Filomena Morais
Filomena Morais
17 Mai, 2016 - 08:11

Bebidas probióticas: zero benefícios?

Filomena Morais

Um novo estudo analisa o impacto das bebidas probióticas para a saúde: conheça os resultados.

Bebidas probióticas: zero benefícios?

O impacto das bebidas probióticas na saúde da maioria das pessoas é, segundo um recente estudo, irrelevante, uma vez que não há elementos que suportem a ideia de que estas bebidas são benéficas.


Tomar uma bebida probiótica todas as manhãs: o que acontece?

O estudo, levado a cabo por investigadores da Universidade de Copenhaga, analisou os resultados de sete testes feitos à população acerca dos efeitos das bebidas probióticas. Concluíram que, na maioria dos casos, havia pouca diferença antes e depois do consumo do produto probiótico.

Apesar destes resultados, estima-se que as vendas globais de alimentação probiótica ultrapassem os 35 biliões de euros em 2018.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) define como probióticos os microorganismos vivos que conferem benefícios para a saúde do recetor se administrados nas quantidades certas. Porém, recentes estudos têm colocado esta definição em dúvida. Os autores investigaram a composição bacterial de um grupo de microorganismos encontrado nas fezes. Dos sete testes realizados, apenas um mostrou alterações significativas nas bactérias depois do consumo de probióticos.

Os testes foram realizados em grupos de pessoas de 21 a 81 elementos, com idades compreendidas entre os 19 e os 88 anos, sendo os probióticos administrados sob a forma de bolachas, bebidas à base de leite, saquetas ou cápsulas, durante períodos de 21 a 42 dias.

Um dos investigadores, Oluf Pedersen, realçou que, embora haja evidências dos benefícios em indivíduos com desequilíbrios ao nível das bactérias dos intestinos, “o mesmo não se verifica em indivíduos saudáveis”.

Assim, os investigadores avançam a necessidade de se efetuarem mais testes clínicos para explorar as potencialidades das bebidas probióticas na prevenção de doenças em pessoas saudáveis.

Todavia, a OMS continua a aconselhar estes produtos para a redução do inchaço abdominal e para a redução da flatulência, ao mesmo tempo que se sabe que iogurtes e bebidas probióticos têm sido associados à melhoria dos sintomas da febre dos fenos e dos sintomas de ansiedade.

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