Luana Freire
Luana Freire
15 Ago, 2016 - 10:00

Depressão do Facebook: a nova patologia da web

Luana Freire

Depressão do Facebook, síndrome do Google, síndrome da chamada imaginária e apneia do Whatsapp. Já ouviu falar? Saiba como lidar com um problema que é real.

Depressão do Facebook: a nova patologia da web

Fazer inúmeros intervalos para abrir o Facebook, ver e rever o feed de notícias, e por último, não adormecer sem antes fazer scroll no App da rede social. É o seu caso? Se a resposta for não, pense melhor. Se for talvez, fique atento. Se definitivamente a sua reposta for um claro sim, é hora de abrir os olhos para a nova doença da internet: a depressão do Facebook.

O distúrbio faz parte do grupo já identificado como tecnopatologia, e não é o único. Sabe aquela conhecida necessidade de estar sempre “ligado”? Ela leva ao uso excessivo das tecnologias online, e é aí que reside o problema.

A depressão do Facebook nada mais é do que o conhecido “vício” resultante do uso desajustado da Internet. Esta nova doença não escolhe idade, raça ou religião e está, literalmente, à distância de um clique. Ou vários.

Depressão do Facebook

A depressão do Facebook “afeta as pessoas que têm necessidade de ver perfis de outros utilizadores como forma de reduzir a tristeza ao recordar momentos felizes do passado“, de acordo com a agência de comunicação Guess What.

Ao lado da empresa Evidentia Marketing e da agência de comunicação espanhola Torres & Carrera, a Guess What estudou os comportamentos online de 600 portugueses e 2600 espanhóis. O resultado é que podemos mesmo estar doentes.

 

Como identificar?

Para tornar ainda pior a situação, há mais mazelas por listar: a apneia do WhatsApp, o síndrome do Google e o síndrome da chamada imaginária são algumas das condições de alteração psicológica causadas pela exagerada necessidade de estar online.

Se a qualquer altura do dia faz pausas para ir ao tablet ou ao telemóvel, abre e fecha as suas redes sociais favoritas, e já está a ver a mesma imagem pela terceira vez… É provável que faça parte do grupo que desenvolveu alguma patologia pelo mau uso da Internet. E não está sozinho.


As tecnopatologias do estudo


Apneia do WhatsApp 

Abre o WhatsApp de forma compulsiva, com ou sem mensagens novas?


Síndrome da chamada imaginária

Já sentiu o telemóvel a vibrar e não passou de um engano? Já ouviu o telefone a tocar e era apenas o seu cérebro a enviar mensagens inventadas?


Síndrome do Google

Esta é mais complexa. O cérebro lembra-se de um determinado dado como consequência de poder aceder facilmente a essa informação a qualquer momento.


Nomofobia

A nomofobia e a ansiedade e o medo irracional de perder o telemóvel. Sabe aquela má sensação de ter deixado o aparelho em casa?


Hipersensibilidade eletromagnética

É uma alteração neurológica que afeta as pessoas que reagem de forma não convencional às radiações eletromagnéticas não ionizantes que os telemóveis e antenas de rádio emitem.
 


Reconhece-se em alguma destas tecnopatologias?

É provável que tenha sentido proximidade com o tema, e se for o caso, e acha que pode ser um dos afetados, comece a levar o assunto a sério. Mas então… o que fazer?

Um estudo publicado pela Universidade de Pittsburgh resume o assunto: “Há uma relação direta entre o uso das redes sociais e a depressão. O segredo é manter o equilíbrio e encorajar o uso positivo destas ferramentas. Quanto mais tempo os jovens adultos passam a usar as redes sociais, maior será a tendência para a depressão”.

Por isso, mãos a obra. É hora de desintoxicar o cérebro e viver mais o seu mundo real.


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