Hugo Moreira
Hugo Moreira
14 Mai, 2010 - 00:00

Como aplicar o seu dinheiro

Hugo Moreira

A maioria das instituições bancárias aconselha a aplicar o capital em produtos estruturados e depósitos de taxa crescente. Conheça os argumentos dos bancos na hora de aplicar o seu dinheiro.

Como aplicar o seu dinheiro

O tempo não está para grandes gastos, mas a crise financeira veio reforçar o valor da poupança para muitas famílias portuguesas. Se tem algum dinheiro para aplicar e não quer deixar o capital a render pouco, ou nada, saiba o que as instituições bancárias a operar em Portugal têm para lhe oferecer.

Se não tem a noção sobre qual a melhor forma de fazer um investimento, convém ir ao banco com algumas noções.

Como aplicar dinheiro no banco

Numa visita como cliente mistério por onze balcões de instituições bancárias a operar em Portugal, o “Diário Económico” (DE) chegou a conclusões curiosas. São comuns imprecisões no balcões de aconselhamento dos bancos, no que diz respeito às melhores opções a tomar em caso de investimento a médio-longo prazo, com um montante de 10 mil euros.

Depósitos de taxa crescente

Existe um padrão – os produtos financeiros mais recomendados foram os depósitos de taxa crescente, cuja remuneração sobe de semestre em semestre. São cada vez mais frequentes devido à expectativa de subida das taxas de juro a médio prazo e tornam-se mais atractivos já que a remuneração dos depósitos tradicionais está muito baixa. Mas esta não é a única forma que os bancos têm na hora de cativar os seus clientes.

Produtos estruturados

É também frequente a recomendação de produtos estruturados, afastando assim o investimento dos mercados bolsistas. Porém, continuam a ser produtos financeiros demasiado complexos e com “truques” por vezes difíceis de entender. Desde 2008 que os produtos estruturados fazem parte das múltiplas campanhas publicitárias dos bancos, com promessas de “valor duplo”, “duplo investimento” ou “super rendimento”. Porém não existem fórmulas mágicas e o investidor terá de estar atento.

Recorde-se que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Associação de Defesa do Consumidor, em relatórios recentes, desaconselhavam a subscrição de produtos financeiros complexos.

Depois paira a dúvida se, nas opções de investimento apresentadas ao cliente mistério, prevaleceram critérios de selecção mediante o perfil do cliente ou recomendações feitas com o intuito de cumprir objectivos comerciais. Na ‘prospecção do mercado’, o DE constatou que a maior parte dos bancos visitados aconselhou produtos que se encontravam em campanha.

Duração do investimento e perfil de risco

Em todos os bancos visitados pelo cliente mistério, foi colocada a questão sobre a duração do investimento, importante para saber que tipo de aplicações financeiras deveriam recomendar. A avaliação do perfil de risco do cliente foi igualmente alvo de atenção de três instituições bancárias, sendo que a grande maioria dos bancos demonstraram grande cautela na recomendação de produtos de risco mais elevado.

As leis do dinheiro

Por si só, o dinheiro não serve para nada, mas sim como forma de aceder a bens e serviços. Para dar a devida importância ao dinheiro e saber como o investir, o melhor é compreender exactamente o seu papel.

Muitos autores têm estabelecido diferentes leis sobre como administrar o dinheiro, contudo para as compreendermos há que perceber primeiro o verdadeiro significado do dinheiro. De acordo com Robert Kiyosaki, o dinheiro é uma ideia, o dinheiro em papel não serve para nada excepto para que haja um consenso humano em dar-lhe um certo valor. Segundo Steve Pavlina, o dinheiro é um meio de troca de valor, recebemos dinheiro se dermos algo de valor em troca e trocamos dinheiro por coisas que nos são valiosas.

Outros autores afirmam que o dinheiro é energia, pode ajudar a construir ou destruir, pode ser bem utilizado ou mal utilizado, pode aumentar ou diminuir, ou ser usado quer para gerar mais energia, quer para esgotá-la completamente. Para nos ajudarem a melhor compreender a administração do dinheiro, alguns autores defendem as seguintes leis:

1. A Lei de Parkinson: “As despesas tendem a igualarem-se ou a ultrapassar as receitas, a menos que algo seja feito para evitá-lo.” 

Isto é, se quisermos que os nossos rendimentos não sejam excedidos pelas despesas teremos que definir um limite e respeitá-lo.

2. A Lei da Conservação: “A riqueza é o que consegue acumular, e não o que é gasto.” 

Nos dias que correm qualquer pessoa pode ter tudo, e ao mesmo tempo, dever tudo: casa, carro, roupas de marca, etc.. O crédito permite gastarmos dinheiro sem o termos.

3. A Lei dos Capitais: “É preciso dinheiro para ganhar dinheiro.” 

Seja para iniciar um novo negócio, seja para ingressar num novo emprego, é sempre preciso dinheiro.

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