Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
16 Jul, 2018 - 15:08

Roteiro pelas igrejas mais antigas de Portugal

Mónica Carvalho

Nem só de praias e cidades incríveis vive o nosso país. Descubra algumas das igrejas mais antigas de Portugal, que são verdadeiras páginas de história.

Roteiro pelas igrejas mais antigas de Portugal

Este retângulo à beira-mar plantado é um local deslumbrante e convidativo, apreciado por todos quantos o visitam. Descubra também algumas das igrejas mais antigas de Portugal, que são locais representativos da história de um país, que oferecer uma cultura vibrante e próspera.

Como vê, são vários os motivos para eleger Portugal como destino de férias. E esses motivos apelativos vão muito além do clima, abundância de campos de golfe, gastronomia deliciosa e um povo acolhedor

Entre na história e arquitetura religiosa e conheça algumas das igrejas mais antigas de Portugal.

Turismo de religião: as igrejas mais antigas de Portugal

Não sendo propriamente o principal motivo que coloca o nosso país nas principais listas de destinos a visitar, sem dúvida que visitar algumas das igrejas mais antigas de Portugal permite conhecer melhor a história, hábitos e cultura de Portugal.

Igreja de São Frutuoso, Braga

A pequena capela de Montélios deve a sua existência e nome a São Frutuoso, que foi bispo de Dume e de Braga durante a época visigótica e ali está sepultado desde que faleceu na década de 60 do século VII.

Esta capela possui planta centralizada, de quatro absides iguais articuladas em redor de um cruzeiro quadrangular – que é, aliás o único elemento de todo o conjunto monástico existente na altura e que data da Alta Idade Média. No século X, a capela foi reconstruída, dando-lhe o aspeto interior que hoje possui.

Catedral de Braga, Braga

catedral de braga

É uma das igrejas mais antigas de Portugal e também uma das mais bonitas. A construção desta catedral teve início no século XII, sendo visíveis adições posteriores, como os arcos góticos do século XV e as torres barrocas do século XVII.

Braga é uma das cidades mais religiosas do país, correspondendo, igualmente, a uma das arquidioceses mais importantes, e, nesse sentido, a catedral de Braga sempre foi vista como uma estrutura religiosa fundamental no país. A visita à Catedral de Braga é gratuita, embora possa fazer parte de excursões com custos adicionais.

Capela de São Pedro Balsemão, Lamego

Simples, mas de grande beleza: assim é esta capela cuja data de construção se situa entre os séculos VII e VIII. São mais de mil anos de história daquela que é considerada não só como uma das igrejas mais antigas de Portugal, mas mesmo a mais antiga. Apesar de ter sofrido várias alterações ao longo dos anos, ainda se conserva o santuário do século VII, de origens visigóticas.

No século XIV, o bispo do Porto D. Afonso Pires decidiu que ali seria o lugar do seu descanso eterno. Como tal, junto ao túmulo em granito, foi criada uma decoração com três cenas da vida de Cristo: a Ceia, o Salvador a abençoar a Virgem coroada e o Calvário. No seu todo, este é um dos poucos exemplos portugueses de arquitetura religiosas da Idade Média, estando classificada como Monumento Nacional.

Igreja de Nossa Senhora da Fresta, Trancoso

Fundada no século XII, em honra a Santa Maria do Sepulcro, esta é uma das igrejas mais antigas de Portugal e à qual estão associadas várias histórias, lendas e tradições.

Apesar de terem ocorridas alterações na zona do frontispício e torre sineira, a generalidade do edifício conserva o seu aspeto primitivo, com portais laterais decorados com motivos típicos do estilo românico-gótico da região. Já no interior o destaque vai para o arco triunfal e os frescos da capela-mor, pintados nos séculos XV e XVI. No final do século XIX foi integrada no Cemitério de Trancoso e, em 1944, foi classificada como Imóvel de Interesse Público.

Igreja de São Pedro de Lourosa, Oliveira do Hospital

Situada na aldeia de Lourosa, esta igreja tem registo de ser erguida em 912, de acordo com lápide existente no local, sendo um dos mais importantes monumentos peninsulares. São vários os pontos de interesse desta igreja, a começar pela visão geral da planta que demonstra uma derivação fiel dos modelos áulicos asturianos do século IX, com corpo de três naves, separadas por arcarias triplas de arco em ferradura, nave transversal com cruzeiro dominante e cabeceira presumivelmente tripartida.

Em 14 de junho de 1916, a igreja foi classificada como Monumento Nacional e sujeita a importantes trabalhos de restauro em 1930, que tiveram como objetivo reabilitar o seu estilo primitivo e que revelaram ainda vestígios arqueológicos bastante anteriores à igreja.

Igreja Românica de Cedofeita, Porto

igreja de cedofeita

Mesmo antes da constituição de Portugal, já existia a Igreja Românica de Cedofeita, cujas pedras contam com mais de 1500 anos de história e estórias.

Foi classificada como Monumento Nacional e destaca-se pela sua simplicidade e antiguidade. Todavia a atual igreja não corresponde ao edifício original, já que o templo inicial, da Dinastia Sueva, sofreu várias alterações ao longo dos anos, suspeitando-se ter sido erguida sobre dois templos que antecederam a sua construção. Um deles data de século VI, consagrando-se a ideia generalizada de que será um resquício da povoação sueva que ocupava Cedofeita naquele tempo.

A importância deste templo para a História da Arte românica portuguesa deve-se ainda ao facto de a sua decoração corresponder a um fenómeno de dispersão das oficinas de Coimbra, onde é característica a transposição de modelos coimbrãos, com aves debicantes, leões afrontados, entre outros.

Sé de Lisboa, Lisboa

A Sé de Lisboa remonta à Reconquista Cristã inicial de Portugal após centenas de anos de domínio islâmico mourisco. Foi inicialmente encomendada em estilo românico por D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, após a captura cristã de Lisboa em 1147.

A estrutura foi substancialmente expandida e remodelada século após século, desde então. O interior da Sé pode parecer-lhe incrivelmente escuro e cavernoso, fazendo com que visitantes sintam o papel grave e pesado da religião na história portuguesa, mas não deixa de ser um local de profunda conexão e ligação com o bem superior.

Igreja da Santa Engrácia, Lisboa

panteão nacional

Se falarmos em Panteão Nacional de Portugal, então a memória já não lhe falha. É também por esse nome que este espaço religioso é conhecido e é ali que foram colocados os túmulos de figuras tão diversas e notáveis da vida portuguesa, como Manuel de Arriaga, o primeiro presidente eleito de Portugal, e a mundialmente famosa fadista Amália Rodrigues.

A Igreja de Santa Engrácia é, assim, uma peça fundamental da história e património de Lisboa. Inicialmente construída em 1681, mas que só foi finalmente aberta para uso em 1966. É daqui que deriva a expressão “obras de Santa Engrácia”, referindo-se ao processo interminável de construção da igreja.

Sé Catedral de Évora, Évora

sé catedral évora

Fundada em 1186 e consagrada em 1204, a Sé Catedral de Évora, é a maior do género medieval do país, revelando-se ainda como um incomparável exemplar da arquitetura de transição romano-gótica.

O grandioso edifício da atualidade deriva de um primitivo templo construído entre 1186 e os primeiros anos do século XIII, tem planta de estilo românico, com estrutura e decoração góticas, estilo bem visível nas abóbadas e nos arcos ogivais, com um portal ladeado por estátuas dos apóstolos de Cristo. A Sé de Évora inclui um Museu de Arte Sacra com um vasto espólio nos domínios da pintura, escultura e ourivesaria nacionais e é um dos ex-libris da cidade, classificada pela UNESCO como “Património da Humanidade”.

Sé Catedral do Funchal, Madeira

A Sé Catedral do Funchal é um local de visita obrigatória, não só pela localização, por estar no centro da cidade, mas também por ser um dos edifícios mais altos da cidade, tendo sido classificada como Monumento Nacional desde 1901.

Além de ser uma das igrejas mais antigas da ilha, no interior apresenta magníficas peças de arte provenientes de períodos e origens diferentes. A sua construção foi ordenada por D. Manuel I no final do século XV e inaugurada em 1514.

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