Júlia de Sousa
Júlia de Sousa
07 Nov, 2016 - 07:01

Afinal o gene da inteligência vem da mãe

Júlia de Sousa

Um novo estudo, publicado na revista Psychology Spot, revela que o gene da inteligência é herdado das mães.

Afinal o gene da inteligência vem da mãe

A expressão “sai à mãe” ganhou outro sentido. É que segundo um estudo publicado recentemente na revista Psychology Spot, o gene da inteligência é mesmo da “responsabilidade” da mãe.

O estudo que revela que se estima que entre 40 a 60% da inteligência seja hereditária, diz ainda que as pessoas nascem com genes condicionados e que podem ser transmitidos tanto do pai como da mãe. Ora, no caso do gene da inteligência, a responsabilidade dessa transmissão é da mãe.


De onde vem o gene da inteligência?

Explicado de forma simples, todas as pessoas estão “equipadas” com os tais genes condicionados, sendo que no caso do gene da inteligência este está localizado no cromossoma X e que, tendo as mulheres dois cromossomas X, a probabilidade da inteligência vir da mãe é duas vezes superior. Mais, o estudo diz mesmo que caso esse gene seja transmitido pelo pai, está desativado.

Mas não se “crispem” os pais. Porque o mesmo acontece nos genes cuja responsabilidade de transmissão é deles. Caso esses genes condicionados sejam transmitidos pelo pai, só serão ativados se forem transmitidos por eles, refere o estudo.

O estudo explica ainda como se processa esta seleção de genes. Na fase embrionária, qualquer célula pode aparecer em qualquer lugar do cérebro. Mas, na fase do desenvolvimento, verifica-se uma separação, sendo que os genes do pai se acumulam em determinadas zonas do cérebro, como o hipotálamo, a amígdala, na área pré-ótica e no septo.

Estas são área do sistema límbico, responsável por garantir a nossa sobrevivência e está envolvido em funções como o sexo ou a alimentação. No entanto, os investigadores não encontraram nenhuma célula paterna no córtex cerebral, local onde se desenvolvem as funções cognitivas mais avançadas, como a inteligência, o pensamento ou a linguagem.



Uma relação estudada desde sempre

Mas não é de agora que este assunto é motivo de estudo. O Medical Research Council Social and Public Health Sciences Unit, dos Estados Unidos da América (EUA), fez em 1994 um estudo sobre as mães. Nessa altura foram entrevistados mais de 12 mil jovens, com idades compreendidas entre os 14 e os 22 anos, para determinar o seu quociente de inteligência (QI).

Neste estudo foram consideradas vários fatores, como a raça, a educação, o estatuto socioeconómico. Já nessa altura, as conclusões indicavam que o melhor preditor da inteligência era mesmo o QI da mãe, já que se concluiu que os jovens mais inteligentes era aqueles cujas mães tinham um QI mais elevado, sendo que o QI entre filhos e mães variava apenas cerca de 15 pontos. 

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