Viviane Soares
Viviane Soares
07 Jun, 2018 - 09:00

Barroca: com o pé nas águas frescas do Zêzere

Viviane Soares

No caminho que nos leva ao rio Zêzere há antigos moinhos, um pinhal e gravuras rupestres. Aqui é a Barroca, a casa mãe da Rede das Aldeias do Xisto.

Barroca: com o pé nas águas frescas do Zêzere

A Barroca é a primeira Aldeia do Xisto a saudar o Zêzere no seu curso em direção ao Tejo. O rio sempre interferiu com a história da aldeia, conferindo-lhe solos férteis e húmidos para a agricultura – à base de produtos importantes como a batata, o milho e o feijão, fonte de sustento de muitos agregados familiares.

A aldeia, por sua vez, não deixou de interferir com o rio: construiu açudes, moinhos, pontes e um grande sentido de comunidade. Na Barroca continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira.

Barroca: centro dinamizador das Aldeias doXisto

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A Aldeia do Xisto da Barroca está situada nas vertentes da serra da Gardunha, a apenas 30 quilómetros do concelho do Fundão. É a sede da Rede e das Lojas das Aldeias do Xisto, um projeto que veio dinamizar a região das terras do interior centro de Portugal.

A Rede das Aldeias do Xisto agrega o potencial turístico regional reflectido na arquitectura, nas referências paisagísticas, na gastronomia e nas tradições, entre outros elementos culturais distintivos apresentados em produtos e serviços de excelência.

Este é, também, um projecto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com Municípios da Região Centro e com mais de 100 operadores privados que actuam no território.

Os objectivos das Aldeias do Xisto são a preservação e a promoção da paisagem cultural do território, a valorização do património arquitectónico construído, a dinamização do tecido sócio-económico e a renovação das artes e ofícios tradicionais.

A sede da Rede funciona na Casa Grande, antigo solar do séc. XVIII, também conhecido por edifício senhorial da Família Fabião.  Atualmente acolhe:

  • As instalações da Junta de Freguesia da Barroca
  • ADXTUR
  • O Centro de Interpretação da Arte Pré-Histórica do Poço do Caldeirão
  • A Loja Aldeias do Xisto da Barroca

Barroca: na Rota da Arte Rupestre do Pinhal Interior

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A arte rupestre das Aldeias do Xisto é, sem dúvida alguma, um inestimável património histórico e arqueológico deste território das terras do interior.

Dois desses conjuntos de gravuras já identificados são o Poço do Caldeirão – que se localiza, precisamente, na Barroca, Município de Fundão – e Chãs d’Égua (Piódão, Município de Arganil), encontrando-se já em avançado estado de estudo, levado a cabo por entidades nacionais com autoridade na matéria.

Junto ao rio Zêzere, no caminho para o Poço do Caldeirão, descobrem-se antigos moinhos, antes de se atravessar a ponte pedonal para a outra margem, onde surgem logo mais exemplares de arte rupestre das Aldeias do Xisto, gravados na rocha há milhares de anos.

Aqui existem duas rochas xisto-grauváquicas, decoradas com gravuras rupestres de clara tipologia paleolítica, com representações de equídeos e caprídeos, com data de entre 20.000 e 15.000 anos a.C. Enquadram-se nas fases antigas do ciclo rupestre do Vale do Côa.

Visite a Barroca e surpreenda-se!

Agora, com uma plataforma de booking (sem intermediários) – a Book in Xisto – poderá alugar uma casinha de xisto nas imediações da aldeia ou em qualquer uma das outras 26 Aldeias do Xisto distribuídas pela região do Zêzere, Tejo-Ocreza, Serra da Lousã e Serra do Açor, ou ficar instalado numa unidade de turismo rural da região. Além disso, poderá também planear um conjunto de experiências – caminhadas, visitas a algumas das cascatas mais bonitas do país, passeios de barco, de BTT, festas tradicionais, circuitos de pesca e desportos radicais. Espreite, vai ficar encantado!

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