Belinda Sá
Belinda Sá
31 Mar, 2020 - 17:20

Os 25 melhores livros de sempre: atualize a sua lista de leituras

Belinda Sá

Conheça os 25 melhores livros de sempre, essenciais na vida de quem quer viajar e ser inspirado por autênticos tesouros, deixados por grandes escritores.

Os 25 melhores livros de sempre: atualize a sua lista de leituras

Há muita subjetividade quando se compõe uma lista de melhores livros de sempre. Tal como escolher um livro para ler não é, de todo, tarefa fácil (dada a vasta oferta), o mesmo acontece quando se pensa em selecionar as 25 obras literárias às quais não pode ficar indiferente.

Assim, nada melhor como lê-los e verificar, por si, se os melhores livros de sempre merecem, ou não, um lugar especial na sua estante (seja ela física ou não).

25 melhores livros de sempre: confira a lista

1. Dom Quixote, Miguel Cervantes

O primeiro dos melhores livros de sempre é a obra-prima assinada pelo romancista, dramaturgo e poeta espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, publicada em dois volumes lançados em 1605 e 1615, respetivamente. Ela é, sem dúvida, considerada o melhor dos melhores livros de sempre. Este romance é uma sátira que conta a história de um cavaleiro que decide, na companhia do seu fiel escudeiro Sancho Pança, partir e reviver a aventura sentida pelos cavaleiros, avançando por montes e vales, na região de La Mancha, no centro de Espanha. Em nome da justiça, luta contra moinhos de vento e cavaleiros que são mero fruto da sua imaginação.

2. Em busca do tempo perdido, Marcel Proust

Na lista dos melhores livros de sempre, surge Em busca do tempo perdido, dividido em sete partes, ao longo das quais Marcel Proust aborda temas que acabam por ser comuns a toda a obra. Quem leu todos os livros, não sente que tenha sido uma perda de tempo viajar pelo enredo de uma obra literária incomparável, na qual o autor dá vida a várias personagens e peripécias que trazem nostalgia e um sentimento de proximidade com um narrador que se prepara, desde criança, para vir a ser o escritor da obra que nos é deixada.

 

3. Ulisses, James Joyce

Recria a quinta-feira de 16 de junho de 1904, na cidade de Dublin. Nesse dia, e na madrugada que o procede, o autor cruza a vida de várias pessoas que conversam, falam sobre intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, tudo isto centrado em três personagens principais. Sem dúvida, um dos melhores livros de sempre.

 

4. Odisseia, Homero

Odisseia narra a história e as aventuras de Ulisses. Dividida em quatro partes, esta obra despoletou grande influência no imaginário ocidental, ao longo dos tempos. Fala de um herói que, após a destruição da cidade de Tróia, procura regressar à sua ilha de Ítaca. Contudo, o poder e vontade dos deuses fizeram-no rumar a outros destinos que o obrigam a enfrentar inúmeros perigos.

 

5. Guerra e Paz, Leo Tolstoy

Considerado por muitos um monumento da literatura universal e um dos melhores livros de sempre, esta obra aborda as guerras levadas a cabo por Napoleão contra as monarquias da Europa. Uma reflexão acerca das origens e das consequências dos conflitos. São 550 personagens, sem considerar os elementos das famílias aristocráticas, que dão vida a este quadro épico que é um retrato realista da sociedade russa no início do século XIX. Tolstoy, não fosse ele um escritor, filósofo e pedagogo defensor das minorias e dos mais desfavorecidos, convida a uma reflexão acerca do sentido da vida, alimentando-a com questões filosóficas, enquanto denuncia o preconceito e a hipocrisia da nobreza, por oposição à forma miserável em que viviam e como eram tratados os soldados e servos.

 

6. Moby Dick, Herman Melville

Moby Dick é o nome da baleia branca que Ahab quer caçar, mas para tal precisa de ajuda da tripulação para dar início à sua vingança. Este, que é mencionado como um dos principais romances norte-americanos de todos os tempos, acompanha a última viagem do baleeiro Pequod, à qual Herman Melville adiciona influências de diversos géneros literários que vão desde o teatro à descrição científica, com um toque de meditação filosófica.

 

7. A Divina Comédia, Dante Alighieri

Não há certezas quanto ao ano em que foi escrita esta obra – entre 1304 e 1321 (ano da morte de Dante) -, mas uma coisa é certa: é, indiscutivelmente, um grande clássico que acompanha e ultrapassa gerações. Dividido entre os três reinos do além-túmulo, o Inferno (seria a depressão do mar Morto, onde todas as águas convergem), o Purgatório e o Paraíso (quanto a estes, os segmentos dos círculos concêntricos que juntos respondem pela mecânica celeste), são estas as três partes que o compõem.

 

8. Hamlet, William Shakespeare

Uma tragédia de William Shakespeare que explica como Hamlet tenta vingar a morte do seu pai, tendo como temas a traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade. O poeta e dramaturgo fez nascer uma peça que acompanha o amadurecimento do pensamento de uma personagem representada por um jovem príncipe. O culminar dá-se quando tem capacidade de entender o que é o tempo, a morte e a responsabilidade individual, sendo o poder um grande fator de perturbação e confusão. É precisamente graças a esta reflexão que se torna adulto.

 

9. As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain

A obra-prima de Mark Twain, um escritor que, segundo Hemingway, é “uma inovação, uma nova descoberta da língua inglesa”. As Aventuras de Huckleberry Finn retrata a história de um rapaz (Huckleberry) e de um rio, assim como as suas viagens e aventuras com o escravo Jim, as sortes e os azares, as perseguições e as amizades, alimentada com comédia e ironia. Um livro atual sobre o racismo, a violência e a liberdade.

 

10. O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

Romance sobre os anos prósperos e loucos após a Primeira Guerra Mundial, em que Jay Gastby e Daisy são as personagens principais, escolhidas pelo escritor americano para encarnar a sua história de amor entre um oficial da marinha que está no início da carreira e uma bela jovem. Esta acaba por casar com um homem extremamente rico, pelo que Jay Gastby decide enriquecer, custe o que custar, para, desta forma, reconquistar a sua amada. E consegue-o. O Grande Gatsby é um retrato de um mundo de extravagância, riqueza e tragédia iminente.

 

11. Ilíada, Homero

Obra que ainda mantém inalterada a sua capacidade de comover e perturbar o leitor, ela é considerada a Bíblia da antiga Grécia. Num cenário vivo e real nos sentimentos, relatam-se os combates provocados pela ira de Aquiles em relação a Agamenon, travados diante de Tróia, bem como as relações familiares que não conseguiram fugir aos efeitos da guerra. Indubitavelmente, um dos melhores livros de sempre.

 

12. Cem Anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquez

Pode levar anos a lê-lo, mas certamente não vão ser de solidão. Envolva-se na aventura da família Buendía-Iguarán, repleta de milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações que dão vida ao mito e à história associados à tragédia e ao amor, sempre com a presença de Úrsula, uma personagem centenária.

 

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13. Madame Bovary, Gustave Flaubert

Publicado em 1856, este livro foi judicialmente perseguido pela seu caráter sensual e beleza provocadora concedida à personagem principal: Ema Bovary. Por Madame Bovary, Gustave Flaubert quase foi condenado à prisão, o que podia, por si só, dar azo a uma bela história de amor. Na verdade, são factos reais que alimentam e inspiram as peripécias que levaram cinco anos a escrever, mas que causaram grande impacto na sociedade da época, pois é uma devastadora crítica à burguesia francesa do século XIX.

 

14. Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski

O primeiro romance assinado por Fiódor Dostoiévski é a célebre obra do autor russo que faz nascer a figura do pobre e desesperado estudante Raskólnikov. Este leva uma vida de privações e duras condições de vida que o impulsionam a cometer atos e comportamentos pouco racionais. Para não ser punido pelo seu crime, argumenta que grandes homens, como serve de exemplo Napoleão, foram assassinos que a História tratou de absolver.

 

15. Os Irmãos Karamazov, Fiódor Dostoiévski

Um livro que causou grande impacto no mundo literário. Trata-se, novamente, de um crime (parricídio – homicídio de um ascendente) cujo enredo é marcado pelo niilismo antiteísta que é representado por uma das personagens que dá vida a uma história envolvente, de seu nome Ivan Karamazov.

 

16. Orgulho e Preconceito, Jane Austen

É de orgulho e preconceito que é constituída uma história de amor, cheia de mal-entendidos, que decorre em finais do século XVIII. Assim é o mundo da pequena burguesia inglesa desta época, que vive de preconceitos de classe, interesses mesquinhos e vaidades sociais que destroem, ou impedem, as relações naturais e espontâneas como o amor. Das cinco irmãs, a quem os pais procuram, incessantemente, encontrar um marido que assegure o seu futuro, Elizabeth destaca-se pela sua rebeldia, inteligência e persistência às regras sociais que, por decisão própria, não vão ditar a sua vida.

 

17. O Monte dos Vendavais, Emily Brontë

O Monte dos Vendavais é o único romance de Emily Brontë. A paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw e um amor tempestuoso acaba por contagiar e afetar as diferentes vidas de todos os que os rodeiam, como se se tratasse de uma maldição à qual não pudessem escapar.

 

18. O Som e a Fúria, William Faulkner

A tragédia da aristocrata família Compson, residente no sul dos Estados Unidos da América, e as vidas destroçadas pela história e pela herança, culminam neste que é considerado um dos maiores romances do século XX. William Faulkner criou, com este livro, “a meninas dos seus olhos” – a bela e trágica Caddy Compson – e o autor, prémio Nobel da Literatura, afirmou mesmo que foi o que lhe causou mais sofrimento e angústia a escrever.

 

19. Lolita, Vladimir Nabokov

Vladimir Nabokov escreveu, neste que é um dos romances mais célebres de sempre, um relato apaixonado, sensual, irreverente e refinado, que espelha o modo de vida americano, retratado por um homem muito mais velho e uma rapariga que, apesar dos seus tenros doze anos, é tudo menos ingénua. Lolita refere-se à obsessão de um homem adulto e à perversidade de uma miúda, unidos pela química que sentem um pelo outro.

 

20. 1984, George Orwell

O autor mostra de que maneira uma sociedade oligárquica consegue reprimir qualquer indivíduo que se opuser a ela. Tornou-se mundialmente famoso pelo retrato que faz sobre a fiscalização e o controlo de um regime coletivista-socialista na vida dos seus cidadãos, assim como a invasão dos direitos de cada um. Orwell, que sofria de tuberculose, lutou contra a morte para antes poder acabar este livro que é uma metáfora sobre o poder e a atuação dos regimes comunistas.

 

21. Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll

Alice no País das Maravilhas é um livro decorado por fantasias que se mantêm vivas de geração em geração, presente na infância de muitos de nós. Para a pequena Alice, o país onde vive permite-lhe que tudo seja possível e maravilhoso, proporcionando um mundo inesgotável de personagens que alimentam os sonhos da infância desta menina que serve de veículo para as brincadeiras e enigmas lógicos que esta obra infantil esconde.

 

22. Rumo ao Farol, Virginia Woolf

A família Ramsay está de férias na ilha de Skye, na Escócia, na companhia de vários convidados. Mrs Ramsay assume o papel de esposa e mãe na presença dos seus hóspedes, na companhia do seu trágico e absurdo marido, Mr. Ramsay. Tudo começa com o desejo de James, o filho mais novo do casal, de fazer uma viagem de barco rumo ao farol, desejo que a autora aproveita para gerar expectativa e construir uma narrativa comovente em relação às tensões e fidelidades que existem numa família.

 

23. Grandes Esperanças, Charles Dickens

Criado pela sua irmã que mora com o ferreiro Joe numa pequena aldeia de Kent, o jovem órfão Philip Pirrip – mais conhecido por Pip – é convidado, um dia, pela misteriosa velha senhora Miss Havisham, que é dona da mais rica, embora decrépita, mansão de todo o condado, para ser o companheiro de Estella. Esta personagem é a jovem protegida de Miss Havisham que, afinal, está a ser educada por ela segundo um plano maquiavélico: fazer uma vingança contra todos os homens daquela terra, partindo os seus corações. Grandes Esperanças foi a obra literária de maior sucesso editorial de Dickens e um dos melhores livros de sempre.

 

24. Anna Karenina, Leo Tolstoy

Anna é um heroína de personalidade nobre, condenada pelo seu próprio destino que a levou a casar com um homem que não amava, uma situação que aceitou, conformando-se, até ao dia em que é surpreendida por uma paixão que não consegue controlar. Não é apenas uma bela história de amor que Tolstoy nos conta. O autor aproveita para evidenciar a sua preocupação por questões morais que perduram na atualidade de qualquer época da humanidade.

 

25. À Espera no Centeio, D. Salinger

O último dos melhores livros de sempre é protagonizado pelo anti-herói Holden Caufield, uma figura icónica do inconformismo. Entre os seus anseios e angústias, aborda temas de identidade, sexualidade, alienação e o medo de existir. Um romance pleno de frescura e rebelião que nos leva a pensar sobre a doçura da infância que contrasta com a hipocrisia da idade adulta.

 

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