Viviane Soares
Viviane Soares
17 Jan, 2017 - 10:00

Avaliar ouro e prata: principais diferenças

Viviane Soares

Avaliar ouro e prata requer alguns cuidados e conhecimentos específicos, sobretudo das características particulares de cada um destes metais preciosos. Conheça-as aqui.

Avaliar ouro e prata: principais diferenças

Há tempos escrevemos um artigo sobre como avaliar prata, nomeadamente sobre as principais características deste metal precioso, critérios de avaliação adoptados em território nacional e os peritos de confiança existentes no mercado.

Se tem pensado em avaliar peças em ouro e prata e tem dúvidas sobre as principais diferenças entre estes dois metais preciosos, sobretudo no que toca ao seu processo de avaliação, apresentamos algumas informações que gostará de estar a par – no sentido de assegurar o valor real das suas peças num eventual negócio.

As principais diferenças entre avaliar ouro e prata prendem-se, em primeiro lugar, com a pureza do metal precioso, com o tipo de peças que estão a ser avaliadas (joias, moedas, relógios, objetos de decoração, utensílios, entre outros peças) e com as suas características particulares. Em segundo lugar, com as marcas de contrastaria, com a cotação de ambos os metais no mercado – que varia de acordo com a oferta e com a procura – e, claro, com a influência no valor em euros/grama que advém dessa cotação. Mas vamos por partes.

Avaliar ouro e prata: principais diferenças

1. Características e tipos de ouro e prata

Quer o ouro quer a prata são considerados metais nobres, mas, em contrapartida, muito macios e flexíveis, incapazes de resisitir a pequenas pressões. Ao ser fundido com outras ligas metálicas na proporção certa tornam-se mais resistentes.

O valor de cada um destes metais preciosos depende, num primeiro momento, da composição da liga de metal de que é feita a peça a ser avaliada. Ou seja, quanto menor for a presença de outros metais na composição da peça, maior será a pureza da liga. E quanto mais pura, entenda-se quanto maior for a percentagem de ouro ou prata, mais valiosa será a peça. Neste sentido, convém saber o seguinte:

  • Por exemplo, no caso do ouro, uma joia deve conter pelo menos 75% de ouro puro – o chamado ouro de 24k (1000 milésimas de ouro ou 999%) – e 25% de outros metais. Esta junção, digamos assim, é o chamado ouro de 18k e pode ter as seguintes características:
 Outros metais (25%) Nome (comum) da liga
   Ouro puro
(75%)
 + cobre + prata Ouro amarelo
 + prata + paládio Ouro branco
 + prata Ouro verde
 + cobre Ouro vermelho
  • No caso da prata, o tipo mais utilizado na joalharia e na ourivesaria, conhecida por “prata de lei”, é a prata 950 e 925. Isto quer dizer que, no primeiro caso, a joia é constituída por 95% de prata e 5% de cobre; no segundo caso, 92,5% de prata e 7,5% de cobre.

2. Cotação do ouro e prata

Na qualidade de metais preciosos, são cotados em bolsa. Assim sendo, tem que ter em consideração que esta cotação não é fixa, pode variar com muita frequência. No momento da avaliação, assume-se a cotação média do dia em que procede à avaliação da(s) peça(s).

– No caso do ouro, ao dia de hoje:

  • 1 grama/ouro de 24K = 35, 13€
  • 1 grama/ouro de 18K = 27, 01€

– No caso da prata, ao dia de hoje:

  • 1 grama/prata 925 = 0,46€
  • 1 grama/prata 999 = 0,50€

3. Marcas de contrastaria

A marca de contraste tem como principal objectivo garantir a qualidade da liga de metal de que é feita a peça.

De acordo com o INCM, a marca de contrastaria “reproduz uma marca de garantia do toque legal dos artigos com metais preciosos, ou assinala determinadas circunstâncias, e identifica a contrastaria que o utiliza pela definição do perímetro, que consiste, respetivamente, numa figura curva, ou num octógono irregular simétrico, consoante se trate das Contrastarias de Lisboa ou do Porto.”

No caso do ourocabeça de veado para os toques iguais ou superiores a 800 milésimas e andorinha em voo para os toques inferiores a 800 milésimas.

No caso da prata, e de acordo com a mesma fonte, esta marca é uma cabeça de águia (voltada para a esquerda nos toques legais iguais ou superiores a 925 milésimas e para a direita nos toques legais iguais ou inferiores a 835 milésimas).

Apresentadas as principais diferenças, no momento de avaliar ouro e prata deve ter ainda em consideração: a raridade das peças que tem em mãos e o seu interesse histórico; às características artesanais das peças; ao estado de conservação das mesmas e ao valor de peças semelhantes no mercado.

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