Catarina Reis
Catarina Reis
04 Set, 2018 - 11:03

Mudar de carreira sem voltar a estudar: mito ou realidade?

Catarina Reis

As mudanças de área na carreira são sempre possíveis e o desenvolvimento profissional ocorre durante todo o ciclo de vida. Será verdade? Vamos descobrir.

Mudar de carreira sem voltar a estudar: mito ou realidade?

Gostaria de mudar de carreira, mas não quer voltar a estudar? Saiba que é possível – e nós explicamos o porquê.

É possível mudar de carreira sem voltar a estudar?

É sabido que as empresas cada vez apostam mais na seleção de candidatos com excelentes competências transversais, estando disponíveis para lhes ensinar os aspetos técnicos do trabalho que possam não dominar. Por outras palavras, as competências técnicas têm perdido terreno face às sociais e pessoais. De certa forma, esta tendência abre caminho para os que querem mudar de carreira sem voltar a estudar. Mas, há outros aspetos e estratégias que tornam a mudança de carreira – sem regressar aos estudos – uma realidade.

mudar de carreira

Mudança gradual ou abrupta para uma nova área de trabalho?

Sabia que a maioria dos trabalhadores atualmente integrados no mercado de trabalho mudará de emprego 10 a 15 vezes ao longo da carreira? Quanto a mudar para uma carreira inteiramente nova, os dados não são tão conclusivos, e a razão é a seguinte: as mudanças de carreira são geralmente subtis, mantendo-se pontos de contacto com o trabalho anterior.

As mudanças de carreira não têm que ser abruptas – na verdade, faz mais sentido planear uma transição suave para um trabalho que lhe permita adquirir competências ligeiramente diferentes das exercidas no trabalho anterior, e ir dando pequenos passos em direção ao seu objetivo último.

Converse com pessoas que adoram os seus trabalhos

As pessoas que gostam do que fazem e que alimentam as suas carreiras terão todo o gosto em conversar consigo sobre trabalho. Pergunte-lhes como chegaram onde estão e o que as motiva no que fazem; pense se se integraria num trabalho semelhante.

Informe-se e peça conselhos

Depois de identificar profissões, empresas ou áreas de trabalho que lhe interessam, informe-se sobre os mesmos. Marque entrevistas informacionais, ou seja, entrevistas não destinadas à sua contratação, mas sim à recolha de informações sobre o setor, as funções, os mercados, a concorrência. Nestas entrevistas, nunca deve apresentar o seu currículo, afinal de contas, isso desvirtuaria o seu objectivo – informar-se e não ser contratado. Só deve apresentar o CV se lho pedirem.

Reveja a sua lista de contactos e determine quais podem ser potenciais informadores. Contacte-os e seja claro ao expressar que o que procura não é uma oportunidade de trabalho imediata, mas sim informação e conselhos sobre o setor e a profissão.

Conheça as suas competências transversais

Identifique as competências que possui, técnicas e transversais, e procure aquelas que podem ser transferidas para um novo trabalho do seu interesse.

Atenção ao “gap” de competências

Se depois de cruzar as competências que tem e aquelas que precisa de desenvolver concluir que necessita de investir em formação, ataque imediatamente o plano de voltar a estudar. Mas, atenção: na maioria dos casos não necessitará de uma formação universitária longa para preencher este gap de competências. Existem formações em domínios muito específicos que lhe permitirão de forma mais rápida e barata desenvolver a técnica.

Adquira experiência

Será fundamental poder apresentar aos recrutadores alguma experiência na função a que se candidata, ou pelo menos no setor. Faça trabalhos como freelancer ou então procure oportunidades de voluntariado bem circunscritas no tempo – o objetivo aqui é aprender e criar currículo.

Reavalie o seu percurso

O percurso profissional escreve-se a lápis; ou seja, pode e deve ser apagado e escrito novamente as vezes que forem necessárias. Faça constantes reavaliações da sua situação profissional e volte aos passos atrás enumerados as vezes necessárias até encontrar a sua oportunidade.

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