Diogo Campos
Diogo Campos
22 Jan, 2018 - 05:08

Uma entrada peculiar no Peru

Diogo Campos

Eram cinco da manhã quando cheguei ao Peru, depois de uma viagem que durou quase doze horas de autocarro. Era o dia em que chegariam os voluntários.

Uma entrada peculiar no Peru

Eram cinco da manhã quando cheguei ao Peru, depois de uma viagem que durou quase doze horas de autocarro. Tinha uma mensagem que me explicava como tinha que chegar a um hostel, que estava em construção em Pisac, a quarenta minutos de Cusco, onde supostamente se encontrava a organização do festival Pachamama Conexión.

Quando cheguei à porta de um edifício que estava em construção, que correspondia mais ou menos à descrição, vi um peruano e perguntei se conhecia o hostel e o festival, de imediato disse-me para entrar e fui convidado a tomar o pequeno-almoço com eles. Era o dia em que chegariam os voluntários e, enquanto aguardávamos que chegassem todos, fomos juntando madeira para fazer fogueiras durante o evento.

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Pela tarde fomos até ao Vale Sagrado dos Incas, onde seria o festival. As montanhas imponentes que envolviam o local eram verdes e vermelhas das rochas que pareciam queimadas dos sol e que, por vezes, sobressaíam entre as árvores e os arbustos.

O local era uma quinta com três casas da época colonial e alguns vestígios em pedra do tempo dos Incas. Havia vários relvados e um deles era entre as três casas, com uma palmeira em cada canto e onde sempre tomávamos o pequeno-almoço sobre os primeiros raios de sol que rompiam pela montanha.

O momento de comer era um dos meus favoritos, talvez devido à fusão da comida que era confeccionada por um peruano e um italiano e que todos os dias nos presenteavam com um banquete delicioso, onde apontava sempre nos meus registos uma nova receita.

No primeiro dia, fizemos a divisão de grupos e eu fiquei a ajudar na equipa que estava a pintar as telas para o palco principal. Tínhamos umas telas gigantes e com cores fluorescentes, pintámos numa tela roxa para que durante a noite, sob a luz negra, sobressaíssem apenas os desenhos.

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Quando os desenhos estavam quase prontos, apareceu a oportunidade de ajudar a construir uma estrutura de decoração em canas e logo me voluntariei para ajudar. No norte da Argentina aprendi a fazer um teto em canas e fiquei apaixonado por esse tipo de construção, sendo que uma das razões porque quis fazer voluntariado neste festival era para aprender mais sobre construção natural combinada com a parte artística. A oportunidade perfeita!

O grupo de voluntários era grande e apesar da grande maioria ser argentina, havia várias nacionalidades como colombianos, venezuelanos, brasileiros, franceses, alemães e italianos. Há noite, iluminados pela lua cheia, fazíamos uma fogueira debaixo de um pinheiro e havia sempre alguém que animava a noite com uma guitarra na mão, onde se juntava por vezes um djambé.

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Um dia combinámos fazer uma caminhada noturna até ao topo da montanha onde havia umas ruínas que – não querendo exagerar – fizeram-me pensar que estava em Matchu Pitchu, devido à sua imponência e também por estar em escada sobre a inclinação da montanha.

Na próxima semana vou contar como nos cederam a pizzaria para o festival. A viagem continua em Puririy.

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