Inês Pereira
Inês Pereira
04 Mar, 2019 - 10:00

Útero bicorno: saiba tudo, de A a Z

Inês Pereira

Habitualmente descoberto na vida adulta, o útero bicorno é um problema que afeta muitas mulheres. Fique a saber o que é, sintomas e tratamento.

Útero bicorno: saiba tudo, de A a Z

Não é novidade para ninguém que a gravidez é um período de grandes mudanças e adaptação, tanto físicas como psicológicas, para qualquer mulher. Mas se pensa que basta engravidar e passar 9 meses a planear a chegada de um rebento está enganado. A verdade é que algumas mulheres têm de se preocupar com problemas como o útero bicorno, uma malformação capaz de tirar horas de sono aos futuros pais.

De uma forma geral, e talvez o surpreenda, as mulheres só descobrem este defeito no útero já na idade adulta aquando da gravidez. Acontece que o problema é detetado através de ecografia, pelo que, na maior parte dos casos, a mulher já é gestante quando é diagnosticada. No entanto, pode também acontecer que esta malformação seja descoberta quando são realizados testes no seguimento de uma dificuldade em engravidar.

Posto isto, parece clara a importância de conhecer a fundo este problema, compreender a sua origem e saber qual o procedimento a seguir no que se refere ao tratamento.

Útero bicorno: o que é, sintomas e tratamento

saiba tudo sobre o útero bicorno

O útero bicorno, também conhecido como “útero de dois chifres”, é uma anomalia que se traduz na divisão do órgão por parte de uma membrana. Ora, esta divisão pode ser total, ficando o útero totalmente dividido em dois, ou parcial, dando-lhe um formato que se assemelha a um coração ou um Y. Problema? Se em alguns casos este fenómeno é inofensivo, existem situações em que pode dificultar, ou até mesmo impedir, uma gravidez.

Esta malformação é congénita, o que significa que se desenvolve no corpo enquanto feto ainda no interior da barriga da mãe. Desta forma, e dada a ausência de dores ou consequências visíveis, não admira que muitas mulheres passem uma vida inteira sem conhecimento de que têm este problema e que o seu útero não tem a habitual forma de pera.

Contrariamente ao que pode pensar, esta é uma das anomalias uterinas mais comuns. Felizmente, não costuma ser motivo para preocupações, só exigindo tratamento quando de facto implica algum obstáculo para uma gravidez saudável e segura. De facto, muitas são as mulheres que, mesmo após uma gravidez, continuam sem saber que o seu útero é bicorno.

Neste sentido, é importante que saiba quais os métodos de diagnóstico. Para além da ecografia, já referida, esta anomalia pode ainda ser detetada através de uma ressonância magnética ou, em alternativa, de uma histerossalpingografia.

No caso das mulheres que descobrem este defeito aquando da gravidez, a recomendação é repouso absoluto e evitar ao máximo qualquer tipo de esforço. Podem considerar-se gestações de risco, pelo que o acompanhamento médico é mais atento e quantidade de exames é superior, especialmente porque o feto tem menos espaço para crescer devido à divisão provocada pela membrana uterina – pode até existir a necessidade de cesariana.

Sintomas

Embora inofensivo em muitos casos, o útero bicorno apresenta também alguns sintomas característicos a que a mulher deve estar atenta. Contudo, por se tratarem de sinais bastante comuns e passíveis de ser associados a outros fenómenos, nem sempre é fácil fazer a identificação. Tome nota:

  • menstruação irregular;
  • dores abdominais;
  • incómodo durante a ovulação;
  • problemas renais e no sistema urinário em geral.

Tratamento

O maior risco para uma mulher com útero bicorno relaciona-se com a gravidez, já que existe o perigo de um parto prematuro ou, pior, de um aborto espontâneo. Acontece que o feto pode não ter espaço suficiente para se desenvolver de forma saudável, havendo mesmo o risco de sobrecarregar o útero. Infelizmente, muitas mulheres não procuram conhecer a causa do aborto e podem continuar a sofrer com o mesmo problema em futuras tentativas.

Assim, o tratamento deve ser realizado assim que o problema é descoberto e caso se justifique. A solução passa por uma pequena cirurgia, que permite a reconstrução do normal formato do útero.

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