Hugo Moreira
Hugo Moreira
12 Ago, 2011 - 00:00

Aumento do IVA no gás e na luz

Hugo Moreira

O Governo anunciou mais medidas de austeridade e agora passa pelo aumento de impostos, nomeadamente no IVA sobre o gás e electricidade, que era taxada à taxa mínima de 6%, por ser um bem essencial e agora passará para a taxa normal de 23%, o que vai provocar um aumento, em média, de 13€ na factura.

Aumento do IVA no gás e na luz

Foi anunciado para o quarto trimestre deste ano, quando estava previsto para 2012, o aumento do IVA da taxa reduzida 6% para a taxa normal 23%, na factura da luz e do gás.

A CGTP e a DECO consideram este aumento “brutal” e causador de um grande impacto no orçamento familiar, já que em vez de ser um aumento razoável, como por exemplo, passar para a taxa intermédia de 13%, avança-se de imediato para a taxa máxima, o que vai provocar um aumento de quase 13€ na factura.

A troika já revelou o seu descontentamento face às medidas apresentadas, numa altura em que está a avaliar o programa de ajustamento, já que esta é a contrapartida pelo financiamento externo. Justificam o seu descontentamento no facto de estarem à espera de mais cortes nas despesas e não aumento nos impostos.

Já não bastava a criação de uma taxa extraordinária do IRS, em que uma parte do subsídio de Natal já tem destino e é para o Estado, agora também esta questão do IVA que vem sacrificar ainda mais o bolso dos portugueses.

Uma questão pertinente apontada pela DECO é que a factura da electricidade é composta por 3 partes: 31% correspondentes a custos de produção, 27% ao uso das redes de distribuição e 42% os “custos de interesse geral” que a associação propõe agora que sejam reduzidos, compreendendo o objectivo do Estado de conseguir verbas através do IVA. 

Esta última parcela, que representa a maior fatia, correspondem a custos do fomento das energias renováveis, a rendas pagas aos municípios e à amortização do défice tarifário, tudo valores que não têm como destino o Orçamento de Estado, mas antes a EDP e outras entidades, portanto, faria sentido reduzi-las para compensar o aumento do IVA e assim a despesa não recair toda sobre o consumidor final.

Veja também: como calcular o IVA