Luana Freire
Luana Freire
22 Jun, 2017 - 09:00

Aumenta o consumo de ansiolíticos durante os exames

Luana Freire

“Há consumo excessivo de fármacos” para ansiedade em época de exames, afirma a Ordem dos Psicólogos e “o bullying tem um impacto muito negativo”.

Aumenta o consumo de ansiolíticos durante os exames

Em época de exames nacionais e provas de aferição, há um alerta importante feito pelo bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Francisco Miranda Rodrigues: “há um consumo excessivo de fármacos” para combater a ansiedade face à aproximação das avaliações. O representante dos psicólogos salienta que há outras formas alternativas – e saudáveis – de lidar com o problema e que, em alguns casos, podem passar pela ajuda especializada.

Numa entrevista concedida ao jornal Público, o bastonário da Ordem frisou que o combate à ansiedade não pode ser feito, em regra, através da toma de medicação. Francisco Miranda Rodrigues explicou que a prescrição de ansiolíticos deve ser feita em casos graves e que o consumo deve ser feito com base na recomendação médica.

“Há formas de trabalharmos isso (a ansiedade) e os psicólogos podem ajudar, para que os alunos desenvolvam estratégias para controlar a ansiedade. Não há uma regra para todos”, afirma Francisco.

Há falta de psicólogos nas escolas

Em contrapartida, a Direcção-Geral da Educação – DGE – já anunciou que vai desbloquear  “verbas para a contratação de mais 200 psicólogos”  e, desta forma, promover a atividade desses profissionais no início do próximo ano letivo. A meta, de acordo com indicações internacionais, é que haja um psicólogo para cada bloco de 1000 alunos – atualmente, o rácio é de um para 1700.

“O Estado comprometeu-se a atingir o rácio de um psicólogo para 1100 alunos, nas escolas públicas, e para isso precisam de fazer contratações. Os 200 não vão chegar. O que temos aqui é uma tentativa de chegar a isso, mas há um atraso grande”, comentou Francisco Miranda Rodrigues durante a recente entrevista.

O bastonário destacou ainda a importância de serem criados nos estabelecimentos de ensino vínculos profissionais para esses profissionais, acrescentando que é a partir do atendimento psicológico que se dá início à prevenção de problemas emocionais, como o stress e a depressão.

“A depressão é um dos problemas mais graves com que temos de lidar, pelos impactos que tem ao longo da vida, e que são incapacitantes. Se prepararmos uma criança desde cedo para identificar em si aquilo que são as emoções — como raiva ou tristeza —, isso dá-lhe uma possibilidade de controlo que de outra forma não teria”, sustentou Francisco Miranda Rodrigues.

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