Teresa Campos
Teresa Campos
21 Fev, 2024 - 07:04

Escoliose: um problema de coluna que importa conhecer

Teresa Campos

Nunca ouviu falar em escoliose? É um problema de coluna comum, sobretudo, em meninas adolescentes e jovens mulheres.

Durante algum tempo, pensou-se que as más posturas ou as mochilas escolares pesadas fossem as causas da escoliose, muito comum em adolescentes e jovens. Porém, a verdade é que na maior parte dos casos, a causa desta doença é desconhecida e, por isso, manter uma boa postura é, apenas, uma medida preventiva, mas que pode não evitar o aparecimento de uma escoliose.

Se também acha que este problema de saúde não tem cura, desengane-se, e fique a saber tudo aquilo que pode ser feito, depois do paciente ser devidamente diagnosticado. Tome nota das indicações e consulte um ortopedista ou leve o seu filho a um ortopedista infantil, caso suspeite que algo não está bem com a sua coluna.

Escoliose: saiba mais sobre este problema de coluna

A coluna vertebral normal tem curvas. Contudo, nem todas essas curvas são normais e, caso elas se desviem para os lados, então estamos perante uma escoliose. Esta não é, apenas, uma má postura, constituindo mesmo uma má formação na coluna.

Esta inclinação lateral da espinha dorsal, com rotação das vértebras afeta cerca de 2 em cada 100 pessoas. Além disso, sabe-se que se algum membro da família tiver escoliose, a probabilidade de outro familiar sofrer deste problema é de cerca de 20%.

Causas

No geral, as escolioses são “idiopáticas”, ou seja, sem causa conhecida. Habitualmente, começam no início da puberdade e são mais frequentes nas raparigas. Contudo, há problemas de saúde mais graves que podem estar na sua origem, tais como: paralisia cerebral, malformações congénitas das vértebras, distrofia muscular, tumores, entre outras patologias.

Sintomas e sinais

  • Ombros assimétricos ou desnivelados;
  • Proeminência de uma das omoplatas;
  • Assimetria da cintura;
  • Ancas desniveladas;
  • Inclinação do tronco para o lado.

Se estes sintomas não forem tratados, a escoliose irá progredir e, mais tarde, poderá provocar outros sintomas mais dolorosos, como: dores severas, deformidade marcada e dificuldade respiratória.

Diagnóstico

Como ficou claro, a deteção e tratamento precoce da escoliose são muito importante para impedir que o problema de saúde agrave. Para ajudar no diagnóstico e no tratamento é habitual fazer um raio-X a toda a coluna, em diferentes incidências e inclinações ou, ainda, uma Tomografia Axial Computorizada (TAC) ou, mesmo, Ressonância Magnética (RMN).

Tratamento

O tratamento da escoliose deve ter em conta a história familiar do paciente, a idade em que a curvatura apareceu, a sua localização e a sua gravidade.

Curvas muito pequenas (inferiores a 25º), por exemplo, apenas precisam de ser vigiadas por um Ortopedista Infantil. Já no caso de uma curva que está a progredir (entre os 25º e os 40º), poderá ser necessário o uso de coletes que impeçam a sua progressão. Nos casos em que a resposta aos coletes não seja positiva (e em curvas superiores a 40º/45º), pode ser recomenda a cirurgia.

Colete

São muitas as dúvidas em relação à eficácia do colete e, também, da sua configuração. Naturalmente, que tudo deve ser avaliado caso a caso, por um especialista. Todavia, os estudos indicam que o colete pode mesmo evitar a progressão da escoliose, de maneira a evitar a cirurgia.

Em todo o caso, nem todos os pacientes respondem da mesma forma. Em algumas situações, a escoliose pode ser corrigida mas, quando parar de usar o colete, a curvatura da coluna pode voltar ao seu padrão original. Noutros doentes, a escoliose permanece com alguma correção, mesmo após o término do tratamento com o colete. Há, ainda, casos em que a curva continua a progredir, mesmo durante o tratamento com o colete.

Prevenção

Embora não seja possível atuar nas causas da escoliose, pois na maioria dos casos elas são desconhecidas, há medidas preventivas que todos podemos tomar, especialmente se já tivermos casos de escoliose na família. Assim, deve tentar:

  • manter a coluna na vertical, bem alinhada, de forma a não promover a tensão dos músculos cervicais e lombares;
  • distribuir uniformemente o peso entre os dois ombros e braços, sempre que precisar de carregar ou transportar algo;
  • ser acompanhado por um profissional habilitado, no momento de praticar exercício físico. Isso ajudará a evitar lesões e a ter uma postura correta e adequada, durante o treino.
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