Júlia de Sousa
Júlia de Sousa
06 Mar, 2015 - 10:05

As 10 carreiras profissionais mais ameaçadas

Júlia de Sousa

O mercado de trabalho está em constante mudança e há carreiras profissionais ameaçadas. Saiba quais são. 

As 10 carreiras profissionais mais ameaçadas
As notícias não são as melhores para algumas profissões, mas a verdade é que há carreiras profissionais ameaçadas. A novidade foi avançada pelo site norte-americano CareerCast (um portal de emprego), no seu relatório anual Job Rates 2014 e que elaborou um estudo onde lista as profissões que podem estar em risco de “extinção”. Descubra quais.

“Espécies” profissionais em risco

O veredito está lançado.
Uma das sugestões possíveis: se quer sentir-se em segurança no seu emprego no futuro, o melhor é evitar profissões que envolvam papel, por exemplo. Pode parecer exagerado, mas a verdade é que a forte – e cada vez mais crescente – mecanização da indústria em muito contribuiu para que certas carreiras profissionais estejam ameaçadas.
O relatório do CareerCast, com base nos dados do Gabinete de Estatísticas Laborais dos Estados Unidos da América (EUA), calculou a probabilidade de sobrevivência de cada uma das seguintes profissões tendo em conta a média salarial e as perspetivas de aumento ou queda na contratação de profissionais até 2022.
Conheça agora o ranking das profissões em risco.

1. Carteiro

É fácil de perceber o que coloca a profissão de carteiro no top da lista das carreiras profissionais ameaçadas. Longe vão os tempos em se esperava com ansiedade a chegada do carteiro. Nos dias que correm, a comunicação faz-se essencialmente através dos meios digitais – dada a acessibilidade e rapidez que permite – fazendo desta uma das profissões que nos anos que se avizinham pode sofrer uma queda severa no número de postos de trabalho.

2. Agricultor

Os trabalhos agrícolas são cada vez mais realizados com recurso a máquinas, que acabam por substituir os profissionais desta área, por possibilitarem a realização de várias tarefas com mais rapidez e com recurso a menos mão-de-obra.

3. Técnico contador

Também conhecidos como revisores ou contadores (da água ou eletricidade), estes profissionais podem ver a sua carreira em risco nos próximos anos, graças à implementação de tecnologias que possibilitam a leitura dos dados à distância.

4. Jornalista de imprensa escrita

É já um habitué neste tipo de rankings. Depois de ter sido considerada um dos piores empregos de 2014, agora também integra a lista das carreiras profissionais ameaçadas. Mas a verdade é que já há muito que se percebeu que a imprensa escrita está longe de viver a sua “era de ouro”. A diminuição do número de subscritores de publicidade e a tendência (cada vez mais visível) dos leitores trocarem o jornal impresso pelas edições digitais, explicam a inclusão neste ranking. E as consequências já se começam a visualizar, já que são vários os grupos de media (mesmo os gigantes) que têm vindo a dispensar – para não dizer despedir – muitos dos seus jornalistas.

5. Agente de viagens

Pode até ser uma das melhores profissões para quem gosta de viajar, mas nem isso coloca a salvo os agentes de viagens. E porquê? Porque os turistas são cada vez mais autónomos e escolhem marcar as suas viagens por si mesmos, quando e onde quiserem. E a culpa recai novamente sobre as imensas possibilidades que a internet oferece, já que existem imensas agências que oferecem serviços de o agendamento da viagem online, possibilitando a criação de um pacote à medida do utilizador.

6. Lenhador ou Madeireiro

Cá está outra das piores de 2014 e também ela em risco. E também aqui a justificação recai sobre os avanços tecnológicos na indústria, que requer menos mão-de-obra humana. Mas não só. A queda na produção e venda de papel, também tem influência no declínio da profissão.

7. Assistente de Bordo

É caso para dizer que esta profissão está em todas. É uma ótima profissão para quem gosta de viajar, mas as suas peculiaridades também fazem dela uma das piores de 2014. E agora, uma das ameaçadas. E se a indústria aérea parece estar bem de saúde, a verdade é que existem várias companhias que enfrentam graves problemas. E mesmo que a profissão não registe grandes quedas no número de postos de trabalho, o mais certo é também não registar crescimento nos próximos anos.

8. Operários fabris

Que esta área está em clara crise já não é novidade para ninguém. Além das dificuldades das empresas, dos despedimentos em massa ou das falências, há ainda que considerar a mecanização das linhas de produção que dispensa o recurso a tantos profissionais.

9. Trabalhadores da indústria gráfica

Um exemplo que demonstra o efeito dominó para algumas áreas profissionais relacionadas. Pegando neste ranking, basta pensar: se os jornais não vendem e se não há produção de papel – sem falar claro da mecanização da indústria – é fácil de perceber o que faz desta uma das carreiras profissionais ameaçadas. Definitivamente as perspetivas não são as melhores para quem trabalha com papel.

10. Agentes de cobrança

Também conhecidos como inspetores tributários ou cobradores de impostos. Não se pode dizer que sejam os profissionais mais amados no mundo laboral e agora graças ao recurso aos meios digitais a profissão pode estar perto do fim.
 

Futuro: o que esperar?

Ninguém sabe. O que sabemos é que embora o ranking se baseie em dados dos EUA, está muito próximo da realidade portuguesa.
Ainda assim, se está entre os profissionais da lista não adianta de nada desesperar. O futuro é incerto e desconhecido para todos e qualquer área profissional (em risco ou não) está sujeita a mudanças. Tal como dizia Mark Strand (poeta norte-americano): “O futuro está sempre a começar agora”.
 
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