Miguel Pinto
Miguel Pinto
14 Mar, 2024 - 12:06

Feira da Foda está de volta durante este fim de semana

Miguel Pinto

O Cordeiro à Moda de Monção, mais conhecido como Foda à Moda de Monção, é um clássico. A feira decorre este fim de semana.

Prato de foda à moda de Monção

O Cordeiro à Moda de Monção, conhecido como “Foda à moda de Monção” e distinguido como uma das 7 maravilhas da gastronomia nacional, encontra-se um pouco por todos os restaurantes do concelho de Monção.

Mas também é alvo de uma feira anual, realizada na freguesia de Pias. Este ano, a Feira da Foda decorre nos dias 15, 16 e 17 de março, sendo esperadas milhares de pessoas de diferentes regiões do pais e estrangeiro.

Sim, sabemos que é dado a muitos trocadilhos, mas a questão aqui é meramente gastronómica e celebra um prato único no Alto Minho. A Foda à moda de Monção tem vindo a galgar fronteiras, arrastando todos os anos uma multidão de gulosos, que não hesitam em fazer muitos quilómetros para degustar a iguaria.

E afinal, o que é a Foda? Nada mais que um prato de cordeiro, feito em fornos a lenha, acompanhado por um arroz, também ele no forno, de sabor inigualável.

Por isso, há muito tempo que se transformou numa referência absoluta da gastronomia de Monção, que adoptou a designação popular do prato.

Foda à moda de Monção: uma história do Alto Minho

Como já foi dito, a Foda à Moda de Monção tem presença garantida em todas as ementas dos restaurantes do concelho. Mas tão inusitado nome tem uma origem, entre lenda e realidade.

Qualidade do gado

Em tempos de antanho, os habitantes da região que não possuíam rebanhos, iam às feiras para comprarem o animal que haveria de providenciar o seu sustento.

Como é óbvio, havia gado de qualidade e outro que, digamos assim, não primava pelas melhores carnes. No entanto, e como o desenrascanço está no ADN dos portugueses, para que os animais parecessem gordos e nutridos, os criadores juntavam sal à forragem , obrigando o gado a beber água em grandes quantidades.

Chegados à feira, apresentavam um aspeto bem nutrido e saudável, fruto, claro está, de terem a barriga cheia de água.

Contudo, quem não tinha conhecimento da manha, ia no engodo e acabava por comprar verdadeiros pipos de água. Só depois se apercebiam (regra geral já tarde e longe da feira) do logro, exclamando “que grande foda!” No Minho não se faz por menos.

Assim sendo, o termo acabou por se tornar cada vez mais comum, com o prato a ganhar mesmo o nome de Foda à Moda de Monção.

Mas não se assuste com estas artimanhas, já que a Foda é agora certificada, com as melhores carnes de cordeiro, uma verdadeira iguaria e sempre confeccionada em alguidares de barro e forno a lenha.

Onde dormir em Monção

O concelho de Monção dispõe de uma vasta oferta em termos de alojamento, para todos os públicos e todas as carteiras. Fique aqui com as nossas sugestões.

O que visitar em Monção

Palácio da Brejoeira
O fabuloso Palácio da Brejoeira também produz um vinho de exceção

Palácio da Brejoeira

É um dos grandes ex-libris de Monção, uma grandiosa construção em estilo neoclássico, datada do início do século XIX. Trata-se de uma casa senhorial, circundada por muros altos e com um frondoso parque de essências arbóreas pouco comuns, constituindo um  conjunto notável que seduz qualquer visitante.

Para além do jardim, conta com 18 hectares de vinha da conhecida casta Alvarinho, base para um vinho de eleição, precisamente com o nome Palácio da Brejoeira.

Museu do Alvarinho

O vinho Alvarinho é omnipresente um pouco por toda a região e o Museu do Alvarinho, localizado na Casa do Curro, é um espaço que merece uma visita, ajudando a perceber as particularidades de uma casta única.

Disponibiliza informação interativa sobre a origem, evolução e empresas ligadas a este vinho e ainda pode adquirir algumas das melhores garrafas de Alvarinho.

Castelo de Monção

Do outro lado do rio Minho, está Espanha. Como tal, durante muitos séculos foi importante a fortificação do lado português, até para precaver algumas surpresas de “nuestros hermanos”.

Pois bem, o Castelo de Monção remonta aos alvores da nacionalidade, desconhecendo-se a data exacta do início da sua edificação, havendo notícias de um acrescento já no reinado de D. Dinis. A fortaleza abaluartada foi mandada edificar após a Declaração da Independência em 1640. Lá está, os espanhóis…

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