Margarida Ferreira
Margarida Ferreira
20 Set, 2016 - 09:00

Trabalhar na Suécia: guia essencial

Margarida Ferreira

Viver e construir uma carreira na monarquia nórdica pode ser uma boa decisão.

Trabalhar na Suécia: guia essencial

Com uma economia forte e diversificada, a Suécia ocupou o 2.º lugar no pódio do Índice de Democracia 2014, publicado pelo The Economist. Além disso, apresenta uma das sociedades mais justas do ponto de vista social, na actualidade.


Por que motivo devo procurar emprego e trabalhar na Suécia?

A vice liderança na tabela dos países com melhor qualidade de vida em 2015, divulgada pela OCDE, não é surpresa. A presença constante nos lugares de topo nestes rankings tem sido regra ao longo dos anos. Com uma sociedade tolerante e ‘aberta’, recebe bem aqueles que chegam em busca de novos desafios profissionais.

As condições para a mudança para o Norte da Europa parecem estar reunidas. No entanto, antes de fazer a mala, informe-se sobre a realidade social e laboral da monarquia sueca. Conte com a nossa ajuda. Vamos partilhar consigo alguns dados e informações que consideramos pertinentes para quem quer trabalhar na Suécia. Leia, reflicta e depois decida, com calma.


Emprego

O 10.º lugar no Índice de Competitividade Global, em 2014/15, comprova o dinamismo e crescimento da economia sueca. Uma realidade para a qual muito contribuem os sectores da engenharia, telecomunicações, indústria automóvel e farmacêutica. Áreas onde a mão-de-obra altamente qualificada é necessária. Uma excelente oportunidade para os candidatos portugueses.

A procura de profissionais para a saúde (medicina e enfermagem), a educação e a investigação tem crescido nos últimos tempos. A insuficiência de recursos humanos internos ditou a procura de estrangeiros, que são bem aceites. Importa referir que em algumas áreas é necessário obter uma autorização para exercer, por exemplo saúde, direito, segurança, tradução.

Para quem não tem um diploma universitário ou não consegue encontrar colocação na sua área, há ofertas de emprego em restauração, alimentação, construção, mecânica. Mas não se iluda, o grau de exigência é igualmente elevado. No mercado de trabalho sueco, responsabilidade, pontualidade e seriedade são valores transversais a todos os sectores e todos os envolvidos.


Salários

A Suécia não tem um salário mínimo nacional. Na grande maioria dos casos, existem acordos colectivos de trabalho entre os profissionais e os sindicatos das respectivas categorias. Estes acordos regulam não só os vencimentos mas também as condições de trabalho, incluindo seguro de trabalho e de saúde. As regras aplicam-se a todos, mesmo a quem não seja sindicalizado.

A disparidade salarial entre os colaboradores é pequena, uma vez que os salários são distribuídos mais uniformemente entre as profissões. Um cenário que faz da Suécia um dos países mais ‘justos’ neste campo. O que não significa que os valores não sejam elevados, sobretudo quando comparados com a realidade nacional.

É, no entanto, preciso ter em consideração que a ‘carga fiscal’ é proporcional. A título de exemplo, um enfermeiro recebe, em média, cerca de 3200 euros brutos. Depois de pagar os impostos, alguns deles regionais, recebe ‘limpos’ 2500 euros. Se falarmos de um funcionário de uma padaria, os valores passam para 3070 euros e 2400 euros, respectivamente.


Custo de vida

O mercado imobiliário é muito competitivo, sobretudo nos grandes centros urbanos, pelo que a habitação é cara. Em Estocolmo, Malmo e Gotemburgo, alugar um apartamento ou uma casa pode ser um processo complicado, mas nas cidades mais pequenas ou até mesmo no campo, os preços descem. A renda mensal para um T2 pode facilmente ultrapassar os 2500 euros.

A educação sueca tem grande prestígio e é gratuita, dos 6 anos até ao ensino universitário. As creches são (co)financiadas pelo estado. O ensino é ministrado em sueco mas todas as crianças têm o direito a aprender a sua língua materna, independentemente da sua origem. É uma forma de manter o contacto com as suas raízes culturais.


Segurança

No plano geral, a Suécia é um país seguro, com baixos níveis de criminalidade. Os lugares com maior concentração de turistas e os transportes públicos são palco dos ‘habituais’ pequenos furtos. Importa, por isso, alertar para a necessidade de manter os cuidados básicos, sobretudo nas grandes cidades.


Cuidados de saúde

Em situação de emergência, os cidadãos portugueses portadores do cartão de saúde europeu beneficiam do mesmo atendimento (pagam as mesmas taxas) que os cidadãos suecos. No entanto, para poder usufruir em pleno dos serviços de saúde deve inscrever-se no centro de saúde da sua área de residência. Só o poderá fazer depois de ter o seu número de identificação pessoal.


Visto

Todos os cidadãos portugueses, com passaporte ou cartão do cidadão válidos, podem entrar no país e permanecer por um período de até 3 meses. Para continuar por mais tempo na Suécia, é necessário solicitar às autoridades um pedido de autorização de residência. Convém que este pedido seja feito com a maior brevidade possível.

Todas as pessoas que vivam na Suécia por um ano ou mais têm de se registar na autoridade tributária. Passam a constar da lista dos residentes no país e a poder pagar impostos. Ao fazer a inscrição recebe um número de identificação pessoal e pode solicitar um cartão de identidade sueco. Este passa a ser o principal meio de identificação oficial e em situações do dia-a-dia.


Língua

Naturalmente que o sueco é a língua oficial do país. A grande maioria da população fala inglês fluentemente e é possível que no seu local de trabalho, sobretudo se for uma multinacional, seja esta a língua dominante. No entanto, deve aprender a língua nativa para uma mais rápida e fácil integração. Há cursos financiados pelo estado para quem chega.

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