Nuno Margarido
Nuno Margarido
12 Ago, 2017 - 04:00

Parténon de livros proibidos insurge-se contra regime nazi

Nuno Margarido

Um “Pártenon de livros proibidos” tem roubado todas as atenções na feira de arte Documenta 14, na Alemanha.

Parténon de livros proibidos insurge-se contra regime nazi

A história da humanidade é rica em episódios de censura literária. A tentação de controlar o pensamento ou o desejo de esconder novas e diferentes realidades sempre foram uma marca de regimes que grassaram – e continuam a grassar – por esse mundo fora. Foi contra este cenário que Marta Minujín, uma artista argentina multipremiada, procurou insurgir-se criando um “Parténon de livros proibidos” num local onde o regime nazi queimou cerca de dois mil livros.

Contra o regime nazi… e muitos outros regimes

A obra tem causado sensação na edição deste ano da Documenta 14, uma feira de arte que se realiza em Kassel, na Alemanha. O “Parténon de livros proibidos” é uma instalação gigantesca com 70 metros de comprimento, 30 de largura e 19 de altura. As suas 48 colunas acolhem 100 mil exemplares de livros proibidos ou censurados num qualquer lugar do mundo e num qualquer tempo histórico, doados por particulares ou instituições.

A obra encontra-se edificada na Friedrichsplatz, em Kassel, uma praça onde, no dia 19 de maio de 1933, o regime nazi queimou cerca de dois mil exemplares de livros tidos como “decadentes” ou “degenerados”.

Protegidos por bolsas de plástico para evitar que se danifiquem, os livros serão depois distribuídos por refugiados e bibliotecas públicas de toda a Europa.

Qualquer pessoa pode doar livros para a obra.

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