Helena Peixoto
Helena Peixoto
12 Jun, 2017 - 17:18

Síndrome vertiginoso: tudo o que precisa de saber

Helena Peixoto

Se já lhe aconteceu parecer que o “chão lhe foge” mesmo sem estar a andar, pode sofrer do síndrome vertiginoso. Saiba tudo sobre este síndrome.

Síndrome vertiginoso: tudo o que precisa de saber

As perturbações do equilíbrio são uma das perturbações mais comuns da população. Elas representam cerca de 5% das queixas dos doentes de Clínica Geral, e cerca de 10% daqueles que procuram o Otorrinolaringologista.

O síndrome vertiginoso engloba-se numa dessas queixas e o E-Konomista informa-o sobre as possíveis causas, formas de diagnóstico e tratamento deste síndrome.

O que é o síndrome vertiginoso?

O síndrome vertiginoso é um sintoma definido como a sensação ilusória de movimento.

A vertigem provoca uma sensação de incapacidade e insegurança. Por vezes, os doentes chegam mesmo a  queixar-se de sensação de morte iminente, com níveis de ansiedade extrema, levando o médico a pensar que a vertigem é causada pela ansiedade e não o contrário.

Pedro Araújo, médico especialista em otorrinolaringologia, explica: “A tontura é uma perturbação do equilíbrio que engloba diferentes queixas, como a sensação de instabilidade, de balancear do corpo, de mal-estar ou até mesmo de cabeça vazia”.

Eis os sintomas mais comuns do síndrome vertiginoso:

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Além disso, existem certas lesões na cabeça que podem provocar danos no ouvido interno e, por isso, serem uma causa de vertigem. Em casos raros, os acidentes vasculares cerebrais que afetam certas áreas do cérebro, podem também levar a um início de vertigem.

Causas do síndrome vertiginoso

Mas afinal, quais as causas para este síndrome vertiginoso?

Primeiro de tudo, é necessário perceber que existem dois tipos de causa: periféricas ou centrais. As causas centrais originam-se no cérebro ou na medula espinhal e as periféricas devem-se a um problema no ouvido interno. O ouvido interno pode inflamar por causa de alguma doença, ou os pequenos cristais localizados no seu interior podem deslocar-se, causando um distúrbio e levando a vertigem. Esta é conhecida como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB).

Já a Doença de Ménière, vertigem associada à perda auditiva e zumbido (zumbido no ouvido), é causada pela acumulação de líquido dentro do ouvido interno. A causa para esta acumulação permanece ainda desconhecida.

Além destas, podem identificar-se outras causas que podem favorecer o aparecimento do síndrome vertiginoso:

  • Uma circulação deficiente produzida pela pouca elasticidade dos vasos sanguíneos (arterioscleroses);
  • Problemas cardíacos com a presença de arritmias, traumatismos craneais, alterações nervosas;
  • Problemas de hipertensão ou hipotensão;
  • Anemia;
  • Esclerose múltipla;
  • Problemas digestivos (a má digestão ou problemas de alergias ou intolerâncias alimentares produzem mal-estar com serrações de vómitos e vertigem);
  • Hipoglicemia;
  • Consumo de álcool, café, tabaco, assim como medicamentos (antidepressivos, sedativos ou anticonceptivos, por exemplo) favorecem o aparecimento de vertigem.

Diagnóstico

O diagnóstico das causas da vertigem é um  dos mais difíceis de realizar em toda a  medicina moderna. Contudo, atualmente existem alguns exames que permitem uma abordagem funcional do sistema do equilíbrio: a electro/videonistagmografia e a posturografia dinâmica computorizada. Estas novas tecnologias permitem muitas vezes a escolha da terapia adequada.

Durante uma sessão de avaliação para verificar as causas da vertigem, o profissional de saúde necessita de aferir várias informações que aparentemente podem não parecer relacionadas com o problema. Que medicamentos andam a ser tomados, doenças recentes ou até mesmo ocorrências de saúde do passado: pequenas informações podem ser essenciais para fornecer uma pista sobre a causa da vertigem.

Após obter todas as informações, realiza-se um exame físico, o que inclui muitas vezes um exame neurológico completo para avaliar a função cerebral e determinar se a vertigem é devido a uma causa central ou periférica.

Adicionalmente, e se o médico julgar necessário, pode ainda ser necessário recorrer a uma  ressonância magnética ou tomografia computadorizada do cérebro ou do ouvido interno para verificar se se trata de um problema estrutural, como acidente vascular cerebral. Havendo suspeita de perda auditiva, pode ainda ser receitada uma audiometria.

Existe ainda um exame, intitulado eletronistagmografia, ou avaliação elétrica de vertigem, que, apesar de não ser realizado com frequência, pode ajudar a distinguir entre vertigem periférica e central.

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Tratamento

Antes de tudo, é importante ter em mente que deve ser acompanhado por um médico devidamente certificado que lhe indicará o tratamento mais adequado. Pedro Araújo reforça que “o tratamento varia com a doença, baseando-se num programa personalizado de reeducação vestibular”.

Contudo, existem alguns conselhos que podem evitar este problema, ou pelo menos tornar mais fácil a forma de lidar com o mesmo:

  • Mudar os hábitos alimentares: substituir alimentos ricos em gorduras saturadas, por outras gorduras mais saudáveis e não abusar do sal;
  • Controlar os movimentos: certas alterações de posição podem produzir vertigens momentânea;
  • Evitar exercícios e atividade física violentos, que pode ser contraproducente para a saúde do ouvido, manifestando-se em forma de vertigem;
  • Adotar um método de terapia alternativa como yoga, homeopatia, reflexoterapia ou acupuntura.

Tratamentos caseiros

Em princípio, os tratamentos caseiros não serão muito eficazes no alívio do síndrome vertiginoso. O facto de grande parte dos casos de vertigem se resolverem espontaneamente ao fim de alguns dias leva a que muitas pessoas associem a cura a um determinado remédio natural.

No entanto, um suplemento de Ginkgo Biloba pode ajudar a melhorar a circulação dos capilares do cérebro e, assim, evitar sintomas como vertigens, náuseas e zumbidos nos ouvidos.

Há também alguns alimentos que podem ser bons aliados no alívio dos sintomas associados ao síndrome vertiginoso: o gengibre ajuda a tratar a náusea e a sensação de enjoo, enquanto a alcachofra e a camomila ajudam a combater as enxaquecas. Por outro lado, dado que este problema pode estar associado à ansiedade, o recurso a ansiolíticos naturais – como a camomila, a erva-cidreira e a lavanda – podem contribuir para a prevenção destas crises.

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