Luís Vicente
Luís Vicente
31 Jul, 2019 - 15:24

Jerusalém: onde ficar, o que visitar e como chegar à cidade santa

Luís Vicente

Seja de passagem ou com vários dias, vale a pena visitar a histórica cidade de Jerusalém. Perceba neste artigo como se deslocar e o que visitar.

Jerusalém: onde ficar, o que visitar e como chegar à cidade santa

A uma hora de distância de Tel Aviv, a cidade de Jerusalém é uma das zonas mais simbólicas do planeta. Independentemente da devoção ou fascínio pela religião, vale a pena visitar a cidade onde identidade cultural se confunde com identidade religiosa.

Mas nem tudo é sagrado. Jerusalém é uma metrópole cosmopolita e até boémia, sendo que tem uma agitada vida nocturna. Atraindo milhões de turistas todos os anos e de todas as religiões, a cidade apresenta uma oferta cultural e gastronómica de grande variedade.

Jerusalém: o que visitar

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Estrada de Jaffa

Vale a pena fazer a pé esta que é uma das ruas mais antigas e compridas da Jerusalém. Atravessando a cidade de Este a Oeste, é uma via com muitas lojas, serviços, restaurantes e que atravessa zonas importantes da cidade. Praças como a do municipio (Praça de Safra), Tzahal, Zion e Davidka. A certo ponto, junta-se à Rua Ben Yehuda, um agradável percurso pedonal repleto de lojas, cafés e restaurantes típicos.

Estendendo-se a Este a partir da Estação Central de Autocarros e a Oeste no Portão de Jaffa (Jaffa Gate), é quase impossível visitar Jerusalém sem percorrer parcialmente a rua. Em relação ao transporte público, a própria rua faz uma linha completa do mapa do metro de superfície, com paragens como Jaffa Center, City Hall ou Ha’ Turim.

Mercado de Mahane Yehuda

O mercado de Mahane Yehuda é um bom exemplo da miscelânea cultural enraizada em Jerusalem. Trata-se de um espaço de uma área considerável, mas onde principalmente se vende comida, ao contrário de outros que também apresentam oferta em vestuário. Fruta, doçaria e gomas, frutos secos, pão, bolos e muitas especiarias e condimentos é o que se encontra mais.

Por outro lado, não vai encontrar nem carne nem peixe, dadas as restrições da filosofia kosher, que requerem certas práticas de tratamento de alimentos de origem animal. O Mahane Yehadua conta ainda com cafés, bares de cerveja e restaurantes, estes últimos na parte exterior.

Para chegar a este mercado basta sair na paragem do metro de superficie com o mesmo nome. Deslocar-se a pé até lá fará mais sentido se o ponto de partida for o centro da cidade, pois a partir da cidade velha demoram-se 30 minutos.

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Via Dolorosa

A Via Dolorosa, ou Sacra, encontra-se no rendilhado labiríntico da parte velha de Jerusalém. Para entrar no xadrez, aconselhamos o uso de uma app de navegação a pé, seja o google maps ou o maps.me. Isto é importante porque as ruas são tão estreitas que quase não se vê o céu e as indicações não garantem sucesso na chegada ao destino.

Perpetuada pelos relatos bíblicos do caminho de Jesus com a cruz às costas, a atmosfera religiosa nesta via não é tão presente como seria de esperar. Com muitas lojas de lembranças e souvenirs, a rua percorre-se rapidamente, sendo que é muito idêntica a outras paralelas e perpendiculares.

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Santo Sepulcro

Neste monumento cristão, o ambiente, através das práticas seculares dos visitantes, já é religiosamente mais denso do que, por exemplo, na Via Dolorosa. Historicamente sinalizado como o lugar onde Jesus terá sido crucificado, sepultado e ressuscitado, o turismo religioso cristão atinge talvez o expoente na Igreja do Santo Sepulcro.

Exemplo disso é a tradição de as pessoas se ajoelharem sobre o mármore onde Cristo terá sido deitado depois de sair da cruz para ali rezarem e beijarem.

Arquitectonicamente, a Igreja é intrincada, com várias câmaras inferiores e laterais. Nos pisos subterrâneos, o ar chega a ser bastante rarefeito. Para chegar ao Santo Sepulcro, o melhor é mesmo ir a pé a partir de qualquer ponto central na parte velha da cidade.

Torre de David

Este é um dos monumentos mais importantes da cidade e cuja antiguidade de confunde com a própria Jerusalém. Nesta zona do globo, quase tudo o que é histórico é religioso e a visita pode ser encarada tanto de uma forma como de outra. Por isso, o mais importante é saber o que vai encontrar. A Torre de David trata-se de um conjunto de ruínas, formando uma cidadela, mesmo ao lado de Jaffa Gate.

Ao entrar no agora museu, é possível fazer o percurso à volta das muralhas e o acesso a determinadas zonas depende do preço do bilhete. O bilhete de entrada standard custa cerca de 15 euros.

Além de ficar a conhecer melhor a intricada história daquele espaço considerado sagrado tanto para judeus, muçulmanos e cristãos, é possível observar peças arqueológicos datadas de há 2000 anos. À noite, em alguns dias da semana, é feito um espectáculo audiovisual projectado nas muralhas da cidadela.

A paragem de autocarro mais próxima é HaKishle/Armenian Patriarchy.

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Muro das Lamentações

Também conhecido como Western Wall (Muro Ocidental), o Muro das Lamentações é um expoente religioso e turístico, sobretudo para os judeus. Na verdade, o lugar considerado sagrado é do lado este do muro (o Monte do Templo), onde está o Santíssimo Lugar. Contudo, devido a restrições de entrada no monte, os judeus acabam por ter como lugar mais próximo o Muro das Lamentações.

O Muro é divido entre a zona masculina e feminina. Além das orações, é comum ver-se pessoas a colocar papelinhos com pedidos de auxílio divino entre as falhas da pedra do Muro. Uma das melhores vistas sobre o muro e também sobre a parte velha da cidade alcança-se subindo ao topo do Aish HaTorah World Center. A entrada são 5 euros por pessoa.

Qualquer das entradas que dá acesso à praça onde está o muro é antecedida por um posto de revista e detector de metais. Aquando da vista ao Muro, muitos turistas também aproveitam para ver as galerias subterrâneas nas proximidades.

Para chegar ao Muro das Lamentações, o melhor trajecto é a pé, seguindo depois da Via Dolorosa.

Monte do Templo

Este é um dos locais mais disputados do planeta, sendo que é sagrado para as três religiões: cristianismo, judaísmo e Islão. Por isso mesmo, a circulação é controlada e fora do horário estipulado é mesmo barrada a entrada no perímetro, por guardas armados.

Esse é o exemplo de não muçulmanos que pretendam circular por ali em horário reservado para os seguidores de Maomé. Para saber qual a melhor altura para visitar, o melhor é perguntar aos guardas, que terão a informação de quando passar. E atenção: o intervalo temporal é muito curto e a última hora de entrada é a meio da tarde.

A partir do Muro das Lamentações, a forma mais fácil de seguir para o Monte do Templo é através da rua Suq El Qatanin.

Jerusalém: onde ficar

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Seja por uma noite ou mais, há alguns sítios chave onde pernoitar, de modo a estar mais próximo das principais atracções. Um deles é mesmo dentro da parte velha da cidade (old city). Esta poderá ser a solução ideal para quem está apenas uma noite e pretende visitar o máximo de monumentos possível num curto espaço de tempo.

Para os que estiverem mais folgados na agenda, poderá ser interessante ficar a “meio caminho” entre a cidade velha e as zonas mais recentes. Boas hipóteses são os bairros de Talbyia ou Rehavia. Já um pouco mais afastado do centro histórico mas perto de uma forte zona comercial está o bairro de Nakhalat Tsiyon.

Como ir

Caso tenha só um dia e vindo de Tel Aviv (cidade para onde há voos diretos de Portugal), a melhor forma de fazer a deslocação até Jerusalém é de autocarro. A frequência horária é de 15 minutos.

Em Tel Aviv a estação de embarque é o sexto piso da Tel Aviv Central Bus Station, para quem está na parte sul da cidade, ou o Terminal 2000, que serve a zona norte.

Dividida entre zona velha, onde estão reunidos todos os símbolos e locais sagrados das três religiões, e uma outra zona mais comercial e moderna, deslocar-se a pé em Jerusalém é relativamente simples. Mas caso prefira transportes públicos, pode sempre optar pelo metro de superfície. Serviços TVDE, como Uber ou Cabify, não são permitidos.

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