Luísa Santos
Luísa Santos
22 Mai, 2018 - 12:49

Viver sem Facebook: vantagens e desvantagens

Luísa Santos

Como é ser viver sem Facebook num mundo em que tudo e todos parecem estar nesta rede social? Duas jovens contam-nos como é a vida para além do Facebook.

Viver sem Facebook: vantagens e desvantagens

Se, por um lado, o Facebook veio abrir portas a um mundo novo, por outro revelou ter, também, algumas desvantagens. Sendo a rede social com mais utilizadores a nível mundial, quais poderão ser as vantagens de não ter uma conta no Facebook? Falámos com a Margarida e a Rita, que nunca tiveram a dita conta.

O Facebook foi criado há 14 anos por Mark Zuckerberg e lançado no dia 4 de fevereiro de 2004. Esta rede social foi desenhada e projetada como um projeto académico – de Harvard, mais propriamente (onde Zuckerberg estudava).

Um mês depois, Mark fez uma parceria com Dustin Moskovitz e Eduardo Saverin e juntos formaram a “Thefacebook.com LLC“. No dia 30 de dezembro do mesmo ano, o Facebook já tinha um milhão de utilizadores registados na sua rede.

Aquilo que começou como um simples projeto académico, conheceu uma expansão sem precedentes. Depois de se estender a algumas universidades, nomeadamente no Reino Unido, o Facebook ganhou uma importância e uma adesão impossíveis de prever numa primeira fase.

Apesar de serem muitos aqueles que o usam (até demasiado) e que lhe reconhecem inúmeras vantagens, também há aqueles que não sentem essa necessidade e para quem as desvantagens se sobrepõem aos benefícios.

Há vida para além do Facebook

Margarida e Rita (24 e 21 anos, respetivamente) nunca criaram uma conta no Facebook, nem mesmo depois da pressão que sentiram por parte dos colegas quando frequentavam a universidade – que ambas reconheceram existir.

Nessa altura, tudo acontecia em grupos criados especificamente nessa rede social, onde eram trocadas impressões relacionadas com o curso e com trabalhos de grupo que iam surgindo, entre muitas outras partilhas.

Apesar de não estarem presentes nesta rede, ambas têm Instagram, uma plataforma da qual gostam mais por defenderem que é a única na qual ainda é possível o consumo de conteúdos que, de facto, lhes interessa. Os temas desses conteúdos são muito próximos e oscilam entre o lifestyle, moda e viagens. Esta rede social foi, em 2012, foi comprada pelo Facebook.

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A vida pessoal ou a inexistência dela

Apesar de conhecer o conceito e a dinâmica do Facebook, Margarida nunca se sentiu atraída por essa plataforma – e uma das principais razões prende-se com a exposição da vida pessoal e privada. “Sempre me reservei. Essas dinâmicas de perfil onde colocamos ‘estudei no sítio X’, ‘estas pessoas são os meus irmãos, pais e tios’, ‘ontem estive não sei onde’, ‘numa relação com Y’, não se enquadram na minha forma de estar”, afirma Margarida.

Quando era mais nova, Rita não teve a permissão dos pais para criar uma conta no Facebook. Mas, sempre que podia, acompanhava as histórias dos amigos que partilhavam conteúdos nessa plataforma, mas nunca concordou com aquilo que via: “deparava-me com algumas publicações vergonhosas, com utilizadores a mostrar a sua vida toda e a criar de perfis falsos para enganar outros. Mais tarde, percebi que não era algo de que precisasse e, por isso, nunca criei uma conta”.

Margarida também reconhece este “lado mau” das pessoas que utilizam Facebook, que vê como “pessoas muito cruéis” que tentam atacar “amigos” sem vergonha, apenas por estarem atrás de um computador – quase como se não tivessem uma identidade.

É certo que todos conhecem alguém que tenha uma presença assídua nessa rede social, com a qual pode ou não concordar. Contudo, é cada vez mais comum a partilha de fotografias de locais visitados, a partilha da localização ou até mesmo o percurso por onde correu hoje.

Nas palavras da Rita, as pessoas preocupam-se em mostrar uma “falsa felicidade” nas redes sociais, esquecendo-se que aquilo que mais importa são os grandes prazeres da vida – não disponíveis na Internet.

“‘Um mundo sem Facebook’ seria um mundo melhor?”

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As opiniões de ambas contrapõem-se. Enquanto Margarida reconhece vantagens nesta plataforma, Rita não vê qualquer benefício. “Sem esta rede social, cada pessoa teria mais tempo para si e para priorizar o que realmente importa e ainda para socializar presencialmente“.

Por outro lado, Margarida considera que, apesar do Facebook ter feito da vida privada algo público, à parte disso “abriu portas à criação e manutenção de muitos negócios“, para além de ter potenciado a criação de mais empregos.

Ambas acreditam que esta plataforma ajuda a (re)aproximar as pessoas e a manter o contacto entre as mesmas. Defendem também que o Facebook veio alicerçar novos negócios, permitindo uma expansão maior, com custos de publicidade e de marketing bem mais baixos. Através desta rede social, é possível chegar a mais locais e a mais pessoas do que antes da sua existência. No entanto, apesar destas vantagens, vão continuar fora do Facebook.

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