Teresa Campos
Teresa Campos
30 Mai, 2022 - 18:55

Siga esta checklist se vai comprar casa para não falhar nada

Teresa Campos

Confira a nossa checklist se vai comprar casa e compre um imóvel sem percalços, cumprindo todos os passos a que a lei obriga.

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Fazer uma checklist se vai comprar casa é o primeiro passo para garantir que vai proceder a uma aquisição segura e consciente, sem precipitações nem falhas.

Para o ajudar nessa tarefa, construímos um guia que o vai orientar. É ainda mais essencial essa checklist se vai comprar casa pela primeira vez e, por isso, está um tanto ou quanto desorientado no que toca às etapas a seguir e às obrigações que tem a cumprir. Já para não falar dos muitos encargos e custos associados que deve ponderar ao máximo.

Assim, não perca mais tempo e siga, passo a passo, a nossa checklist.

Checklist se vai comprar casa: passo a passo 

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Antes de comprar

  • Comece por avaliar o seu orçamento familiar, assim como as despesas e encargos. Só assim ficará a saber o crédito à habitação que pode suportar;
  • Calcule a taxa de esforço, ou seja, a percentagem do rendimento familiar destinada ao pagamento das prestações da casa. Para ser sustentável, essa taxa não deverá ser superior a 30%;
  • Feitas as contas, defina quanto pode pagar, de modo a assegurar a sua estabilidade financeira;
  • Pondere também acerca das suas poupanças, pois elas são importantes, por exemplo, para dar como entrada (na maior parte das vezes as instituições não financiam a compra da casa a 100%) e, também, para suportar outras despesas associadas, como o contrato de compra e venda da casa e respetivos impostos, taxas e comissões.

Escolher a casa

  • Comprar uma casa nova é, por norma, mais dispendioso do que adquirir uma casa usada. No entanto, e à partida, ela acarretará menos custos de manutenção e tudo estará por estrear;
  • No que respeita à tipologia do imóvel, deve escolher uma casa que responda às necessidades reais do seu agregado, ou seja, o número de quartos e WC’s indispensáveis e aquilo que mais valoriza – se uma cozinha grande ou uma sala espaçosa, por exemplo;
  • Exija o certificado energético, pois ele é obrigatório e permite ficar a saber o gasto de energia do imóvel, o que em muito deve pesar na sua decisão final;
  • A localização é fundamental e, no geral, deve estar atento a certos indicadores como a existência próxima de transportes, obras, acessibilidades, serviços e equipamentos sociais (escolas, hospitais e centros de saúde) e zonas verdes e de lazer;
  • Na hora de visitar uma casa, deve atentar, nomeadamente, nos materiais de construção, acabamentos, isolamento térmico, exposição solar, armários, instalações de gás, água e eletricidade, existência de fissuras e manchas de humidade. É ainda importante fazer várias visitas ao imóvel e, de preferência, a diferentes horas do dia, para que possa percecionar diferentes detalhes, de acordo com a iluminação variável;
  • É fundamental conhecer a prestação do condomínio que terá de pagar e, se possível, tentar perceber o funcionamento do mesmo, ou seja, se há por exemplo dinheiro de reserva, obras previstas ou muitos condóminos incumpridores. Neste mesmo sentido, é importante conferir junto da Conservatória de Registo Predial se o imóvel que pretende adquirir não tem dívidas que possam recair sobre si, nomeadamente dívidas ao condomínio.
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Selecionar o banco

  • O primeiro passo deve ser fazer várias simulações, tendo em conta o montante, o prazo e as modalidade de reembolso. Teste os vários cenários propostos pelos diversos bancos e escolha a melhor alternativa para a sua situação. A melhor forma de comparar propostas é confrontar as Fichas de Informação Normalizada (FINs) facultadas em cada simulação. Aí conseguirá comparar as taxas, comissões, seguros e planos financeiros;
  • Negociar um spread mais reduzido, deve ser o seu principal objetivo. Para tal, tome nota de alguns aspetos que o banco tem em linha de conta para o definir: perfil de risco; rácio de financiamento/garantia; envolvimento com o banco; aquisição de uma casa pertencente ao banco;
  • Além disso, existem garantias que o banco lhe vai exigir, tais como a hipoteca, a fiança, o seguro de vida.
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No momento da compra

O primeiro passo é celebrar um contrato de promessa de compra e venda. Neste documento, é celebrada a intenção de comprar e vender o imóvel por parte das duas partes envolvidas, assim como as condições em que esse negócio será realizado.

Após a aprovação do crédito, deve proceder na Conservatória do Registo Predial da zona aos registos provisórios da transmissão da propriedade a seu favor e da hipoteca a favor do banco. Estes registos são válidos por seis meses a contar da data da sua formalização.

Agora, tratemos dos impostos. O imposto sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT) aplica-se sempre que haja uma mudança de proprietários de um imóvel e que haja troca de dinheiro envolvida. O comprovativo do seu pagamento deve ser entregue na realização da escritura de compra e venda.

A escritura pública é o documento que se segue e um dos mais importantes, pois é ele o contrato definitivo de compra e venda do imóvel. É ele que formaliza, legalmente, a transferência da propriedade do imóvel do vendedor para o comprador. Para o celebrar, são precisos os seguintes documentos: certidão do teor da descrição predial, e recorrer ao crédito à habitação; cópia autenticada dos pedidos de registos provisórios; caderneta predial atualizada; licença de utilização do imóvel (também denominada de licença de habitabilidade); declaração de liquidação do IMT; ficha técnica da habitação.

Finalmente, há que converter os registos provisórios em definitivos.

Última etapa

Vá acompanhando e analisando os extratos bancários que, mensalmente, irão apresentar a amortização de capital, os juros pagos, o seguro de vida, do imóvel, a comissão de gestão e imposto do selo. Assim, terá uma ideia do que já pagou e do que ainda tem para pagar.

Se tiver recebido um montante significativo e quiser fazer um reembolso antecipado do empréstimo, pode fazer uma amortização total ou parcial, que alivie assim o peso do crédito à habitação nos encargos do agregado familiar.

Se, por outro lado, a sua situação financeira se tornar menos folgada e estiver com dificuldades em pagar a prestação mensal, deve renegociar o contrato e alterar algumas condições, tais como o regime da taxa de juro; o prazo do indexante; o prazo do empréstimo; a modalidade de reembolso.

Esta checklist é muito completa e garante o máximo esclarecimento. Por isso, a partir deste momento, está perfeitamente apto e suficientemente informado para abrir portas à desafiante aventura de encontrar o imóvel perfeito e adequado à sua realidade financeira.

A checklist sugerida está de acordo com a lei portuguesa vigente que regula estas matérias e deve ser uma companheira fiel, a manter por perto antes, durante e depois do processo de aquisição do imóvel. Portanto, guarde bem todas estas dicas e informações, pois elas são valiosas e uma excelente fonte de conhecimento.

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