Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
15 Mai, 2025 - 13:00

3 formas simples de fazer um orçamento pessoal sem complicações

Cláudia Pereira

3 métodos simples e eficazes para fazer um orçamento pessoal: a regra 50/30/20, o sistema de envelopes e o orçamento zero. Controle o seu dinheiro sem complicações!

Fazer um orçamento parece difícil, mas não tem de ser. Com os métodos certos, até quem detesta contas consegue manter o dinheiro sob controlo. Estas são três formas fáceis de organizar as finanças: a regra 50/30/20, o sistema de envelopes e o orçamento zero. Tudo explicado de forma prática e sem linguagem complicada.

1. Regra 50/30/20: um plano em três passos

Este método vai direto ao assunto e é fácil de aplicar. A regra 50/30/20 divide o rendimento mensal líquido em três categorias bem definidas:

  • 50% para necessidades — despesas como renda ou crédito da casa, contas de luz, água, gás, alimentação básica, transportes e medicamentos. Tudo o que é essencial para viver e trabalhar.
  • 30% para desejos — abrange gastos mais flexíveis, como saídas ao fim de semana, jantares fora, compras de roupa não urgente, viagens ou serviços de streaming.
  • 20% para poupança ou pagamento de dívidas — esta fatia deve ser usada para reforçar o fundo de emergência, investir a médio e longo prazo ou amortizar créditos.

É uma estrutura simples, sem necessidade de registar cada gasto. Basta rever uma vez por mês para garantir que se mantém o equilíbrio. Por isso, é ideal para quem está a começar a organizar as finanças ou para quem procura um sistema de controlo financeiro eficaz, mas pouco burocrático. Ajuda a ganhar consciência dos hábitos de consumo e incentiva a criação de metas financeiras realistas, sem sacrificar a qualidade de vida.

2. Sistema de envelopes: controlo visual e eficaz

O sistema de envelopes é um método clássico de orçamento que continua a funcionar — tanto em papel como em formato digital. A ideia é dar a cada categoria de despesa um montante fixo no início do mês e garantir que não se ultrapassa esse valor.

Como funciona na prática

  • Crie uma lista de categorias: por exemplo, alimentação, transportes, lazer, cuidados pessoais.
  • Defina um valor para cada categoria com base no rendimento e nas despesas anteriores.
  • Guarde esse valor em envelopes físicos (com dinheiro em numerário) ou use subcontas no banco ou apps de gestão financeira para separar o dinheiro.

Quando o envelope fica vazio, o gasto nessa área termina — simples e direto. Isto ajuda a travar impulsos, sobretudo em compras não essenciais.

É um método ideal para quem prefere o controlo visual e físico do dinheiro. Também funciona bem para orçamentos semanais, facilitando o controlo em períodos mais curtos e permitindo ajustes rápidos caso surjam imprevistos.

Hoje em dia, muitas pessoas adaptam o sistema aos pagamentos digitais, usando cartões pré-pagos, apps com orçamentos por categoria ou alertas automáticos. O princípio é o mesmo: cada euro tem um destino, e há um limite claro.

3. Orçamento zero: cada euro com um propósito

O orçamento zero, também conhecido como zero-based budgeting, é uma abordagem mais detalhada à gestão financeira. Neste método, cada euro do rendimento mensal recebe um destino logo à partida. A lógica é simples: rendimento menos despesas deve ser igual a zero. Não significa gastar tudo, mas sim atribuir uma função a cada cêntimo — seja para pagar contas, investir, poupar ou gastar com propósito.

Exemplo prático:
Se uma pessoa recebe 1.200 euros por mês, esse valor deve ser totalmente distribuído entre despesas fixas, variáveis, poupanças e objetivos financeiros. Isso pode incluir desde o pagamento da renda e das contas, até às idas ao cinema, à constituição de um fundo de emergência ou a pequenos prazeres do dia a dia.

A principal vantagem do orçamento zero é o controlo total sobre o dinheiro. Nenhum valor fica esquecido ou gasto sem intenção. Este método exige planeamento, revisão regular das prioridades e flexibilidade para adaptar o orçamento quando surgem despesas inesperadas.

É especialmente eficaz para quem tem rendimentos irregulares, como trabalhadores independentes, ou para quem pretende eliminar dívidas com maior rapidez. Também é uma excelente escolha para quem já tem hábitos financeiros organizados e quer otimizar ao máximo o uso do rendimento mensal.

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