Marta Maia
Marta Maia
28 Out, 2018 - 10:33

7 sinais de que não ganha dinheiro suficiente

Marta Maia

São sinais de alerta para uma crise iminente e devem ser combatidos. Aprenda a identificar os sinais de que não ganha dinheiro suficiente.

7 sinais de que não ganha dinheiro suficiente

Ter um salário estável é meio caminho andado para ter uma vida mais confortável, mas nem sempre um salário igual todos os meses evita uma crise financeira. Sobretudo em cenários como o de Portugal, os salários baixos são uma constante com a qual o estilo de vida promovido pelos meios de comunicação e pelas redes sociais não se compadece. É importante estar atento aos sinais de que não ganha dinheiro suficiente para o estilo de vida que leva – ou, como muitos gostam de dizer, perceber se está a viver acima das suas possibilidades.

Não tem nada de embaraçoso e é, pelo contrário, uma atitude inteligente. Saber quanto ganha e quanto pode gastar é o primeiro passo para umas finanças pessoais equilibradas e a melhor arma contra situações desesperadas.

Deve, por isso, olhar com atenção para o seu planeamento mensal e perceber se não há nada com que deva preocupar-se. Para o ajudar, reunimos alguns sinais de alerta a que deve estar atento, porque significam que está a ganhar menos do que precisa e que provavelmente caminha na direção de uma crise financeira.

Será que vive acima das suas possibilidades?

1. Usa o cartão de crédito todos os meses

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Não importa se usa o cartão de crédito para pagar a conta da luz ou se o usa para comprar umas botas novas. Claro que a gravidade assume graus diferentes – se já precisa do crédito para suportar despesas correntes, está numa situação mais delicada do que se só usar o cartão de crédito para comprar bens desnecessários -, mas usar o cartão de crédito de forma recorrente é sinal de que tem por hábito gastar mais do que ganha.

O problema, nestes casos, é duplo: se, por um lado, está a gastar acima do que pode, por outro está a endividar-se e a comprometer o equilíbrio financeiro a longo prazo, porque no mês seguinte vai pagar a despesa com juros e, com isso, aumentar o peso no orçamento familiar.

Claro que, aqui, se misturam dois conceitos: o de gastar mais do que pode e o de ganhar menos do que precisa. A boa notícia é que geralmente eles estão ligados, o que significa que a resolução é mais simples do que nos outros casos.

A solução, portanto, é simples: parar de usar o cartão de crédito. Experimente andar com o dinheiro na carteira e evitar usar o cartão multibanco – assim terá uma maior noção do que gasta e mais facilidade em refrear as compras. Também pode deixar o cartão de crédito em casa quando vai às compras, deixando-o a salvo de compras impulsivas e desnecessárias.

2. Fica sem dinheiro na primeira semana do mês

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Se paga as contas habituais – água, luz, gás, Internet – e dá por si a olhar para um saldo minúsculo na conta bancária, é hora de fazer soar os alarmes.

Os salários devem ser suficientes para, pelo menos, pagar todas as contas habituais e ainda alimentar a família de forma confortável, mesmo que não cheguem para grandes excessos. Se não está nesta situação, é preciso repensar todo o seu planeamento familiar.

A dica mais fácil de lhe dar é que arranje um novo emprego que lhe pague mais. No entanto, sabemos que, nestas coisas, é sempre mais fácil dizer do que fazer, além de que há outras variáveis importantes em jogo – por exemplo, se conseguir um emprego que lhe pague mais mas também seja mais longe de casa, aumenta a despesa de deslocação e pode já não compensar -, pelo que optamos por falar-lhe na hipótese de arranjar um segundo emprego ou um projeto paralelo que lhe forneça um rendimento extra.

É, contudo, importante perceber que este rendimento extra é apenas um “remendo” e não vai servir-lhe para sempre. Basta que as despesas aumentem com a passagem do ano ou que se sinta muito cansado pelas extensas horas de trabalho para que tudo volte ao mesmo ou até fique pior.

Assim, sugerimos que pondere mudar as despesas em si. Olhe para o balanço mensal e perceba onde está o erro: é a renda da casa, que lhe leva metade do salário? É o plano de Internet, que custa quase tanto como as compras do mês? Onde descobrir o erro, corte. Pode implicar mudar de casa para uma zona mais barata, mudar o plano de telecomunicações para uma opção base ou outro tipo de sacrifício, mas é a única forma de recuperar o equilíbrio financeiro antes de entrar em incumprimento.

3. Não consegue pagar as contas

sinais de que não ganha dinheiro suficiente

Se já chegou ao ponto em que o salário não chega para pagar as contas normais da casa, então é mesmo necessário ativar um plano mais radical.

Ter de escolher entre pagar a conta da água ou a conta da luz é o início de um ciclo vicioso de incumprimentos, por isso pare já e avalie o seu planeamento orçamental. Assinale todas as despesas que mais lhe pesam no orçamento e comece já a cortar, começando por tudo o que é “estilo de vida”: o carro, as roupas, as viagens, os jantares fora.

Se já cortou em tudo o que era “luxo” e, ainda assim, continua a não conseguir cobrir as despesas essenciais, passe para o nível seguinte e corte nelas também: voltamos à sugestão de mudar de casa para outra mais pequena ou numa zona mais barata, vender o carro e andar de transportes públicos ou trocar as sessões de cinema por um filme em casa.

4. Já não há por onde cortar

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Este é o início de uma situação desesperada. Leu as dicas até aqui, revê-se em todas elas mas, olhando para o seu orçamento familiar, não vê mais por onde cortar. Já não vai ao cinema, nunca janta fora, raramente compra roupa e nem sabe há quanto tempo não passa um fim de semana fora.

O caso é grave e, ao contrário do que se mencionamos até aqui, é hora de começar a cortar no indispensável também. Como? Troque os bifes pelas carnes brancas, que são mais baratas. Coma a fruta mais barata. Faça as refeições mais baratas que conseguir e aproveite as sobras de umas para as outras.

Esta está longe de ser uma situação agradável e sabemos que não foi a vida com que sonhou. No entanto, tempos desesperados requerem medidas desesperadas e não há outra forma de reequilibrar o seu barco.

Pense que pode, paralelamente, ir tentando aplicar outra das dicas acima referidas: procure um rendimento extra, um emprego secundário, uma casa mais barata…

5. Não tem um fundo de emergência

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Todos devemos ter guardado um fundo de emergência que nos garanta a subsistência em caso de azar. A vida é feita de imprevistos, nunca se sabe quando uma dor de barriga nos deixa em casa um mês inteiro de baixa ou nos obriga a um tratamento médico mais caro.

Ter algum dinheiro de parte para fazer face aos imprevistos faz parte de um bom equilíbrio financeiro. Se não tem nenhum, não vamos dizer que está na beira do precipício, mas também não está numa posição confortável.

Comece por poupar algum todos os meses. Pode ser pouco, alguns euros que sejam, mas vá guardando. Se tem dificuldade em guardar dinheiro sem lhe mexer, ponha-o num lugar onde não o veja e onde seja difícil chegar-lhe – como um mealheiro que é preciso partir ou uma conta bancária noutro banco e com senhas de acesso que estão escondidas num lugar pouco prático de aceder. Acredite que o trabalho que tem para mexer no dinheiro vai fazê-lo pensar duas vezes antes de o gastar.

O ideal é que cada cidadão guarde, no fundo de emergência, o equivalente a um salário. No caso das famílias, um salário por cada elemento do agregado. No entanto, sabemos que este não é um valor fácil de atingir, por isso vá poupando o que der. Se um dia precisar, vai agradecer ter poupado, independentemente do valor.

6. Vive preocupado com dinheiro

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Claro que não falamos das pessoas muito, muito forretas, porque essas vivem preocupadas com o dinheiro mesmo quando já têm bastante. Falamos de pessoas que não conseguem evitar um nó na garganta quando pensam nas contas que estão prestes a chegar, que no início de cada mês não sabem ainda como vão pagar as contas todas ou de onde vão tirar o dinheiro para ir ao supermercado.

Se o dinheiro lhe tira o sono, é porque, no fundo, sabe que as contas não estão a bater certo. A melhor dica que podemos dar-lhe é que pare para pensar e analisar com calma a sua situação: o pior que pode fazer é lidar com as despesas em “modo pânico”, porque isso vai fazê-lo agir considerando o “agora” e esquecer o “amanhã”.

Pare, olhe para o seu orçamento, veja se está em alguma das situações acima referidas e aja de acordo. Com calma vai encontrar soluções muito melhores do que se cair no desespero, que nunca é bom conselheiro.

7. Não consegue atingir os seus objetivos financeiros

sinais de que não ganha dinheiro suficiente

Antes de começar já a pensar que está encravado nesta situação, pense nos objetivos que definiu para si. Se o seu objetivo é poupar 20 mil euros num ano, mas o seu salário é de apenas 15 mil, o seu problema não é ganhar de menos, mas definir objetivos impossíveis.

Desenhe objetivos claros, possíveis e mensuráveis. Se, a cada mês que passa, fica mais longe de os cumprir, é porque algo está errado: ou está a gastar de mais e a ignorar as suas próprias ambições, ou, de facto, ganha de menos para o que quer atingir.

Em ambos os casos a solução passa por rever os objetivos a par do seu comportamento financeiro e ajustá-los um ao outro. Se for preciso, pode pensar em fontes de rendimento alternativas para o ajudar a balancear as duas coisas.

Ganhar de menos é, de facto, um problema comum a muitas famílias, mas é importante que se mantenham conscientes de que nada se resolve se ninguém fizer nada por isso. Avalie a sua situação, faça as contas com franqueza e mentalize-se para fazer os sacrifícios necessários.

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