Fernanda Silva
Fernanda Silva
23 Abr, 2017 - 09:00

Disgrafia: sintomas e tratamento

Fernanda Silva

As crianças com disgrafia têm uma caligrafia irregular e disforme, dificuldade em segurar o lápis e podem escrever mais devagar.

Disgrafia: sintomas e tratamento

A disgrafia é uma alteração funcional na componente motora do ato de escrever, que afeta a qualidade da escrita. Trata-se de uma perturbação de aprendizagem como a discalculia, mais ligada aos conceitos matemáticos, ou a dislexia, que afeta a leitura. Aliás, muitas vezes a disgrafia está ligada à dislexia ou ao défice de atenção (60% dos casos).

As crianças com disgrafia têm uma caligrafia irregular no traçado e na forma das letras, ligada a dificuldades na motricidade fina e também costumam ser mais lentas a escrever. Esta condição integra as perturbações de aprendizagem específica com défice na expressão escrita.

Quais são os sintomas da disgrafia?

Existem vários sintomas aos quais deve estar atento quando se trata de disgrafia. Mas convém realçar que, na maioria dos casos, é preciso ter quase todos estes sintomas para que o diagnóstico seja feito. Entre eles estão:

  • Forma irregular de segurar o lápis e dificuldade na pressão a aplicar;
  • Traçado muito grosso ou muito suave;
  • Forma das letras irreconhecível, muitas vezes distorcida ou simplificada, fazendo com que só a própria criança consiga ler o que escreveu;
  • Letra excessivamente grande ou pequena ou com tamanhos inconsistentes;
  • Espaçamento irregular entre letras ou palavras, que podem estar muito afastadas ou sobrepostas;
  • Escrita demasiado rápida ou lenta;
  • Postura gráfica incorrecta;
  • Não ser capaz de respeitar as linhas;
  • Inclinação inconsistente das letras e palavras;
  • Uso incorreto de maiúsculas e minúsculas;
  • Pontuação inexistente ou errada;
  • Erros ortográficos com omissão ou troca de letras;
  • Desorganização geral na folha ou texto.

Como se faz o diagnóstico?

Como noutras dificuldades de aprendizagem, fazer o diagnóstico nem sempre é fácil. Se detetar quase todos estes sintomas numa criança deve procurar um especialista. Será ele a avaliar o caso, estabelecendo um quadro clínico preciso e avaliando a melhor forma de intervenção.

Qual é o tratamento?

Em qualquer perturbação o lema é sempre o mesmo: quanto mais cedo for iniciada a terapia melhor. Uma criança que sofra de disgrafia vai sempre ter mais dificuldade em termos escolares, não necessariamente na aprendizagem mas na apresentação dos trabalhos.

O ideal era que, na escola, o professor adota-se um ensino mais individualizado, utilizando técnicas para ir de encontro às necessidades do aluno com disgrafia.

A criança também deve ser sensibilizada para avaliar a sua própria escrita e até a dos outros. E a escrita do professor/ terapeuta deve servir de modelo. Além disso, pode-se fazer exercícios guiando a mão do aluno. Devem ser dados incentivos quando as tarefas são concluídas com sucesso e ir dando indicações para correções ainda necessárias.

A postura, controlo corporal, perceção espaço-temporal e coordenação visomotora, além de aspetos específicos do grafismo devem ser trabalhados.

Em casa, os pais podem fazer com as crianças desenhos, pintura, modelagem e tarefas de escrita.

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