Renata Silva
Renata Silva
06 Ago, 2017 - 08:00

Leptospirose: o que é, como se manifesta e como tratar

Renata Silva

A melhor arma de combate à leptospirose é a prevenção. Saiba mais, neste artigo, sobre esta doença infeciosa que pode ser transmitida ao ser humano.

Leptospirose: o que é, como se manifesta e como tratar

A leptospirose é uma patologia causada pela bactéria leptospira. Trata-se de uma zoonose, ou seja, uma doença infeciosa transmitida entre espécies, por exemplo, um humano e um animal vertebrado. Os mamíferos criados em ambiente selvagem ou doméstico são os principais afetados, podendo contaminar a água ou o solo com as suas secreções ou urina.

O homem também pode ser infetado, basta que esteja em contacto, através das vias respiratórias, pele, ingestão de alimentos, entre outros, com o agente contaminador. Neste caso, pode ser a água, solo, tecidos, sangue e urina. Outros agentes de transmissão podem ser também animais que convivem com ser humano como o cão ou o gato, ou outros mamíferos que entrem na cadeia alimentar, como os caprinos, suínos ou bovinos.

Mas o principal agente de infeção humana são os roedores, sobretudo o rato do esgoto. Existem em grande número e facilmente entram em espaços habitados por humanos. Quanto à transmissão de doença entre seres humanos, não existem registos desse tipo ocorrência.

Esta patologia é considerada a zoonose com a mais ampla disseminação geográfica a nível mundial e tem maior incidência em países quentes e tropicais.

Propagação da leptospirose

Existem outros fatores que podem facilitar a infeção por esta bactéria, como por exemplo:

  • Tomar banho ou praticar desportos em rios, barragens e outras vias fluviais de água doce podem aumentar o risco de contacto com a leptospira;
  • Em zonas mais pobres, a propagação desta zoonose ocorre com frequência em épocas de cheias, através das águas da chuva que entram em contacto com locais foco da doença como fossas e esgotos;
  • A doença ocorre sobretudo entre agricultores ou outras profissões que exigem um maior contacto com animais ou águas e solos infetados.

Sintomas da leptospirose

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A leptospirose manifesta-se de forma diferente de pessoa para pessoa. Tanto pode não apresentar qualquer sintoma, como pode levar à falência de órgãos. A fase de incubação da doença, ou seja, o tempo que demora entre a infeção e os primeiros sinais, varia entre 2 e 30 dias.

Como se manifesta esta patologia?

Na maioria dos casos, surge com sinais de:

Em metade dos casos, ocorrem náuseas, vómitos e diarreia.

Outros sintomas:

  • Hiperemia conjuntival (olhos vermelhos);
  • Faringite;
  • Dor articular e abdominal;
  • Manchas pelo corpo e aumento dos gânglios linfáticos, baço e fígado;
  • Sinais de meningite.

O sintoma mais grave, mas pouco comum é a síndrome de Weil (leptospirose íctero-hemorrágica). Esta síndrome causa icterícia, insuficiência renal e respiratória, assim como uma hemorragia sem causa aparente.

Leptospirose: do diagnóstico ao tratamento

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Perante estes sintomas, deve dirigir-se ao médico. O diagnóstico é feito através de um exame ao sangue. O melhor tratamento para a leptospirose é a prevenção. Sempre que houver contacto com animais, solo, água ou alimentos de origem animal ou vegetal, deve lavar muito bem as mãos.

Existe vacina para esta patologia, mas apenas é recomendada a profissionais que apresentam um maior risco de serem infetados, como são os casos dos agricultores ou dos funcionários de limpezas de esgotos.

O organismo humano tem capacidade para recuperar de forma espontânea desta zoonose, sendo que a maioria dos pacientes melhora no período de uma semana.

Com um diagnóstico feito nos primeiros quatro dias, a toma de antibióticos pode contribuir para combater os microrganismos e evitar maiores complicações.

No caso do síndrome de Weil, a forma mais grave da leptospirose, é necessário um internamento do paciente numa unidade de cuidados intensivos, para ser submetido a tratamentos como a hemodiálise.

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