 50 anos e principalmente na cara, pescoço, costas e membros, partes do corpo que são mais expostas ao sol ao longo da vida. 



Como identificar um melanoma?

Os médicos aconselham a que as pessoas observem a própria pele e sejam capazes de identificar aspetos anómalos ou quaisquer alterações. Para este efeito, existe um exame que auxilia no exame e que pode ser feito em casa. Chamado de regra ABCD, ele inclui as principais características que podem ser sinais do cancro da pele. Elas são:

  1.  Assimetria: na lesão, uma metade é muito diferente da outra? Fique atento.
  2.  Borda: quando o contorno do sinal ou da mancha é irregular e não apresenta uma borda de aspeto liso, também pode ser um alerta.
  3. Cor: cores diferentes num sinal ou mancha, como preto, castanho e vermelho. 
  4. Diâmetro:  um diâmetro maior que 6 mm é preocupante.

A aparência de um melanoma pode variar, mas é importante saber que uma ou duas características da regra ABCD já indicam um alerta. 


Diagnóstico do melanoma

Para diagnosticar de forma precoce um melanoma, é indispensável que o paciente analise a própria pele, de forma a verificar qualquer alteração na pele ou saliência de um sinal existente. Após a observação realizada em casa, e durante o exame de rotina, o médico aprofundará a análise à pele afetada. 

Se apresenta alguma alteração à pele ou a um sinal já existente, procure o seu médico de família e esclareça as dúvidas. Caso haja a suspeita de um melanoma, deverá ser visto por um dermatologista.



Outros sinais de alerta

  • Aparecimento de uma zona negra num sinal já existente
  • Feridas que curam lentamente
  • Bolhas de sangue sob as unhas
  • Aparecimento de crostas recém-formadas
  • Comichão
  • Alteração na textura de um sinal (rigidez ou protuberância) pode indicar um melanoma em estado avançado, assim como o sangramento de um sinal 

Regra geral, o melanoma não provoca sensação de dor. Não procure este sintoma como um alerta.



Fatores de risco

  • História pessoal de melanoma ou melanoma na família
  • Cabelos claros ou ruivos
  • Pele clara
  • Olhos claros
  • Tendência para formar sardas e incapacidade para bronzear a pele
  • Predisposição a queimaduras provocadas pelo sol
  • Imunossupressão 
  • Nevos displásicos

O que são nevos displásicos?

Nevos displásicos são sinais de aparência anormal ou fora do comum que podem evoluir para um melanoma e exigem uma maior atenção, com exames regulares. 

Em grande parte das vezes, a aparência de um nevo displásico pode ser confundida com um melanoma e fazer soar o alerta. Nestes casos, cabe ao dermatologista responsável a decisão de retirá-lo para análise (única forma de detetar se é um cancro) ou se deverá seguir apenas como a monitorização do sinal. Muitas vezes, o especialista regista a aparência da pele através de fotografias, para acompanhar o desenvolvimento ou verificar quaisquer alterações.


Tipos de melanoma

O melanoma maligno é a forma mais agressiva da doença da pele e é cada vez mais frequente em todo o mundo, sendo mesmo um dos tumores mais malignos para o nosso corpo. A origem deste tipo de tumor está nas células que compõem o sistema de pigmentação da pele, ou seja, que são responsáveis pelo bronzeado. Em situações mais raras este tipo de cancro pode ter origem nas células dos olhos, nas mucosas, nas vias respiratórias, no intestino ou até no cérebro.

O melanoma maligno é um dos cancros tidos como mais graves e a sua cura vai depender, sobretudo, de um diagnóstico precoce. Mesmo com os avanços da ciência e da medicina, tratar um melanoma em estado avançado é bastante delicado.

O grupo dos Não-Melanoma inclui o carcinoma espinocelular e o carcinoma basocelular (ou basalioma), que são tipos de tumor menos agressivos, mas que se evoluírem sem diagnóstico podem ser fatais. 



Agir a tempo

O melanoma é um tipo de cancro altamente tratável quando o diagnóstico é feito numa fase inicial, enquanto o tumor ainda é de aspeto fino e não invadiu profundamente a pele. Caso o tumor não seja diagnosticado e removido precocemente, as células cancerosas podem espalhar-se para o interior da pele e atingir tecidos que ainda poderiam estar saudáveis. Em casos mais graves, a doença pode invadir outras parte dos organismo, o que dificulta o controlo do cancro.



Melanoma em Portugal

Estima-se que o país registe uma incidência aumentada de cancro na pele, sendo que 90% dos casos ocorre em pessoas com um passado de descuido em relação ao sol.
Os números dos relatórios atuais mostram oito casos de melanoma a cada 100 mil habitantes, o que resulta em 100 novos casos por ano.

Veja também: