Diogo Campos
Diogo Campos
05 Dez, 2016 - 09:02

Semana 5: até à próxima, Florianópolis!

Diogo Campos

Estamos a entrar numa fase da viagem, em que começamos a esquecer os nomes de algumas pessoas que aqui se cruzaram no nosso caminho.

Semana 5: até à próxima, Florianópolis!

A viagem tem sido intensa e poucos são os dias em que não conhecemos ou visitamos alguém ou algo diferente.

Na nossa primeira noite fomos recebidos com as caipirinhas feitas pelo Mohamed, um dos cinco fundadores do projeto que tem menos de um ano e que neste momento é um hostel, mas o desejo para o futuro é que se torne um espaço cultural da cidade.

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Eu e a Susana ajudámos todos os dias com três horas diárias na limpeza. Limpámos vidros, cozinha , casas de banho, fizemos combustagem e pendurámos uns vasos feitos a partir de garrafas de plástico na rua, para que quem passe possa semear uma semente.

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Na segunda-feira foi noite da super lua e fomos até à praia ver o nascer da lua no mar. Criou-se um pequeno algomerado de pessoas nas altas e extensas dunas de areia da praia. Quando começou a escurecer acendeu-se uma pequena fogueira ao longe. Mas as nuvens teimavam em não sair da linha do horizonte e o efeito da grande lua perdeu-se. Ainda assim foi um momento que levaremos para a eternidade.

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No dia seguinte era o nosso dia de folga e tínhamos previsto ir fazer a trilha de três horas até à lagoinha do leste, uma praia selvagem onde a civilização mais próxima está a uma hora de distância a pé. Acordei e vi o céu carregado, o piso estava molhado e quando entrámos no autocarro a chuva começou a cair cada vez com mais força.

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Dentro de mim acreditei que ia passar e conseguiríamos fazer a trilha. E assim foi. O início da trilha tem um mural com os vários ténis, botas e chinelos que não sobreviveram ao caminho. Pouco tempo depois de a termos iniciado, dois jovens estavam a voltar para trás, diziam que o caminho era íngreme e longo. Sabíamos que assim era e apenas tornou a caminhada mais desafiante.

Passámos por mata cerrada, que nos fazia duvidar se o caminho era por ali, fizémos mini escaladas, atravessámos precipícios, até que ao fim de três horas fomos presenteados com uma bela vista do alto da montanha sobre a praia.

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Depois da última descida e finalmente com os pés na areia demos um cumprimento de vitória que reparámos que se repetia sempre que alguém chegava à praia. Foi certamente a uma das trilhas mais bonitas que fizemos no Brasil. Além de que a praia era fabulosa e estava praticamente vazia.

Florianópolis deixou as nossas pernas mais musculadas e a minha vontade de viajar aguçada depois de ouvir histórias de viagens fantásticas. Um francês esteve a viver durante um ano no Peru entre a praia, a montanha e a selva. Um brasileiro ficou sem dinheiro a 54km de casa e demorou três dias a lá chegar, acabando por dormir ao relento na estrada sem saco de cama nem tenda, mas com um brilho no olhar de felicidade. E um português que ao final de três anos e meio a viajar, com histórias sem fim, quer parar e estabelecer raízes na Argentina.

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Agora vamos para a cidade de São Paulo, o único lugar em toda a viagem onde quem nos vai receber é alguém que já conhecemos. Logo de seguida, ainda no estado de São Paulo, vamos para a cidade das flores… Holambra, onde ficaremos em casa de uma professora da escola que a Susana vai visitar, que prontamente aceitou receber-nos. Até lá!
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