Raquel Pacheco Neves
Raquel Pacheco Neves
27 Set, 2016 - 07:00

Iodo: porque é tão importante para a saúde

Raquel Pacheco Neves

A carência em iodo é o principal causador de doenças evitáveis mentais e de desenvolvimento. Estima-se que cerca de 13% da população mundial esteja afetada.

Iodo: porque é tão importante para a saúde

O iodo deve ser ingerido regularmente com a alimentação pois ele é um oligoelemento vital para o organismo dos humanos. Pode ser encontrado em diversas formas químicas, mas as mais comuns são o iodeto, o iodato e o iodo elementar. 

O iodo tem uma função vital na síntese das hormonas da tiróide. Estas hormonas, por sua vez, essenciais para o desenvolvimento dos vários órgãos, são especialmente importantes para o cérebro, coração, etc.   A deficiência em iodo pode levar ao bócio e o seu excesso pode causar intoxicação. 



Locais onde existe iodo

Podemos encontrar iodo nos peixes e no marisco pois o mar contém um teor de iodo considerável. Por outro lado, as plantas cultivadas em solos com deficiência de iodo são pobres neste elemento, assim como a carne e outros produtos animais que são alimentados com plantas pobres em iodo.

Em populações que estejam mais longe do mar, normalmente faz-se a adição do iodo ao sal alimentar. Adicionar iodo à água potável ou tomar suplementos com iodo são outros métodos para manter a dose de iodo diária controlada na população. 

O iodo está presente em quantidades relativamente constantes na água salgada, mas a sua distribuição na terra e na água doce é desigual.



Carências de iodo

A dosagem mínima de iodo para que a tiróide funcione correctamente é de aproximadamente 200 microgramas por dia.

As necessidades de iodo do ser humano são variáveis de acordo com:

  • A sua idade;
  • O seu sexo; 
  • O estado gestacional pelo qual possa estar a passar;
  • O período de lactação;
  • O calor;
  • Humidade da região;
  • Hábitos alimentares.

Se as necessidades mínimas de iodo diárias não forem fornecidas podem ocorrer atrasos no desenvolvimento, quer cognitivo quer estrutural nas crianças e nos adolescentes.

O bócio é um dos mais comuns resultados da alteração das funções da tiroide. Acontece quando há uma queda de T4 e um aumento de TSH. Caracteriza-se por um aumento inicialmente difuso da glândula tiróide (e mais tarde bócio nodular). O bócio tende a progredir, aumentando de tamanho, no decorrer de anos de carência de iodo.

A carência crónica de iodo pode levar a retardo mental, atingindo tanto o feto como o recém-nascido, prolongando-se pela fase escolar, adolescência e fase adulta, levando as crianças a terem baixo rendimento escolar, dificuldade de adaptação social, incapacidade relativa de trabalho na vida adulta e mesmo a sérios problemas de escolaridade e aquisição de novos conhecimentos.

Estima-se que 1571 milhões de pessoas em 118 países estejam, atualmente, em carência iódica de maior ou menor grau.

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