Júlia Rocha
Júlia Rocha
24 Nov, 2022 - 10:33

Doenças de pele: 13 mais comuns, causas e sintomas

Júlia Rocha

As doenças de pele são muitas mas existem umas mais comuns do que outras, com vários sintomas e tratamentos. Saiba tudo.

As estações do ano, a fase da vida em que nos encontramos, a poluição no ar e variados outros fatores, afetam o maior órgão do corpo humano: a pele. O número de doenças de pele diagnosticadas cientificamente é extenso.

Algumas doenças de pele podem ser sintomas de outros problemas de saúde, sendo que outras são o reflexo direto que algo está a afetar a nossa “armadura”. Durante as diferentes fases da vida, desde a infância à velhice, a pele reflete todas as nossas ações.

Tenha o cuidado de tomar conta dela: a hidratação é chave, seja em que idade e em que ambiente nos encontramos. Por mais repetida que seja a ideia, beber a quantidade recomendada de água é mesmo uma ajuda preciosa. Não deixe ainda de se aconselhar com profissionais dermatológicos para saber como resolver um problema em específico.

Por vezes, o problema que nos afeta pode não ser exclusivo desta especialidade médica. Apresentamos-lhe alguns dos casos mais comuns de doenças de pele das quais pode sofrer ao longo da vida.

Doenças de pele mais comuns

Acne

A acne é um problema extremamente frequente que se estima que afeta cerca de 80% dos jovens entre os 13 e os 20 anos. É uma doença inflamatória crónica dos folículos pilossebáceos da face, que são obstruídos pelo aumento da produção sebácea, o que se reflete nas borbulhas e pontos negros. Fatores genéticos, raciais ou ambientais podem também estar na sua origem. Recentemente a ideia de que alguns alimentos podem causar o acne foi desmistificada.

Tratamento: pode por vezes ser um pouco difícil de tratar, sendo que o acompanhamento médico é importante. Dermatologia, ginecologia e até endocrinologia são as especialidades que lidam com esta doença, suas causas e consequências. Os tratamentos podem ser tópicos, com cremes e loções de limpeza (este último fator é muito importante) ou pode ser necessário um tratamento sistémico, através de comprimidos (antibióticos e/ou contraceptivos orais).

Caspa

Uma das doenças de pele mais visíveis e desagradáveis. A caspa, ou dermatite seborreica, está ligada ao excesso de oleosidade no couro cabeludo, através de um fungo chamado de malassezia. Pode ser provocado por bactérias, quando o cabelo está mal lavado, pela má alimentação ou até por perturbações no sistema nervoso. Há sempre pessoas com mais tendência do que outras para desenvolver caspa.

Tratamento: se o caso for persistente e intenso, consulte um médico ou farmacêutico, para o melhor aconselhar. Se for uma ocorrência leve, experimente alguns remédios caseiros.

Eczema Atópico

Uma doença muito comum em crianças, reflete-se na inflamação e comichão na pele. É sobretudo uma reação da pele a estímulos que enquanto adultos, somos capazes de suportar melhor. Em cerca de 80% dos casos esta reação por parte da pele pode ser reflexo de asma e/ou rinite alérgica.

Os atópicos têm pele áspera e seca, porque dá-se uma falta de produção de gordura intercelular e incapacidade de reter água na camada córnea da epiderme. Pode ser acompanhada por comichões, nestas lesões que afetam bebés, sobretudo na zona do rosto e couro cabeludo.

Tratamento: cuidados específicos e especiais de higiene, aconselhados por um dermatologista e pediatra.

Frieiras

De nome científico perniose, as frieiras são uma resposta inflamatória ao frio. As lesões, que aparecem sobretudo nos dedos dos pés e das mãos, afetam sobretudo mulheres e crianças. Provocam ardor e dor, podendo evoluir para úlceras. O maior risco é a exposição ao frio.

Tratamento: eventualmente, normalmente depois de 2 ou 3 semanas, as frieiras vão ficando mais pequenas até desaparecerem. Para as prevenir, não deixe de usar luvas e meias quentes quando estiver muito exposto ao frio e use bálsamos hidratantes ou anti-inflamatórios para aliviar a sensação.

lergias

Do grupo das doenças de pele, são talvez o caso mais complexo. Chamam-se eczemas de contacto à reação que a pele tem em contacto com a substância que causa a alergia. Reflete-se em borbulhas, urticária, vermelhidão e comichão, sendo que por vezes podem surgir bolhas de água ou feridas. Regra geral, não são reações imediatas.

Tratamento: evitar o alergénio é, claro, a melhor maneira de evitar estas irritações. Faça testes para alergias de pele para saber o que deve evitar, consultando alergologistas. O tratamento tópico passa por cremes, pomadas e comprimidos que contenham cortisona.

Rosácea

A causa deste problema de pele é ainda desconhecida. Reflete-se por uma vermelhidão progressiva na cara, mais pronunciada nas maçãs do rosto. É também uma doença que afeta mais mulheres que homens, sobretudo dentro da raça caucasiana.

Tratamento: como se desconhece o que causa a rosácea, o tratamento baseia-se no controlo. É importante consultar um dermatologista para saber quais os melhores produtos que ajudam no combate. Cosméticos e medicamentos que contenham corticóides, apesar de ajudarem no alívio da vermelhidão, podem contribuir para agravamentos. Evite cosméticos irritantes, ambientes poluídos e exposição a temperaturas extremas.

Intolerância ao sol

A exposição solar controlada dá-nos todos os benefícios da vitamina D, mas a radiação ultravioleta absorvida pela pele, produz alterações na epiderme e derme, causando doenças de pele. Escaldões e o próprio bronzeado são danos causados a curto prazo, mas uma exposição prolongada e cumulativa pode causar envelhecimento precoce e cancro.

A exposição à luz do sol pode também agravar outras doenças cutâneas. A fotossensibilidade pode refletir-se em bolhinhas em zonas sensíveis.

Tratamento: uso obrigatório de protetor solar e evitar a exposição nas horas mais perigosas, em que o nível de raios ultra violeta está mais elevado. Em casos graves é necessário evitar por completo a exposição. A presença de um diagnóstico profissional é muito importante, consulte um dermatologista para tratar estes problemas.

Psoríase

Uma doença inflamatória que, além da pele, pode atingir as articulações ou as unhas. Afeta cerca de 2% da população e a sua causa não está descoberta, mas reconhece-se o papel da influência genética e fatores ambientais no seu desenvolvimento.

A intensidade é variável, apesar de elementos como stress, consumo de álcool e até mudanças de estação do ano poderem agravar os sintomas. A forma mais comum é a psoríase em placas rosadas, cobertas por escamas brancas.

Tratamento: infelizmente, como se trata de um problema crónico, o tratamento baseia-se mais uma vez no controlo, através de cremes e pomadas, medicamentos sistémicos e tratamentos com raios ultravioletas. O paciente deve ser sempre acompanhado pelo dermatologista e é possível que haja necessidade de fazer alterações no estilo de vida, de forma a ter práticas mais saudáveis.

Melanoma

O caso mais grave, o melanoma é o tipo de cancro de pele mais agressivo e maligno. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais. Este tipo de cancro resulta da transformação maligna dos melanócitos, as células que produzem melanina (responsáveis pela coloração da pele).

Pode surgir em sinais pré-existentes, por isso deve estar atento a alterações de tamanho, cor e textura; ou no surgimento de novos sinais. O melanoma está ligado ao sofrimento de escaldões em diferentes fases da vida.

Tratamento: novamente, é importante repetir que o diagnóstico precoce é fundamental. Nestes casos, uma intervenção cirúrgica pode ajudar a resolver o problema.

Pele Seca

Também conhecida como xerose cutânea, a pele seca reflete a falta de água na camada exterior da pele. Reflete-se na descamação da pele ou em pequenas fissuras superficiais, assim como na formação de linhas brancas muito finas.

Pode causar comichão, em reação ao contacto com ar ou água muito quentes ou vento frio e seco do inverno. Há produtos que podem agravar a condição.

Tratamento: pode estar associada a outros problemas de pele, mas o uso de um bom creme hidratante (aplicado depois do banho) é uma ajuda. É importante também evitar os fatores que agravam esta condição, banhos exagerados e sabões irritáveis.

Herpes

Podemos encontrar dois tipos de herpes na família das doenças de pele: o simples e o genital. Ambos são altamente contagiosos.

O herpes simples é causado por um vírus com o mesmo nome, bastante comum, que se reflete com uma inflamação avermelhada alastrada com pequenas bolhinhas de água agrupadas, à volta da boca. Podem existir episódios mais graves, acompanhados de inflamação glandular e febre.

O herpes genital é semelhante ao labial, mas ocorre na área em questão. É mais exuberante e mais desconfortável também pela zona do corpo onde se desenvolve. Faz parte do grupo das doenças sexualmente transmissíveis.

Tratamento: antivirais de aplicação local, os típicos pensos para o herpes que diminuem os sintomas e curam as lesões. Em casos graves pode ser necessária a atuação de medicamentos. O portador do vírus deve evitar a partilha de copos, toalhas e outros objetos na fase mais ativa da doença.

Zona

A zona é uma doença muito frequente, mas também alvo de muitos remédios caseiros ao longo de décadas. Provocada pelo vírus da varicela é um mal de que 10 a 20% da população sofre ao longo da vida. Depois de o indivíduo ter tido varicela, o vírus aloja-se em gânglios nervosos e aí permanece. Quando se volta a desenvolver, normalmente depois de um choque debilitante no sistema imunitário, traduz-se na zona.

A doença baseia-se em borbulhas concentradas numa área do corpo, à volta de um nervo sensorial. Causa ardor, dores e comichão. As lesões podem evoluir e são mais frequentes na zona do tronco e face, sempre de um lado do corpo só.

Tratamento: comprimidos antivíricos que, idealmente, devem ser tomados nas primeiras 72 horas após começarem as lesões. Analgésicos ajudam a aliviar as dores e é importante manter a pele limpa.

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