Belinda Sá
Belinda Sá
26 Out, 2017 - 09:00

Pré-eclâmpsia: uma doença que ocorre na gravidez 

Belinda Sá

A Pré-eclâmpsia é uma síndrome que surge apenas na gravidez, geralmente na segunda metade da gestação, mas também após o parto (até 28 dias depois).

Pré-eclâmpsia: uma doença que ocorre na gravidez 

Afeta apenas as mulheres grávidas e traz consequências graves como a restrição do crescimento fetal, o que pode desencadear partos prematuros, bem como o risco de descolamento da placenta. A Pré-eclâmpsia pode agravar-se ao ponto de levar a uma gravidez de risco, sendo que, neste caso, é necessário estar de baixa.

A síndrome de Pré-eclâmpsia caracteriza-se sobretudo pela subida de pressão sanguínea, bem como dores de cabeça com regularidade, aumento excessivo do peso corporal e, consequentemente, o inchaço das pernas e dos pés são alguns dos sinais aos quais uma mulher grávida deve estar alerta.

Saiba mais sobre a Pré-eclâmpsia

Causas

É na placenta que estará a principal causa de Pré-eclâmpsia, apontam as pesquisas que têm vindo a ser feitas em relação à síndrome. O ovo, quando não sofre um processo normal de nidificação na placenta, acaba por fazer com que esta receba menos sangue das artérias uterinas da mulher grávida.

A Pré-clâmpsia desencadeia um conjunto de alterações que podem afetar, de uma maneira negativa, tanto os sistemas cardiovascular, urinário e nervoso central, como o fígado da mãe, trazendo outras complicações à sua saúde. Além disso, traz também implicações no que respeita à coagulação do sangue.

Sinais

Os sinais de aparecimento da síndrome Pré-eclâmpsia são, nomeadamente:

  • Aumento da tensão arterial (> 140/90mm/Hg);
  • Dores de cabeça persistentes;
  • Proteinúria (libertação de proteínas na urina);
  • Aumento excessivo de peso da grávida;
  • Inchaço (edema) das pernas e dos pés.

Importa referir ainda que a Pré-eclâmpsia e os sintomas acima mencionados são precedidos de oligúria – corresponde a uma redução ou até mesmo ausência de produção de urina -, vertigens, um zumbido anormal nos ouvidos, cefaleias (dores de cabeça) persistentes, cansaço, sonolência e vómitos.

Diagnóstico

Uma vez que os sintomas da Pré-eclâmpsia não são específicos – pois podem ser muito facilmente confundidos com outros que apontam para doenças diferentes -, o seu diagnóstico é difícil.

No entanto, tendo em consideração que a pressão arterial é medida ao longo de todas as consultas de gravidez, este hábito de vigilância pode ajudar a diagnosticar a Pré-eclâmpsia e intervir com antecedência.

Fatores de risco que podem despoletar a Pré-eclâmpsia

Estes são alguns dos fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma mulher grávida vir a sofrer de Pré-eclâmpsia:

  • Ter uma primeira gestação cuja mãe tem mais do que 40 anos;
  • Gestação gemelar ou trigemelar;
  • Síndrome frequente na família;
  • Diabetes;
  • Hipertensão arterial;
  • Doenças autoimunes (tais como: lúpus, doença celíaca e esclerose múltipla);
  • Insuficiência renal;
  • Níveis muito baixos das proteínas C ou S;
  • Obesidade.

Um estudo recente, desenvolvido por Gustaf Rejnö para o Karolinska Institute, na Suécia, indica ainda que mulheres grávidas com asma são 17% mais propensas a desenvolver Pré-eclâmpsia. O mesmo estudo sugere que um maior controlo da asma durante a gravidez poderá reduzir possíveis complicações durante a gravidez e após o nascimento do bebé.

Prevenção e tratamento

Por forma a evitar danos graves tanto para a criança como para a mãe, se esta estiver muito afetada pela Pré-eclâmpsia e já num período da gravidez próximo do parto, este pode ser induzido. Por outro lado, caso tenha sido detetada no início da gestação, há medicação que ajuda a baixar a pressão arterial.

Se administrados em doses reduzidas, a aspirina, assim como o cálcio, vitaminas C e E e ácido fólico, são formas de controlar ou prevenir os riscos da Pré-eclâmpsia.

Nos casos graves, infelizmente o único tratamento possível e eficaz é a interrupção da gravidez, seja qual for a sua fase.

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