Júlia de Sousa
Júlia de Sousa
26 Set, 2014 - 09:15

Trabalhar fora da UE: o que fazer antes de partir?

Júlia de Sousa

Nem só para a Europa saem os portugueses. Mas quando decisão passa por trabalhar fora da UE, há vários detalhes a ter em conta. Veja quais.

Trabalhar fora da UE: o que fazer antes de partir?
Se equaciona trabalhar fora da União Europeia (EU), saiba que vai necessitar de muito mais que um bilhete de avião e uma mala de viagem bem carregada. 
Emigração deve ser uma das palavras mais usadas no léxico português nos dias que correm, mas para quem opta por trabalhar na UE o processo é bem mais simples. Tendo garantida a viagem, trabalho e alojamento, tudo o resto virá quase que por acréscimo. A mobilidade entre países é facilitada e, logo aí, metade das complicações eliminadas. 
Não queremos com isto, desmotiva-lo. Pelo contrário, trabalhar fora da UE pode abrir-lhe novos horizontes tanto em termos profissionais como pessoais. No entanto, convém estar alerta e devidamente e informado, de forma a estar preparado para todos e quaisquer (possíveis) imprevistos. 

Primeiro passo: a decisão!

Trabalhar fora da UE, sim ou não? Esta deve ser a sua grande questão antes de tomar a sua decisão. Pense que, ao contrário do que acontece na Europa, terá que enfrentar viagens de longa duração, várias questões burocráticas e elevados gastos financeiros.  
Para o ajudar a tomar a decisão faça a sua própria lista de prós e contras e inclua todos os detalhes possíveis. E claro, comece por questionar-se se quer mesmo emigrar e estude as suas hipóteses nos vários países de destino que considera válidos. 

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Segundo passo: da análise à papelada! 

Ok, está decidido. Ponderou as suas possibilidades e está decidido a trabalhar fora da UE. Ótimo, agora é tempo para se dedicar às burocracias e questões legais para poder dar o grande salto.
Dedique todo o tempo necessário para se informar devidamente sobre as mais variadas questões, tais como, as condições e a própria qualidade de vida que o país oferece ou qual a situação do país em termos de emprego. 
É importante que estude o mercado de trabalho e conheças as suas possibilidades e informe-se sobre os salários médios praticados. Procure informações sobre preços base de alimentação, transportes, habitação, etc., de forma a perceber se o seu possível salário cobre as suas despesas.
Mas calma, há mais. Para trabalhar fora da UE necessita antes de tudo de obter autorização de entrada nesse país. Portanto, comece por tratar da documentação e – se ainda não tem – trate de solicitar o seu passaporte.
Mas não se fica por aqui. O passaporte não chega. Por isso agora é a vez do Visto (ou em inglês o Visa) para poder entrar e permanecer no país para onde pretende emigrar. Aqui tem várias possibilidades, desde tentar obter um visto de estudante ou trabalhador. Tudo depende da sua situação. O ideal será certamente obter um visto de trabalhador, já que isso significa que te trabalho garantido e a aguardar a sua chegada. Mas se vai à aventura, obter um visto de estudante pode ser uma boa solução, já que lhe permite juntar o “melhor de dois mundos”: este visto permite-lhe conciliar um trabalho em part-time com cursos técnicos ou superiores, que lhe dão a possibilidade de adquirir formação no país de destino, garantindo assim que na hora de procurar um trabalho mais estável, tem mais dois trunfos na manga: experiência laboral e formação “locais”.
Um ponto importante a reter, é que não deve usar os vistos de turista para trabalhar. Na grande maioria dos casos, a legislação é muito severa com a violação deste pressuposto. Em países como Estados Unidos da América, Austrália ou Canadá, existem regras muito apertadas para quem infringe esta regra. O visto de turista não lhe permite trabalhar nos países de destino, a infração desta regra pode dar-lhe direito à exportação imediata e restrições ou mesmo impedimento de entradas futuras.
E agora que já tem documentos e autorização de entrada e permanência no país, falta ter onde dormir. Quando for procurar casa há que ter muito cuidado. Infelizmente, nem todos são honestos e há quem se tente tirar partido de situações como a de emigrantes que procuram casa, muitas das vezes, do outro lado do mundo. 
O ideal será que caso tenha amigos ou família no país de destino, tente “acampar” no sofá deles durante algumas semanas enquanto procura casa. E se não tiver, pode sempre tentar um hostel ou algo semelhante. Mas se quiser procurar casa antes de partir, tenha muito cuidado com os anúncios a que responde. E desconfie sempre de “senhorios” que lhe exijam pagamentos avultados adiantados ou através de sistemas como o Western Union. Caso se depare com casos destes, basta que siga as instruções dos serviços e recuse. Um pouco de atenção e são eles os próprios as indicarem que faça transferências apenas para pessoas que conhece.
E claro, antes de partir garante que tem consigo todos os documento essenciais que devem estar sempre na sua posse.
Mas não se esqueça de verificar se o país de destino requer algum programa de vacinação específico e se pedir… bem, é bom que não tenha nenhum trauma com agulhas.

Terceiro passo: «‘bora lá»!

Se já decidiu que quer trabalhar fora da UE e que não há burocracia que o demova, então só lhe podemos desejar boa sorte. 
Claro que muita da sua sorte depende do seu “trabalho de casa”. Pesquise sobre a cultura e hábitos do país; se possível, tente aprender a língua; procure informações sobre onde e como procurar casa ou trabalho. E lembre-se que tem sempre uma boa ajuda ao seu dispor. Contacte as Embaixadas ou consulados, ninguém melhor que eles para lhes darem uma visão clara do país que escolheu.

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