O desemprego friccional consiste naquele período de tempo em que estamos “entre empregos”. Acontece, por exemplo, quando alguém está descontente com a sua situação laboral, sai desse emprego e começa à procura de outro. Corresponde, então, ao curto período de tempo que ficamos sem emprego.
Outro exemplo que pode ser dado tem a ver com aquelas situações em que, por exemplo, na construção civil, os trabalhadores passam de uma obra para outra – há sempre um intervalo, por mais pequeno que seja.
Ainda uma outra possibilidade é o caso dos recém graduados. Terminando a licenciatura, deixam de ser estudantes e passam à procura do primeiro emprego. Ainda que já tenham empresas interessadas no seu perfil, enquanto não assinarem efetivamente o contrato, estão, na prática, desempregados e numa situação de desemprego friccional.
Desemprego friccional: benefícios
Associar o facto de estarmos desempregados a benefícios pode parecer estranho, mas a verdade é que o desemprego friccional tem alguns benefícios, sobretudo para o mercado de trabalho. Esses benefícios são:
- Torna o mercado de trabalho mais ágil e menos rotineiro e inflexível (pois as pessoas não ficam acomodadas sempre ao mesmo trabalho);
- Promove a inovação;
- Incentiva as pessoas a uma procura ativa de trabalho.
Desemprego friccional: taxas de evolução
Existem vários factores que fazem variar a taxa de desemprego friccional. Ela pode variar, por exemplo, de acordo com a época do ano. Existem alturas mais sujeitas a este tipo de desemprego (exemplo: final da época das vindimas e outras colheitas) e circunstâncias económicas que também o propiciam – sobretudo quando o mercado de trabalho está mais saturado e sem grandes ofertas de emprego.
Além disso, no caso de locais onde existem universidades e estabelecimentos de ensino, a taxa de desemprego friccional é frequentemente muito alta em junho, quando os estudantes terminam os estudos e iniciam a sua procura de emprego. Já nas zonas mais rurais, a taxa é geralmente maior nos meses de inverno, pois é nesta altura que empregos na construção e na agricultura não estão tão facilmente disponíveis.
Desemprego friccional Vs desemprego estrutural
O desemprego friccional pode acabar por se relacionar com o desemprego estrutural. Relembramos que o desemprego estrutural caracteriza-se pela substituição de um recurso humano por tecnologias e maquinaria.
Esta relação acontece quando o desemprego friccional é causado exatamente pela dificuldade em encontrar um novo emprego dado a larga utilização de novas tecnologias e parcas ofertas de emprego para o perfil em questão.
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