Catarine Martins
Catarine Martins
14 Dez, 2017 - 09:24

Conheça as novas caras da moda em Portugal

Catarine Martins

São bonitos, esbeltos e têm as medidas perfeitas. Falámos com três modelos portugueses que são a prova que a moda no nosso país está cada vez melhor.

Conheça as novas caras da moda em Portugal

Sara Sampaio pode até ser a modelo portuguesa mais conhecida da actualidade, mas para além da Angel da Victoria’s Secret, há outras caras da moda em Portugal que começam a dar que falar. Conversámos com três modelos nacionais que provam que a moda portuguesa está cada vez melhor. E que, não falta gente bonita com medidas perfeitas por esse Portugal fora.

Três modelos nacionais que tem que conhecer

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Hélder Afonso

Com traços harmoniosos e um corpo escultural, Hélder Afonso é um dos modelos mais conhecidos no nosso país. O manequim é agenciado pela Central Models e conta que entrou no mundo da moda por acaso: “apesar de toda a gente comentar que eu tinha potencial, meio que na brincadeira, nunca me imaginei neste mundo. Tudo aconteceu de forma ocasional, quando fiz um casting na minha terra natal e fui contactado posteriormente pela agência onde estou. Hoje, olhando para trás percebo que tinha que ser. O que sinto é que tudo aconteceu lentamente, como uma música que adoramos e, quando damos por nós, já estamos a dançar loucamente completamente envolvidos pelo ritmo e a amar cada segundo da melodia”.

O modelo português, que já desfilou para nomes grandes como Dolce & Gabbana assume que o que mais gosta na profissão é a arte: “considero-me um amante de arte, e quando falo em arte falo em música, poesia, sexo, pintura, literatura… e, a profissão que escolhi é só mais uma dessas representações”. Mas, claro, não resistimos a perguntar-lhe o que menos lhe agrada na moda. Hélder é explícito: “o que me desagrada nesta profissão é a falta de empatia pelo outro e a incapacidade de nos darmos uns aos outros de coração. A verdade é que não há uma faculdade que nos ensine a ser manequins, não há nada que nos prepare para este mundo gigante, daí os valores intrínsecos serem os mais importantes. E é disso que sinto mais falta. Depois, claro, há o facto de raramente haver folgas, estar constantemente com jet lag, situações em que não há empatia com o cliente. As pessoas pensam que ser manequim é um mar de rosas, mas não é. A profissão tem prós e contras, como qualquer outra”.

Para além dos desfiles internacionais, Hélder conta com muitas campanhas no currículo, para marcas de peso como Giorgio Armani. Mas, curiosamente, não são esses os trabalhos que o modelo enaltece como mais especiais, embora lhes reconheça a importância. Hélder abre o coração e assume: “o trabalho que mais adorei fazer foi um simples test shoot fotografado há sensivelmente um ano em Paris, pelo fotógrafo espanhol Juan Martin. O que mais gostei é que o fotógrafo não se limitou ao que estava estipulado, mas antes procurou dar o seu melhor para captar a minha verdadeira essência. Numa manhã construímos uma peça de arte que ficará para todo o sempre. Nunca me esquecerei das palavras dele: Hélder, foi um prazer enorme ter tido a oportunidade de fotografar a tua alma. Isso demonstra que o que torna os trabalhos inesquecíveis é precisamente a genuinidade e verdade das pessoas com quem trabalhamos”. Mas, é claro que desfilar para Dolce & Gabbana foi “incrível, pela magia, pela equipa, por tudo o que senti. É um momento que ficará para sempre guardado no meu coração”.

Para o futuro, o manequim revela que isso é uma questão que já o preocupou mais. Destaca que tem as suas metas, mas que quer ter a experiência de ir conquistando uma a uma. Sobre a moda em Portugal, acredita que está cada vez melhor: “a moda em Portugal tem dado saltos enormes. Noto que as coisas são feitas com sentimento, com amor. É claro que cada um tem como prioridade vincular a sua imagem, mas passando sempre uma mensagem. Isso deixa-me todo babado. Tenho a certeza que vamos crescer muito mais se continuarmos a fazer o futuro com o coração e a coragem tão característicos da nossa Alma Lusitana”, acrescenta.

Quando, a esse propósito, lhe perguntamos quais são os designers favoritos, Hélder sorri e responde: “Em Portugal é extremamente difícil dizer quais são porque tenho imenso carinho pelo trabalho de todos, sem excepção, mesmo aqueles com quem nunca trabalhei. Internacionalmente, Daniele Alessandrini, Balmain são alguns dos meus prediletos”.

Francisca Pérez

Manequim desde 2008, Francisca tem 23 anos e é natural do Porto. Conta que entrou no mundo da moda por acaso: “tudo aconteceu em 2008, quando acabei por participar num concurso, por insistência da minha actual agente Alexandra Macedo e da minha mãe. Acabei por participar e fui à final. Fiquei então agenciada pela Best Models que sempre me representou, e é a minha agência mãe”.

Assim, torna-se inevitável a questão sobre  o que mais gosta no mundo da moda. Francisca não hesita: “sem dúvida, poder viajar e conhecer o mundo enquanto trabalho. O facto de não estar presa a um horário e sítio fixo também é bom. Há semanas em que não paro, trabalho dias seguidos, muitas vezes em cidades ou até países diferentes. E, claro, adoro trabalhar num meio criativo, com equipas diferentes e gente nova”. Já quanto ao que menos gosta, a modelo refere o sentimento de incerteza. Embora frise: “ não me posso queixar, nunca estive parada demasiado tempo seguido como acontece com muitos colegas. Contudo, nunca há certezas, não há garantias que daqui a um ano as coisas corram tão bem ou melhor do que agora. Como se costuma dizer, one day you’re in, the next day you’re out”.

Francisca conta já com vários trabalhos no book, mas faz-nos uma revelação: “há dois trabalhos que me marcaram: a minha primeira campanha para a estilista sueca Nina Jarebrink que, na época, era estilista da Lady Gaga, e o evento como embaixadora da Intimissimi em Verona. Foi absolutamente mágico”.

Para o futuro, a manequim é peremptória: “o meu objectivo é trabalhar o melhor e o máximo possível. Não nego que gostava de fazer um desfile para a Victoria’s Secret ou uma campanha de uma marca internacional de topo, mas orgulho-me do meu percurso até aqui”.

Carla Pereira

Com 17 anos, Carla não só é de uma beleza deslumbrante como tem medidas perfeitas. A modelo revela: “fui descoberta porque um amigo que está na minha agência, Karacter Agency, me perguntou se não podia passar por lá. Fui sem qualquer expectativa, mas consegui um contrato e, por isso, passei automaticamente para um concurso interno, o Karacter Model Tour 2015, do qual fui vencedora. Graças a esse concurso, tive oportunidade de viajar para Milão, onde consegui várias agências, nomeadamente a IMG Wordlwide. Tenho trabalhado desde então”.

A pergunta impõe-se: o que mais gosta a manequim no mundo da moda? Carla é clara: “adoro a versatilidade de trabalhos e de serem algo que realmente gosto de fazer, de uma certa forma posso mostrar mais aquilo que sou”. Quanto ao que menos gosta, a modelo destaca:” Não há nada de que não goste especialmente, mas choca-me a quantidade absurda de pessoas que se deixa levar por uma suposta fama, acabando por perder-se e esquecendo a sua personalidade. Sou grande adepta da humildade e acho que é algo que deveria estar acima de qualquer outra coisa”.

Quanto aos trabalhos mais especiais, a menina de tez perfeita e olhos grandes confessa: “adorei fazer o editorial para a Vogue Austrália e trabalhar para a Bershka, mas tenho um amor platónico pelo meu último lookbook para a Stradivarius. Tendo em conta a minha idade, sei que tenho que manter os pés bem assentes na Terra e não exigir mais do que aquilo de que sou capaz. Mas, passo a passo, sonho um dia chegar às passerelles de Nova York e ser presença assídua nas fashion weeks. Também adorava ter oportunidade de fazer uma campanha de perfumes para a Kenzo e desfilar para grandes marcas como a Yves Saint Laurent, a Versace ou a Louis Vuitton”.

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