Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
23 Jun, 2023 - 12:24

Alternativas à faculdade: opções para um rumo diferente

Catarina Milheiro

Por volta dos 18 anos são comuns as perguntas sobre as candidaturas ao ensino superior. Mas que alternativas à faculdade existem?

pessoa a pesquisar alternativas à faculdade

Terminado o 12º ano, é altura de começar a preparar o estudo para os exames nacionais que se avizinham e que se transformam na porta de entrada para o ensino superior. Depois, vem a altura da seleção dos cursos e da tão temida candidatura. Ora, este é o cenário mais comum entre os jovens. Mas o que pode fazer quem não quer seguir este caminho e procura alternativas à faculdade?

A pressão é muita e o esperado é que os estudos sejam prosseguidos sem qualquer tipo de interrupção, logo a seguir a finalizar o secundário. Afinal, é o sonho de todos os pais.

Contudo, pode não ser o desejo do jovem. Nesse sentido, têm vindo a surgir cada vez mais alternativas que ganham popularidade entre os que preferem não dar este salto.

Parece, portanto, normal que sintam algum receio, especialmente quando querem tomar a decisão certa e, muitas vezes, não sabem quais são as suas opções. Neste sentido, está na altura de esclarecer todas as dúvidas.

Quais as alternativas à faculdade disponíveis?

“Qual o curso que vou escolher?” ou “Quais são as alternativas à faculdade que existem?” são, provavelmente, as questões que os jovens mais colocam a si próprios durante o secundário.

A verdade é que o sistema de ensino está programado para desembarcar na entrada na faculdade, pelo que, desde cedo, a escolha do curso e os cálculos das médias são temas que ocupam o pensamento dos alunos, especialmente quando há pressão por parte da família.

Porém, ainda que a maioria pense de forma diferente, existem muitos jovens que não querem ingressar no ensino superior após o secundário. E se alguns precisam apenas de uma pausa temporária, outros querem mesmo seguir uma vida que não inclui o investimento exigido por um curso superior.

Seja por motivos financeiros, por gosto pessoal ou porque não reconhecem utilidade num diploma universitário, há muitos estudantes que não se identificam com a ideia de ingressar no ensino universitário, procurando, portanto, alternativas à faculdade.

A melhor parte? Terá sempre a oportunidade de ingressar no ensino superior mais tarde, caso assim o deseje, graças ao regime especial para maiores de 23 anos, que garante vagas para jovens que:

  • Não tiveram oportunidade de estudar mais cedo no ensino superior;
  • São diplomados que procuram uma reconversão profissional;
  • Pretendem reciclar conhecimentos;
  • São desempregados que apostam numa formação de nível superior.

Para quem precisa de se decidir por um rumo e ainda não sabe bem por qual optar, ficam aqui 3 opções que poderão ser boa ideia.

empregada de café no regime de trabalho por turnos
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Investir num curso de formação profissional

Contrariamente à realidade de há alguns anos, atualmente a oferta em termos de cursos profissionais parece aumentar a cada ano. Não admira, portanto, que muitos jovens prefiram optar por esta via em alternativa a seguir um curso universitário, mais caro e moroso.

Um curso profissional garante a aquisição de conhecimentos e competências necessárias ao bom desempenho de determinada profissão. Significa isto que é uma formação bastante mais prática e específica do que um curso superior e direcionado para o desempenho de uma função concreta. De facto, até os recrutadores começam a valorizar cada vez mais este tipo de experiência.

Para além disso, esta é também uma excelente opção para aqueles que ainda não sabem muito bem o que querem seguir e que pretendam ingressar no ensino superior. Assim, através destes cursos, poderão ter a certeza da área com que realmente se identificam adquirindo conhecimentos mais práticos.

Assim, se quiser optar por este caminho, saiba que irá adquirir competências específicas de uma determinada profissão. Relembrando ainda que, os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSP) não conferem grau académico. Contudo, a sua conclusão com aproveitamento, atribui o diploma de técnico superior profissional.

Escolas Profissionais

Se não sabe que curso escolher ou que escolas têm este tipo de oferta, deixamos uma lista com alguns exemplos:

  • Escola Artística e Profissional Árvore: cursos disponíveis em Design de Moda, Desenho Digital, Técnico de Design de Comunicação Gráfica, Animação 2D e 3D e ainda Multimédia;
  • ECP Escola de Comércio do Porto: curso de Técnico Comercial, curso de Técnico de Comunicação e Serviço Digital, curso Técnico de Marketing e ainda curso Técnico de Operações Turísticas;
  • ECL Escola Comércio Lisboa: dispõe de cursos em diversas áreas como Organização de Eventos, Vendas e Marketing, Receção Hoteleira, Comunicação e Serviço Digital, Vitrinismo, Informática e muito mais;
  • ETAP Escola Profissional: com 4 pólos em regiões do país distintas, esta escola oferece cursos profissionais em áreas como Artes Gráficas, Auxiliar de Farmácia, Cabeleireiro, Design de Moda, Pasteleiro, Desporto, entre outros;
  • EPED Escola Profissional de Educação para o Desenvolvimento: curso de Animador Sociocultural, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Gestão, Técnico de Gestão do Ambiente e Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos;
  • Balleteatro Escola Profissional: para quem quer estudar dança ou teatro, esta é a escola ideal;
  • Profitecla Escola Profissional: com diversos pólos localizados um pouco por todo o país, esta escola disponibiliza vários cursos profissionais em áreas como Direito e Solicitadoria, Auxiliar de Saúde, Comércio, Vendas e Marketing, Comunicação e muito mais;
  • Escola Profissional do Vale do Tejo: disponibiliza cursos como o de Técnico de Cozinha/Pastelaria, Técnico de Turismo, Técnico de Informática de Gestão ou ainda Técnico de Multimédia;
  • Escola Profissional da Praia da Vitória: curso de Técnico de Ação Educativa, Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, Programador de Informática, Técnico de Instalações Elétricas e muito mais.

Requisitos necessários para ingressar num curso profissional

  • Ter pelo menos o 9º ano concluído;
  • Ter até 19 anos de idade;
  • Querer desenvolver competências técnicas e pessoais numa determinada área específica (não excluindo a hipótese de prosseguirem os estudos).

Relembramos que estas são apenas algumas escolas espalhadas por todo o país, que disponibilizam cursos profissionais como uma alternativa à faculdade. Se ainda tiver dúvidas, conheça mais de 200 escolas profissionais e respetivos cursos aqui.

2

Arranjar um emprego

Embora tenha vindo a descer sucessivamente desde 2013, a triste notícia é que a taxa de desemprego referente a licenciados ainda se encontra nos 5,8%.

Ora, esta informação costuma levar os jovens a colocar uma questão muito pertinente: afinal, qual é a utilidade de uma licenciatura nos dias que correm?

Neste contexto, não admira que muitos sejam aqueles que preferem enveredar logo pelo mundo laboral e procurar um emprego após a conclusão do secundário. Consideram que o investimento de cerca de 1000€ anuais, durante 3 ou 5 anos, não se justifica e preferem investir o seu tempo num emprego que lhes dê um ordenado garantido todos os meses.

Seja por questões financeiras ou simplesmente por uma convicção pessoal, esta é a escolha de muitos jovens que acabam por colocar de parte a hipótese de se candidatarem à faculdade após a escolaridade obrigatória.

3

Fazer um gap year

Como nem todos os jovens pensam em riscar totalmente dos seus planos a entrada na universidade, surge também a hipótese de fazer um gap year. Esta é, aliás, uma das alternativas à faculdade que se tem tornado cada vez mais popular entre os estudantes e que tem conquistado muitos praticantes.

Um gap year, também conhecido como ano sabático, é um ano em que os jovens fazem uma pausa dos estudos para pensar sobre aquilo que querem fazer no futuro. No entanto, desengane-se quem julga que é um ano desperdiçado em casa a ver TV.

O objetivo é que invistam em si próprios: podem viajar e conhecer novas culturas (a escolha mais popular), aprender novas línguas ou investir num hobby que se transforme numa nova competência (como, por exemplo, costura), entre tantas outras hipóteses.

Em alguns casos, a escolha pode até passar por trabalhar no estrangeiro ou participar num programa de voluntariado.

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