Inês Pereira
Inês Pereira
08 Out, 2018 - 14:10

Pastilha elástica: sim ou não?

Inês Pereira

Desprezada por uns e amada por outros (especialmente os mais novos): a pastilha elástica não reúne consenso. Afinal, faz ou não mal à saúde?

Pastilha elástica: sim ou não?

É a melhor alternativa quando, após uma refeição, não podemos lavar os dentes. É a distração nas alturas de maiores nervos. É também uma boa forma de evitar outro vício mais grave, como o tabaco. Falamos da tão popular pastilha elástica, claro – a guloseima que praticamente toda a gente leva consigo onde quer que vá. No entanto, há uma dúvida que parece persistir e estar sempre no centro de todas as conversas sobre este tema: a pastilha é nociva para a saúde ou podemos consumi-la sempre que quisermos?

Embora muitas vezes esquecida, a saúde oral é extremamente importante para o bem-estar generalizado de qualquer pessoa, independentemente da idade. Se os seus dentes forem saudáveis, poderá sorrir, comer e falar sem qualquer desconforto. Isto explica a discussão gerada à volta das pastilhas elásticas, uma vez que muitos consideram que são extremamente prejudiciais para os dentes. Ora, chegou a altura de esclarecer de uma vez por todas esta dúvida.

Descubra se a pastilha elástica faz mal à saúde

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Colorida, saborosa, relaxante, divertida e com uma textura fora do comum (e que de saudável aparenta ter pouco), a pastilha elástica sempre conquistou jovens e acompanhou adultos. Embora muitos a desprezem, outros não passam sem mascar pelo menos uma por dia, especialmente após a refeição – afinal, não só têm um sabor fresco como dão a sensação de limpeza quando não é possível escovar os dentes.

Ora, parece então de extrema importância que fique a conhecer os dois lados da discussão e retire as suas conclusões. A verdade é que o facto de ser ou não nociva para a saúde depende, em muito, da pastilha elástica escolhida.

Já não é novidade para ninguém que o açúcar, especialmente quando em excesso, pode ser extremamente prejudicial para a saúde e para os dentes. Posto isto, está na hora de aceitar a realidade: as pastilhas têm açúcar, sim. De facto, é importante referir que uma pastilha pode chegar às 10 calorias, o que é tudo menos agradável. Isto significa que duas pastilhas por dia ao longo de um mês representam 560 calorias.

Neste sentido, importa ficar a conhecer os malefícios deste doce:

  • Grande parte das pastilhas elásticas no mercado contêm nano partículas de óxido de titânio, uma substância utilizada para melhorar a textura dos alimentos e que pode ser prejudicial. A ingestão desta substância pode resultar em problemas nas células intestinais, que passam a ter dificuldade em absorver determinados nutrientes;
  • Devido ao perigo de asfixia ou engasgamento, as pastilhas devem ser mantidas bem longe das crianças mais pequenas;
  • O consumo excessivo de pastilhas com alto teor de açúcar pode resultar em doenças orais;
  • Quando consumidos, os alimentos com uma textura elástica e pegajosa favorecem a desmineralização dentária e a produção contínua de ácidos;
  • A ingestão excessiva de pastilha elástica pode ter efeito laxante.

No entanto, saiba que as pastilhas elásticas não servem apenas para o aumento das calorias, o aparecimento de cáries ou o surgimento de dores maxilares. A realidade é que esta guloseima, apesar de obrigar a determinados cuidados, pode até ser benéfica para si. Quando consumida com moderação e com baixo teor de açúcar (as pastilhas sem açúcar têm cerca de 3 calorias), pode trazer benefícios à sua dieta e bem-estar. Tome agora nota de todos:

  • Mascar pastilha elástica pode ser uma bela tática para quem tem a boca e a garganta secas, já que estimula a produção de saliva;
  • Embora não substitua de maneira alguma a escovagem dos dentes, é uma boa forma de lhes fazer uma limpeza superficial quando não pode recorrer à escova e à pasta;
  • As pastilhas sem açúcar contêm adoçantes menos prejudiciais, uma vez que não provocam cáries dentárias – um bom exemplo é o xilitol;
  • São uma boa forma de contrariar um hálito desagradável após a refeição;
  • A pastilha elástica pode ser a melhor amiga de quem esta de dieta, uma vez que pode ajudar a cortar o apetite;
  • O xilitol previne o aparecimento de algumas bactérias que podem surgir na cavidade bucal;
  • Enquanto mastiga uma pastilha elástica está a queimar calorias – pode mesmo queimar 11 calorias no espaço de 1 hora.

Mitos sobre a pastilha elástica

Agora que já conhece os possíveis malefícios e benefícios da pastilha elástica e sabe que não é uma guloseima tão nociva como muitos pensam, talvez seja uma boa ideia desmistificar algumas ideias. De certeza que ao longo da vida já ouviu mais do que uma vez comentários sobre pastilhas elásticas que pensou serem verdade e levou a sério.

Em primeiro lugar, a pastilha elástica não branqueia os dentes. Mesmo a versões que alegam ter esse benefício contêm quantidades muito baixas de peróxido, a substância utilizada para o branqueamento.

Outra ideia bastante disseminada e que assusta particularmente as crianças e os mais jovens é a de que a pastilha se cola às paredes do estômago quando engolida. De facto, a pastilha não é um alimento dito normal devido à sua consistência, pelo que o processo de digestão não é igual ao dos restantes alimentos. Contudo, a goma não fica colada ao estômagoo nosso corpo elimina-a através das fezes.

Por último, importa desmitificar também a ideia de que a pastilha elástica dá fome. Bom, esta regra só se aplica quando o indivíduo come de facto muitas pastilhas ao longo do dia. Numa situação normal, em que é consumida apenas uma ou duas pastilhas por dia, não vai sentir este efeito, especialmente se estiver a fazer uma alimentação normal.

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