Afonso Aguiar
Afonso Aguiar
11 Jul, 2023 - 10:16

Kits de embraiagem: tudo o que tem de saber

Afonso Aguiar

Conheça os diferentes tipos de kits de embraiagem e os sinais a que deve estar atento para que o seu carro ande sobre rodas.

usar a embraiagem

Provavelmente não será a preocupação número um da maioria dos condutores. Aliás, alguns possivelmente pensam que a noção de kits de embraiagem se resume ao pedal homónimo.

No entanto, este conjunto de peças é mais complexo do que isso e totalmente vital para a segurança rodoviária. Afinal, são os kits de embraiagem que garantem a conexão entre o motor e a caixa de velocidades. Ou seja, são fundamentais para poder manusear o automóvel.

Embora não haja um total consenso sobre o tempo de vida útil dos kits de embraiagem, até porque uma condução mais desportiva, um maior recurso à caixa de velocidades para travar, assim como o tipo de material, acabam por diminuir a longevidade dos kits de embraiagem, há quem considere que o tempo expectável de vida útil dos kits de embraiagem ronda os 100 mil quilómetros.

Se, depois de ler a nossa introdução, pretende saber mais sobre a importância dos kits de embraiagem e de quanto em quanto tempo tem de os mudar, é só continuar a ler.

Funcionamento dos kits de embraiagem e diferentes tipos

Os kits de embraiagem funcionam como ponto de conexão entre o volante do motor e a caixa de velocidades, permitindo transmitir a potência necessária às rodas para esta circularem. De forma simplificada, é este conjunto de peças que permitem circular à velocidade mais propícia.

No entanto, o kit de embraiagem tem várias peças, cada uma com o seu objetivo. Entre as quais costumam encontrar-se as seguintes:

Pedal: que aciona todo o mecanismo;
Disco da embraiagem: colocado junto do volante do motor, promovendo pressão sobre o mesmo através dos pratos de pressão.
Prato de pressão: em forma de coroa circular com suportes sobre os quais atuam as patilhas.
Molas e patilhas: ligam o prato de pressão.
Colar: formado por um rolamento axial com furo central por onde passa o eixo primário.

Quando se aciona o pedal da embraiagem, o sistema de pressão, constituído normalmente por molas ou outro sistema de pressão, alivia a pressão do prato, suprimindo o contacto do disco da embraiagem com o volante e, consequentemente, interrompendo a transmissão de força motriz para a caixa de velocidades, o que permite, por outro lado, mudar a velocidade.

Tendo em conta o seu funcionamento, os kits de embraiagem distinguem-se por duas características diferentes, o tipo do sistema de pressão ou o comando. Quanto ao tipo de pressão existente, os kits de embraiagem podem ser:

Embraiagem de mola: nos quais as molas são as responsáveis pela pressão aplicada, sendo que as mesmas estão localizadas na periferia do disco de embraiagem.
embraiagem de diafragma: em as molas são substituídas por um diafragma elástico de aço carbono.
embraiagem centrífuga: normalmente comuns no veículos com direção automática, em que a embraiagem e o desengate são confiados a contrapesos que atuam pela ação da força centrífuga da rotação do motor.

Já quanto ao tipo de comando, normalmente o aspeto mais valorizado, os kits de embraiagem pode ser:

embraiagem de fricção mecânica: é constituída pelo volante. É o mais comum em automóveis de passageiros. Funciona por meio de líquido (hidráulico) ou, o que é mais comum, por meio de um cabo.
embraiagem hidráulica: atua como ligação automática entre o motor e a caixa de velocidades, permitindo que o motor transmita a potência (binário) do motor quando atinge uma determinada velocidade de rotação.
embraiagem eletromagnética ou elétrica assistida: utiliza a força do campo eletromagnético para a transmissão da potência (binário).

kits de embraiagem usados

Quando deve mudar os kits?

Além de se poder guiar pela quilometragem média de vida útil dos kits de embraiagem, há alguns sinais que permitem verificar se tem algum problema em alguma das peças. Normalmente, aconselha-se que quando muda uma das peças, que todo o kit seja mudado.

Quando sente que o motor não funciona corretamente, sente dificuldade a engrenar uma velocidade, ouve o motor a acelerar e as rotações a aumentar, mas o veículo não desenvolve (apelidado de “embraiagem a patinar” ou “derrapar”) são sinais tradicionais que alguma coisa não está bem no sistema de embraiagem.

Tendo em conta que o funcionamento do sistema de embraiagem afeta diretamente o motor, o melhor é ir o quanto antes ao mecânico. Mesmo que, por ventura, não seja esse o problema, poderá ser outro e, embora os bons kits de embraiagem tenham custos normalmente superiores a 200 euros, mais vale gastar dinheiro do que depois ter algum acidente ou o veículo ficar com danos irreversíveis ou ainda mais dispendiosos.

Lembre-se que uma condução mais desportiva, um recurso maior à caixa de velocidades para travar (prática mais correta para desacelerar o veículo), assim como o tipo de material têm influência direta na menor longevidade dos kits de embraiagem.

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