Ekonomista
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04 Set, 2023 - 10:10

Trabalho para desempregados: há possibilidades no desemprego

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Enquanto não surge uma oportunidade, há trabalhos para desempregados que podem ajudar – financeiramente e na carreira.

Diante da realidade do desemprego, nem sempre é fácil gerir as emoções, planear o orçamento familiar ou, ainda, estabelecer metas a médio e longo prazo. Por isso lhe apresentamos algumas soluções de trabalho para desempregados.

Estar desempregado, principalmente durante um longo período de tempo, pode motivar sentimentos de culpa, frustração, ansiedade, insegurança, diminuição na autoestima ou até mesmo depressão.

Algumas estratégias podem contribuir para se manter pró-ativo, motivado e confiante: evite isolar-se dos seus familiares, mantenha ativa a sua rede de contactos profissionais, tente estabelecer novos contactos, realize atividades físicas com regularidade ou outras atividades lúdicas para permanecer dinâmico e bem-disposto, mantenha-se informado acerca do mercado de trabalho e promova momentos de convívio com os seus amigos.

Mas tenha em mente que numa situação de desemprego há múltiplos cenários possíveis para continuar a manter-se ativo. Neste artigo, apresentamos alguns.

Soluções de trabalho para desempregados

Dependendo da idade, formação, interesses e/ou objetivos, há algumas possibilidades de trabalho para desempregados que vale a pena conhecer e ter em conta, se for o caso.

Enquanto não surge uma nova oportunidade, para além de uma procura ativa de emprego, pode também fazer outras coisas.

Procura ativa de emprego

Para um desempregado, procurar emprego revela-se frequentemente uma ocupação a tempo inteiro, com características semelhantes, em muitos aspetos, a um emprego no sentido tradicional.

De facto, muitos desempregados atribuem um horário de trabalho fixo para todas as tarefas relacionadas com a procura ativa de emprego (por exemplo, oito horas diárias de segunda a sexta-feira) e definem objetivos específicos para cada dia ou para cada semana.

De entre as tarefas comuns a tantos desempregados, destacam-se as seguintes: a inscrição no Centro de Emprego e a obtenção de um subsídio (quando for aplicável); a redação ou atualização do Curriculum Vitae (em Português e, muitas vezes, em Inglês ou noutra língua estrangeira) e a organização de todos os documentos anexados ao CV; a elaboração de uma ou várias Cartas de Apresentação, assim como a organização de referências e recomendações.

Inclui-se, além destas tarefas: a pesquisa regular de ofertas de trabalho (divulgadas em diversos portais); candidaturas espontâneas, formais ou informais a anúncios de emprego; a inscrição em empresas de recrutamento; a preparação para entrevistas de emprego (pesquisa prévia, deslocações, antecipação de perguntas) ou a pesquisa sobre a criação do próprio emprego.

Pode parecer que pouco há a fazer quando se perde o emprego, mas há muitas possibilidades a considerar. Remunerado ou não, há alguns tipos de trabalho que podem ajuda-lo a desenvolver competências, enriquecer o seu curriculum vitae, fazer contactos, manter-se ocupado e útil e até ganhar algum dinheiro.

Formação

Ficar desempregado pode ser uma oportunidade para fazer formação de modo a aprofundar, atualizar ou desenvolver competências. Assim, pode também abrir oportunidades noutras áreas de atividade e facilitar a reintegração no mercado de trabalho.

Há muita formação gratuita e mesmo financiada, nomeadamente no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a que pode candidatar-se. Para isso basta que esteja inscrito no centro de emprego da sua área de residência, a receber ou não subsídio de desemprego.

Estágios

Propor-se a estágio numa empresa onde gostaria de trabalhar é uma opção viável e pode, mesmo, ser o ponto de partida para uma oportunidade de trabalho.

Querer aprender e disponibilizar-se para isso, num período determinado de estágio pode ser um relevante trabalho para desempregados e mesmo que até nem sirva para mais, vai permitir-lhe adquirir mais conhecimento e experiência que pode apresentar em próximas candidaturas.

Voluntariado

Num contexto em que tantas pessoas precisam de ajuda e também em que empresas e organizações tanto valorizam a responsabilidade social, o voluntariado marca especial diferença no CV de um candidato a uma vaga de emprego.

De forma pontual ou como parte da rotina, o voluntariado assume diversas vertentes e atua nas mais distintas áreas sociais. Pode passar pela visita a doentes, distribuição de refeições a sem-abrigo ou mesmo missões fora do país. Para além de contribuir para boas causas, esta é uma opção de trabalho para desempregados que permite desenvolver, essencialmente, as chamadas soft skills e sentir-se útil.

Part-time

Sem um emprego a tempo inteiro e à procura de uma nova oportunidade pode, porém, procurar um part-time, mesmo que de poucas horas, para ter algum rendimento e até descobrir alguns talentos. Dependendo dos valores, poderá faze-lo mesmo a receber prestação social de desemprego.

Trabalho socialmente necessário

O trabalho socialmente necessário é realizado por pessoas desempregadas, beneficiários de subsídio de desemprego ou de subsídio social de desemprego, no âmbito do Emprego-Inserção, uma medida do IEFP financiada pelo Fundo Social Europeu.

Entre os candidatos considerados prioritários estão, entre outros, desempregados de longa duração, pessoas com deficiência e incapacidade e vitimas de violência doméstica.

Biscates

Os trabalhos pontuais que permitem ganhar um extra, ou os chamados biscates, podem manter-se ou surgir durante o desemprego. Mesmo que esteja a receber subsídio, pode não ser suficiente para fazer face às despesas mensais, sobretudo no atual contexto.

Fazer pequenos arranjos, bricolage, passar a ferro, fazer revisão de texto, babysitting ou tantas outras atividades esporádicas podem ser formas de manter a atividade e a motivação e evitar o isolamento.

Vantagens de trabalhar durante o desemprego

O desemprego nunca é uma realidade fácil, mesmo para quem eventualmente não tenha contas para pagar. Perder o trabalho ou não encontrar uma oportunidade para conquistar a independência é, habitualmente, sinónimo de ansiedade, tristeza, desmotivação ou, no limite, de isolamento e depressão.

O trabalho para desempregados é fundamental, seja ele um trabalho centrado no desenvolvimento de um plano e conquista de novos objetivos, seja ele uma mera ocupação de âmbito social que permita à pessoa manter-se ativa e em contacto com os outros.

Assim, é possível enumerar algumas das vantagens dos diferentes tipos de trabalho para desempregados:

  • manter uma vida ativa a nível físico, intelectual e social;
  • ter rotinas diárias;
  • evitar o isolamento;
  • criar uma rede de contactos;
  • desenvolver capacidades e talentos;
  • valorizar o CV e valorizar-se a si próprio;
  • tempo para aprender mais (formação).

Seja qual for a opção, o trabalho para desempregados é, sobretudo, uma forma de cada um que se encontre nessa condição se manter ligado ao mundo e ter tempo para se descobrir e para fazer mais e melhor até que surja um novo emprego.

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