Inês Pereira
Inês Pereira
05 Out, 2018 - 12:00

Asma felina: o que é, sintomas e tratamento

Inês Pereira

Mais comum em fêmeas, a asma felina é uma doença que afeta vários gatos e preocupa qualquer dono. Conheça agora este problema e as suas causas.

Asma felina: o que é, sintomas e tratamento

O que têm em comum a mudança de estação, o pó, o pelo de animais e o pólen? Exatamente, todos provocam crises de alergias, sendo que muitas delas incluem os tão horríveis problemas respiratórios. Mas e se dissermos que nem só os humanos sofrem com asma e tosse alérgicas? Pois é, o seu gatinho pode enfrentar o mesmo problema, uma vez que não seria de estranhar se sofresse de asma felina – uma doença mais frequente do que pode imaginar.

Bastante semelhante à sua versão humana, a asma felina é, muitas vezes, confundida com simples problemas causados pela existência de bolas de pelo no estômago e garganta do animal (um fenómeno que não passa da acumulação de pelo no estômago, fruto das lambidelas habituais de limpeza de qualquer gato). Contudo, trata-se de um problema bem mais grave, já que inflama e estreita as vias respiratórias.

Embora seja mais comum em gatos com menos de 8 anos, a asma felina não discrimina sexo nem idade, podendo afetar qualquer gato. O melhor é ficar a saber tudo sobre esta doença, incluindo as suas causas e possíveis tratamentos, e garantir a saúde do seu amigo de 4 patas.

Tudo sobre a asma felina

saiba tudo sobre a asma felina

A asma felina, também conhecida como bronquite alérgica felina, pode definir-se como uma doença crónica das vias aéreas. Esta condição, que afeta cerca de 5% dos gatos, surge tal e qual como a asma alérgica humana: o sistema imunitário do animal reage de forma excessiva à presença de um agente externo que se apresenta como um alergénio.

O resultado são espasmos musculares nos brônquios, um excesso na produção de muco e inflamação das vias respiratórias. Embora os sintomas sejam semelhantes nem todos os gatos reagem da mesma forma, pelo que a reação alérgica pode ser classificada como leve, moderada ou potencialmente fatal.

Embora não tenha sido detetado nenhum componente genético específico que explique o aparecimento desta doença, sabe-se que é um problema mais comum entre gatos com rostos achatados, especialmente quando a raça é braquicéfalagatos persas e gatos himalaias são, portanto, mais suscetíveis. A braquicefalia traduz-se num encurtamento do diâmetro do crânio, o que, obviamente, interfere com as vias respiratórias dos animais e dificulta processos que de outra forma seriam mais simples.

Posto isto, importa saber o que pode causar esta doença ao seu fiel amigo, de modo a fazer o máximo para evitar as possíveis fontes de asma felina:

  • Ácaros;
  • Pólen;
  • Fumo de cigarro;
  • Spray de cabelo (laca, por exemplo);
  • Mofo;
  • Desodorizantes;
  • Produtos de limpeza;
  • Anti-pulgas;
  • Fumo de chaminé;
  • Poeira da areia para gatos (especialmente se tiver odores).

Curiosamente, e ao contrário do que se possa pensar, nem só de fatores externos se faz o perigo de asma felina. Acontece que esta é uma condição que pode ser causada por aspetos tão simples (e habitualmente desvalorizados) como o frio, o calor, o stress do animal e, até mesmo, o seu peso.

Sintomas

Diagnosticar a doença precocemente é absolutamente essencial para que se controlem os sintomas e se evitem problemas mais graves. O diagnóstico é feito não só através da observação dos sinais clínicos mas também de radiografias torácicas, da exclusão de outras patologias com sintomas semelhantes e da citologia da lavagem bronco alveolar. O último procedimento é feito com recurso a anestesia geral e é o método de eleição nestes casos.

A ida ao veterinário e a realização de exames específicos são cruciais para diagnosticar e tratar corretamente a asma felina. Isto porque os sintomas são facilmente confundidos com outros problemas, como infeções parasitárias, insuficiência cardíaca e broncopneumonia. Resultado? Sem os procedimentos mais acertados, esta doença pode mesmo ser fatal.

Como seria de esperar, e tal como acontece com a versão humana, a asma felina manifesta-se através de sintomas associados às vias respiratórias. Contudo, existem sinais menos óbvios da doença. É importante que conheça todos para estar atento e salvaguardar o bem-estar do seu animal:

  • Dificuldades respiratórias;
  • Tosse seca e constante;
  • Respiração acelerada e ruidosa;
  • Vómitos e reflexos de vómito;
  • Respiração de boca aberta;
  • Espirros;
  • Sensibilidade na traqueia (quando lhe tocam);
  • Apatia;
  • Pescoço esticado e costas arqueadas aquando de um episódio de tosse.

Tratamento

saiba como tratar a asma felina

Como acontece com tantas outras condições, o melhor tratamento para a asma felina é mesmo a prevenção. Ora, isto implica uma atenção redobrada ao ambiente com o qual o gato contacta diariamente. É também muito importante que pergunte ao veterinário qual a alimentação mais adequada ao seu companheiro felino, de modo a evitar ingredientes que possam despoletar qualquer reação alérgica ou inflamação.

Quando detetada, a asma felina é habitualmente tratada através de terapia inalada, um procedimento de ação rápida e praticamente inofensivo no que se refere a efeitos secundários. O objetivo é eliminar o muco bronquial e melhorar a respiração do animal.

No entanto, nem só desta forma se controla a doença. Em alguns casos, podem ser também administradas vacinas, medicamentos orais diários, antibióticos (quando existe infeção bacteriana) ou imunoterapia.

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