Catarina Reis
Catarina Reis
12 Jul, 2016 - 13:35

Os graxistas chegam mais longe – verdade ou mentira?

Catarina Reis

Há quem defenda que, no trabalho, devemos ser graxistas para conseguirmos progredir. Ajuste de comportamento ao contexto, ou graxa?

Os graxistas chegam mais longe – verdade ou mentira?

Actualmente, põe-se “filtros” em tudo. Não há fotografia online que não tenha uma ligeira alteração de cor ou de formato para agradar aos olhos de quem vê. Pois o mesmo paradigma se aplica ao comportamento humano, que se quer ajustado ao contexto! Há pessoas que levam essa tendência ao extremo, tornando-se graxistas no local de trabalho. Resulta?


Os graxistas têm mais oportunidades de subir na carreira?

São muitos os papéis que desempenhamos nas nossas vidas – profissional, amigo, pai, filho, estudante, desportista, etc. – e, consoante o local onde estamos e as pessoas com quem interagimos, devemos ajustar o modo como nos comportamos. Esta regra é especialmente importante no contexto profissional, onde passar uma boa imagem pode determinar se as oportunidades de subir na carreira vêm ao nosso encontro.



Ser adequado e ser graxista – qual a diferença?

Ser adequado é saber ajustar a forma de estar, comunicar e apresentar-se aos diferentes contextos. Implica ter capacidade de observação para verificar quais os comportamentos socialmente desejáveis, e flexibilidade para agir de acordo com o observado.
Os graxistas não fazem apenas isso: bajulam as pessoas que pensam poderem ser importantes para o seu futuro profissional. Mais do que um braço direito do chefe, o graxista é capaz de mudar as suas opiniões e o seu comportamento para o agradar.



Onde fica a assertividade?

Os graxistas não são assertivos, pois não expressam as suas reais opiniões. Antes pelo contrário: mudam de opinião em função do que observam ser aceite pelos seus superiores.



Ser graxista resulta?

Estudos recentes mostram que as pessoas que defendem os seus pontos de vista combativamente recebem sistematicamente avaliações de desempenho menos positivas. Sabe-se ainda que a estas pessoas são dadas menos oportunidades para assumirem cargos de liderança.



Então devo dizer que sim a tudo?

É fundamental saber distinguir as batalhas que é importante travar com os seus superiores e as situações menos importantes do dia-a-dia em que pode simplesmente dizer “sim”, sem comprometer os seus princípios e os da organização. Ter sentido crítico e paciência é fundamental.



A forma de vestir conta?

Claro que sim! Setenta por cento daquilo que comunicamos aos outros provém de aspectos não verbais: entoação e tom de voz, contacto ocular, postura, e, naturalmente, apresentação pessoal. Saiba adequar a sua forma de vestir ao contexto de trabalho, mas não abdique do seu estilo pessoal.



Como posso então expressar quem realmente sou?

Sugerimos que invista no desenvolvimento de uma competência fundamental: a assertividade. Ou seja, que se torne capaz de expressar os seus pontos de vista de forma calma, ponderada, e com a preocupação de não ferir os sentimentos do seu interlocutor.
Lembre-se de continuar a fazer um excelente trabalho e de liderar pelo exemplo – essa é a melhor forma de garantir o sucesso na sua vida profissional!

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