Teresa Campos
Teresa Campos
11 Jan, 2024 - 11:59

Medicamentos para a gripe: conheça os mais indicados

Teresa Campos

Tem sintomas de intensidade ligeira ou moderada? Proteja-se e saiba quais são os melhores medicamentos para a gripe.

Medicamentos para a gripe

É nos meses de frio que a gripe ataca e, para além da toma de medicamentos para a gripe, importa adotar outros cuidados especiais – nomeadamente evitar locais mais frios e grandes diferenças de temperatura.

Medicamentos para a gripe: quais os mais indicados?

A gripe é uma doença viral sazonal, aguda e extremamente contagiosa. Apesar de ser benigna, a gripe sazonal é um problema de saúde pública, dado o seu elevado impacto, nomeadamente no que toca à lotação dos serviços de saúde (com maior recurso aos serviços de urgência e maior número de admissões hospitalares) e ao absentismo escolar e laboral.

Os estudos acreditam que esta doença afete, anualmente, 10% a 15% da população mundial.

Principalmente para os ditos “grupos de risco”, a gripe é responsável por um excesso da morbilidade e da mortalidade entre pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, entre outros.

No hemisfério Norte, onde se encontra Portugal, a gripe sazonal ocorre, habitualmente, entre os meses de dezembro e março, durando cerca de 10 a 22 semanas.

Os sintomas de gripe costumam manifestar-se durante cerca de uma semana e iniciar abruptamente. Os efeitos mais comuns são cefaleias, febre, sintomas associados ao trato respiratório (tosse), dores de garganta e congestão nasal. Principalmente nas crianças, é possível o surgimento de vómitos e diarreia.

Para combater esta doença, é frequente o recurso ao consumo de medicamentos para a gripe, como anti-inflamatórios não esteróides, antibióticos, analgésicos e antipiréticos, fluidificantes e antitússicos.

Porém, é importante saber distinguir entre todas estas opções e escolher a alternativa mais indicada para o seu quadro clínico.

Mulher constipada

Medicamentos para a gripe

Quando falamos em tratamento da gripe, referimo-nos fundamentalmente ao alívio dos sintomas, enumerados acima. A seleção dos fármacos a administrar depende, naturalmente, do tipo e da gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente.

Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides

Os analgésicos e antipiréticos são indicados para o alívio da dor ligeira e da febre. O exemplo mais comum é o paracetamol.

Os anti-inflamatórios não esteroides são também recomendados para o alívio da dor ligeira e da febrefins, tendo ainda uma função anti-inflamatória. O exemplo mais comum é o ibuprofeno.

Descongestionantes nasais

Os descongestionantes nasais ajudam a reduzir o edema na mucosa nasal. São aplicados diretamente nas fossas nasais diminuindo, por exemplo, a sensação de nariz entupido.

Anti-histamínicos

Sendo, por vezes, prescritos, estes medicamentos têm como finalidade diminuir os sintomas de alergia, associados a quadros gripais.

Antitússicos e expetorantes

Para o alívio da tosse não produtiva (tosse seca) são aconselhados os antitússicos de ação central. Já para o alívio da tosse produtiva (tosse com muco ou catarro) são utilizados fármacos com agentes de ação expetorante ou mucolítica.

Antivíricos

Embora também possam ter uma ação preventiva, os antivíricos tratam a gripe e são aconselhados em casos mais específicos.

Medicamentos não sujeitos a receita médica

Além dos já indicados, há ainda outros medicamentos que, não carecendo de receita médica, podem ajudar a afastar alguns sintomas de gripe, como pastilhas para as dores de garganta ou soro fisiológico para lavagem das fossas nasais. Informe-se junto do seu médico de família ou farmacêutico sobre as hipóteses disponíveis.

Medicamentos para a gripe a evitar

Também há medicamentos para a gripe que deve evitar. Neste caso, referimo-nos aos antigripais. Eles possuem várias substâncias ativas, tais como anti-histamínicos, descongestionantes, paracetamol ou ácido acetilsalicílico, vitamina C e cafeína.

Essa entre outras caraterísticas fazem deles medicamentos pouco recomendados, embora muito consumidos, visto não exigirem receita médica. Atente, agora, em alguns dos seus inconvenientes:

  • como têm vários princípios ativos, o risco de provocarem efeitos adversos é maior;
  • não são mais eficazes que os restantes medicamentos;
  • podem incluir uma substância contraindicada para o paciente;
  • há risco de sobredosagem, caso combine o antigripal com outro medicamento com o mesmo princípio ativo;
  • o paciente pode estar a ingerir substâncias desnecessárias para os sintomas do seu quadro clínico;
  • a dose de certas substâncias é inferior à recomendada, logo a sua toma não surte qualquer efeito;
  • há substâncias utilizadas, cuja eficácia não está comprovada;

Conclusão: a sugestão é para que se aconselhe sempre junto do seu médico e tome medicamentos especificamente indicados para cada sintoma que tenha.

Médico a vacinar utente
A prevenção da gripe deve incidir sobre os grupos mais vulneráveis

Outras recomendações importantes

Além da toma dos medicamentos para a gripe prescritos pelo médico, há que adotar algumas medidas importantes:

  • utilizar soro fisiológico, “água do mar” ou fazer inalação de vapores de modo a desentupir as vias aéreas;
  • recorrer a pastilhas, a rebuçados e a elixires para gargarejar de forma a aliviar as dores de garganta;
  • beber bastante água ou chá, a temperaturas tépidas, para atenuar as dores de garganta e a tosse, além de garantir uma correta hidratação do organismo;
  • evitar a transmissão do vírus, limitando o contacto com outras pessoas; lavando frequentemente as mãos com água e sabão; usando lenços de papel e descartando-os de imediato; proteger a boca com um lenço quando tossir ou espirrar;
  • contactar o SNS24 (808 24 24 24), antes de se deslocar a qualquer outro serviço de saúde.

Vacina contra a gripe

Claro que não podíamos falar em medicamentos para a gripe, sem falar na sua principal forma de prevenção: a vacina contra a gripe.

Confira os grupos da população que estão na primeira linha de vacinação:

  • cidadãos com 65 anos ou mais;
  • pessoas residentes ou internadas em instituições;
  • crianças e adolescentes com doenças crónicas que permaneçam em instituições;
  • doentes integrados na rede de cuidados continuados, doentes que aguardam transplante ou que fazem quimioterapia;
  • pessoas apoiadas no domicílio pelos Serviços de Apoio Domiciliário com acordo de cooperação com a Segurança Social ou Misericórdias Portuguesas e pelas equipas de enfermagem das unidades funcionais prestadoras de cuidados de saúde ou com apoio domiciliário dos hospitais;
  • doentes internados em unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde ou em hospitais do Serviço Nacional de Saúde que apresentem patologias crónicas e condições para as quais se recomenda a vacina;
  • profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde;
  • guardas prisionais e reclusos;
  • portadores de trissomia 21, diabetes mellitus, fibrose quística, défice de alfa-1 antitripsina sob terapêutica de substituição, doença pulmonar obstrutiva crónica, patologia do interstício pulmonar sob terapêutica imunosupressora, doença crónica com comprometimento da função respiratória, da eliminação de secreções ou com risco aumentado de aspiração de secreções;
  • pessoas que fazem diálise;
  • bombeiros.
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