O Governo anunciou a extensão do passe de transportes gratuito a todos os jovens até aos 23 anos, independentemente de serem estudantes ou não (recorde-se que, antes, eram apenas gratuitos para quem estivesse a frequentar o ensino).

Esta decisão faz parte de um conjunto mais amplo de políticas que visam promover a acessibilidade dos transportes públicos, aliviar a pressão financeira sobre as famílias e incentivar o uso de transporte sustentável nas cidades.

A medida do executivo de Luís Montenegro deverá abranger, assim, mais 200 mil jovens do que a anteriormente implementada por António Costa.

Com esta nova medida, o benefício é alargado a todos os menores de 23 anos, independentemente da sua situação académica ou laboral, proporcionando um alívio financeiro significativo para estudantes universitários, estagiários e jovens trabalhadores.

O passe gratuito será válido em todos os meios de transporte público, incluindo autocarros, comboios, metros e elétricos, abrangendo as principais áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, assim como outras regiões do país. A implementação desta medida ocorrerá de forma faseada, com o objetivo de garantir que todos os jovens possam usufruir do benefício o mais rapidamente possível.

Aliviar orçamento das famílias

Um dos principais objetivos desta medida é aliviar a carga financeira sobre as famílias. Os custos de transporte podem ser um fardo significativo para muitos agregados familiares, especialmente aqueles com vários filhos em idade escolar ou universitária.

Outro objetivo essencial é promover o uso dos transportes públicos entre os jovens, um grupo demográfico essencial para o futuro da mobilidade sustentável. O aumento da utilização de transportes públicos também poderá ter um impacto positivo na redução de emissões de carbono, contribuindo para as metas climáticas do país.

Apesar dos benefícios evidentes, a medida não está isenta de desafios. Um dos principais pontos de debate é o financiamento da iniciativa. A implementação de um passe gratuito para todos os jovens até aos 23 anos envolve custos consideráveis para o Estado e as autarquias. No entanto, o governo argumenta que os ganhos a longo prazo, tanto em termos económicos como ambientais, compensarão o investimento inicial.

Outro desafio será garantir que os sistemas de transporte estejam preparados para lidar com o aumento da procura. O reforço da frota de autocarros, comboios e metros, especialmente nas horas de ponta, será essencial para assegurar que os jovens tenham acesso a um transporte público eficiente e confortável.

Passe Social+ em todo o país

O Governo decidiu também alargar o Passe Social + (que vai chamar-se Passe Circula.pt) a todo o território continental (até agora, existia apenas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto), a desempregados de longa duração e a cidadãos com incapacidade igual ou superior a 60%, devendo abranger mais 100 mil pessoas do que actualmente.

Passe ferroviário verde

Outra medida anunciada pelo executivo foi Passe Ferroviário Verde, um sistema através do qual será permitido, a partir de 21 de Outubro, viajar em segunda classe nos comboios Intercidades, nos Regionais e Inter-Regionais, operados pela CP, pagando 20 euros por mês.

Para viajar neste modelo, é necessária a reserva obrigatória de lugar com uma antecedência máxima de 24 horas, nas bilheteiras da CP ou nas “novas Máquinas de Venda Automática instaladas nas estações da área Metropolitana de Lisboa”.

Segundo a CP,em breve, estará disponível a reserva de viagem para o Intercidades na bilheteira online e na App CP, sendo que é permitido reservar lugar, sem custos, no máximo para duas viagens por dia.

O passe pode ser carregado com 20 euros para 30 dias, com 40 euros para 60 dias ou com 60 euros para 90 dias, no Cartão CP, que tem um custo de seis euros (três euros para estudantes).

Da medida ficam de fora os comboios Alfa Pendular e Internacional Celta, bem como a primeira classe dos Intercidades. Nos urbanos, a medida será aplicável a Coimbra, enquanto em Lisboa será apenas possível viajar no percurso fora da área metropolitana (percurso Carregado-Azambuja).

No Porto, aplica-se a mesma lógica, incluindo-se os percursos fora da área metropolitana, ou seja, Vila das Aves-Guimarães, Paredes-Marco de Canaveses, Paramos-Aveiro e Lousado-Braga.

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