Júlia Rocha
Júlia Rocha
14 Dez, 2018 - 16:48

Tradições de Natal em Portugal: conhece-as todas?

Júlia Rocha

O Natal é época de costumes e momentos em família e amigos. Conhece as tradições de Natal em Portugal? Fique a conhecer melhor as mais populares.

Tradições de Natal em Portugal: conhece-as todas?

Natal – sinónimo de ambiente festivo, de uns dias em família, de viagens, de reencontros, de amor e boa comida. Cada país, e até cada região, vive a época à sua maneira com tradições e momentos únicos e especiais. Alguns mais típicos e tradicionais, outros mais raros e únicos. Fique a conhecer as melhores tradições de Natal em Portugal. Será que vai querer implementar alguma nas suas festas?

7 tradições de Natal em Portugal

1. Missa do Galo

missa do galo

De certeza que esta tradição de Natal, a mais católica, não é novidade de nenhuma para ninguém, mesmo que seja uma que não cumpra, passando a expressão, religiosamente. A Missa do Galo é celebrada por todo o país, e muitas vezes transmitida na televisão pública, nomeadamente a Missa do Galo no Vaticano. É uma missa celebrada à meia-noite, na noite de 24 para 25 de dezembro, assinalando o nascimento de Jesus Cristo. Reza a lenda que um galo teria cantado, no momento do nascimento, anunciando a vinda do Messias.

2. Bacalhau na Consoada

A mais irónica das tradições de Natal portuguesas. O uso do bacalhau tinha a ver com o facto de, em tempos idos, a carne ser um bem mais caro e proibido na preparação das muitas festas católicas. Além disso, o bacalhau era barato e facilmente preservado, mesmo nos meses frios, depois de salgado. A carne estava reservada para o dia da celebração. Ou seja, para dia 25 de dezembro. No dia anterior era ainda obrigatório comer peixe, e o bacalhau foi ganhando terreno, até se solidificar nas mesas portuguesas até hoje.

3. Bananeiro

A tradição do bananeiro vem de Braga. Na cidade minhota, ao final da tarde de dia 24, as celebrações de Natal começam com bananas e vinho moscatel. O ritual, conhecido como “bananeiro”, tem lugar na Rua do Souto, na Casa das Bananas, onde milhares de pessoas a cumprem, todos os anos, com o intuito de desejar boas festas aos conterrâneos. Em tempos menos afortunados em termos de alimentos, bananas e licores eram bens de luxo, daí a sua particular importância numa festa.

4. Montar o presépio

presepio

Já se perguntou porque é que montamos o presépio de Natal? Para os cristãos, é uma das tradições de Natal mais antigas e celebradas. A origem deste hábito remonta ao século XVI, com o objetivo de recriar o nascimento do Menino Jesus. Há contudo, registos destas recriações desde o século III. uns maiores, outros mais pequenos, todos os presépios são construídos à volta das figuras de José e Maria, de Jesus na manjedoura, dos animais do estábulo e dos três Reis Magos. Em Portugal, damos sem dúvida muita importância e um papel central, ao presépio. Quem nunca viu um presépio ao vivo?

5. A queima do cepo

Em todo o país, principalmente no interior, mas castigado pelo frio do Inverno, é típico que toda a gente se reúna à volta da lareira. Por altura do Natal, é típico em algumas regiões, principalmente no norte, usar um enorme toro de madeira, chamado de cepo. De preferência utiliza-se madeira de oliveira, árvore da paz e da cruz de Cristo. Os restos não queimados são guardados para proteger a casa de “iras divinas”.

6. A consoada

consoada

Provavelmente já se apercebeu que em Portugal damos muita importância à noite de 24 de dezembro, algo que noutros países, sobretudo não católicos, não se verifica com tanto fervor. A noite da Consoada deve a sua importância à tradição da Missa do Galo. Os fiéis jejuavam até à meia-noite e ceavam em casa, depois da missa que anunciava o nascimento de Jesus. Com a mudança dos tempos, antecipou-se a ceia da Consoada para a hora do jantar, continuando a simbolizar um momento de união entre famílias e uma das mais queridas tradições de Natal em Portugal.

7. As rabanadas

O facto das tradições de Natal em Portugal envolverem as rabanadas, vem de uma ideia importada. A origem da rabanada é francesa, e em Portugal foi adoptada por todas as regiões. Cada família adapta a receita conforme o seu gosto pessoa, mas o açúcar, a canela e o cacete comprado propositadamente com o objetivo de fritar estas fatias de pão em ovo e leite, não falha. Há quem as chame de fatias douradas também. As rabanadas sempre foram também, uma forma de aproveitar pão seco e algo que é comum em todas as regiões e cidades portuguesas.

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