Renata Silva
Renata Silva
03 Ago, 2017 - 08:00

Saiba o que fazer quando encontra um animal ferido ou perdido

Renata Silva

Um animal na rua, ferido, perdido ou abandonado, está em perigo. Saiba, neste artigo, o que fazer quando encontra um cão ou um gato nestas condições.

Saiba o que fazer quando encontra um animal ferido ou perdido

Provavelmente, já se cruzou com um animal perdido ou ferido. Nestes momentos podemos ficar sem saber muito bem o que fazer. A pergunta surge de imediato: como posso ajudar?

Nem todos os animais que se encontram na rua, especialmente cães, foram abandonados. Podem estar simplesmente perdidos. A página “Encontra-me”- com anúncios de animais que desapareceram, de quem os encontra ou por parte dos donos – dá uma série de conselhos que apresentamos neste artigo.

Encontrei um cão ou um gato na rua: primeiros passos

Quando vê um animal na rua que lhe parece perdido ou desorientado, deve verificar se tem as seguintes características para perceber se se perdeu do dono ou se foi abandonado:

  • Tem coleira, peitoral ou trela;
  • Tem identificação;
  • Apresenta sinais de ter recebido cuidados veterinários recentes;
  • Não está sujo e tem o pelo bem tratado (há que ter em atenção, no entanto, que passado alguns dias na rua pode ficar com este aspeto mesmo que não tenha sido abandonado);
  • Está bem nutrido e esterilizado;
  • Obedece a comandos básicos.

No caso de ter identificação, podemos encontrá-la de várias formas, permitindo chegar ao contacto dos donos do animal:

  • Visível numa placa identificativa;
  • Se tiver coleira, verificar se tem informação na parte interior da mesma, por exemplo;
  • Se não tiver identificação visível, será possível, no veterinário, perceber se o animal tem microchip. Esta verificação não tem qualquer custo.
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Se decidir levá-lo para sua casa, verifique se:

  • Está habituado a viver dentro de casa;
  • É meigo e sociável;
  • Sabe andar de trela;
  • Está habituado a comer ração seca;
  • Não faz as necessidades dentro de casa.

Se puder, o ideal é mesmo recolhê-lo e, perante as situações descritas em cima, divulgá-lo, procurando encontrar o dono. Se concluir que pode ter sido abandonado, tente arranjar alguém que possa adotá-lo ou uma família de acolhimento temporário.

Como recolher e transportar o animal

Albergar um cão ou um gato pode fazer a diferença entre ele ser entregue são e salvo ou este ser atropelado ou desaparecer sem deixar rasto. “É essencial que o animal seja recolhido num local seguro, para impedir uma nova fuga (evite deixá-lo num quintal/ jardim ou numa divisão com janela/ varanda aberta para a rua)”, aconselham os autores da página Encontra-me.

Para o recolher, deve ter alguns cuidados ao aproximar-se dele. Se lhe parecer amigável e pedir festas, no caso de um cão, tente colocar-lhe uma trela. Não é possível segurar devidamente um cão através da coleira, no caso de a ter.

Se encontrar um gato, tente colocá-lo numa transportadora, pedindo ajuda, se necessário, a familiares e amigos.

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É importante também ser-se cuidadoso ao lidar com o animal. Não o conhecemos e estes podem ficar assustados com o facto de os estarmos a tentar controlar. Podem inclusivamente tentar morder ou escapar. Um sinal fácil de reconhecer para perceber se estão ou não assustados é se tiverem as pupilas dilatadas.

Falando do cão em particular, deve, como primeiro contacto, deixá-lo cheirar a sua mão, para que ele o possa conhecer. Mantenha-o calmo, usando uma voz suave e tranquilizadora.

Ofereça-lhe de imediato água e mais tarde, de forma gradual, alimentos. Um animal pode passar dias sem comer, mas a água é essencial.

E se estiver ferido?

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Nestes casos, deverá reagir de uma outra forma, tendo cuidados redobrados. Nunca o deixe sem assistência. É essencial manuseá-lo com cuidado, pois mesmo sendo dócil e social pode tornar-se agressivo se estiver com dores ou ferido. Tente recolhê-lo com a ajuda de uma toalha e, se necessário, improvise um açaime, com um lenço, por exemplo. Leve-o a um veterinário ou telefone para um veterinário que faça deslocações ao domicílio, explicando o que se passou.

Como procurar os donos

Tendo um animal em casa, deve procurar saber a quem pertence. Se for um gato, provavelmente não estará longe de casa, se for um cão faz mais sentido uma divulgação mais abrangente, pois pode ter vindo de qualquer localidade.

Como divulgar

  • Perguntar aos moradores da localidade onde o encontrou se conhecem o animal e se sabem a quem possa pertencer;
  • Colocar panfletos na localidade;
  • Divulgar o anúncio no portal “Encontra-me”;
  • Divulgar o anúncio na página “Find my Pet“, desenvolvida pela Ordem dos Veterinários.

6 cuidados a ter na divulgação

1. Nos folhetos nunca dê a sua morada completa. Indique apenas um número de telemóvel;

2. No caso de se tratar de um animal de raça definida (sendo por isso “valioso” para algumas pessoas mal-intencionadas), não descreva o animal na totalidade;

3. Informação privada como um número de microchip ou a inscrição de uma anilha ou tatuagem nunca deve ser divulgada publicamente. Trata-se de um tipo de informação confidencial que pode ser usada por pessoas mal-intencionadas para se fazerem passar pelos responsáveis legítimos de um animal;

4. Antes de entregar o animal a qualquer pessoa, deverá certificar-se de que se trata mesmo da pessoa responsável pelo animal, pedindo, por exemplo, fotografias que comprovem que o animal é dela;

5. Tente também perceber se os donos do animal o querem de volta;

6. Depois de o animal ter regressado aos seus donos, deve retirar os folhetos e atualizar a informação na Internet e junto de quem a divulgou.

E se não encontrar o dono do animal?

Se não o encontrar ou se o animal estiver, de facto, abandonado, deve procurar que o cão ou o gato seja adotado.

Evite entregar o animal num canil ou gatil municipal. “Infelizmente, muitos canis/ gatis municipais não oferecem as condições necessárias”, alertam os autores da página. As associações estão também, na maioria das vezes, sobrelotadas, pelo que tentar encontrar alguém que possa ficar com ele diretamente é a melhor solução.

Fale com familiares e amigos, divulgue um anúncio com fotografia e características do animal na Internet ou faça folhetos e distribua por clínicas veterinárias, por exemplo.

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