Luís Vicente
Luís Vicente
06 Dez, 2019 - 12:54

Metéora: uma viagem única aos céus da Grécia

Luís Vicente

A cinco horas de carro de Atenas encontra um local único no mundo: mosteiros edificados no topo de colunas de rocha fazem de Metéora um sítio inesquecível.

Cidade de Metéora na Grécia

“Meio do céu”, “rocas no ar” ou “colunas no ar” são algumas das designações que se podem encontrar para explicar etimologicamente Metéora.

Com a ajuda dessas expressões, conseguimos perceber, além da origem da palavra, que se trata de algo espectacularmente inusitado. Pedras no ar? É muito isso, mesmo!

Metéora é um conjunto de penhascos de pedra de areia e conglomerado formado sob um mar que há 60 milhões de anos terá existido naquela zona no interior da Grécia.

A explicação do fenómeno não é fácil, mas muitos peritos apontam para que a que a movimentação tectónica tenha feito com que o fundo do mar submergisse. Estas elevações terão posteriormente sido desgastadas devido à acção do tempo e clima severo, formando assim as tais colunas imponentes.

Para além da beleza natural das rochas, o inusitado de Metéora é que no topo das mesmas foram edificados mosteiros. Conta-se que a razão para tal sítio inóspito ser a casa de tantos monges prende-se com a fuga à perseguição do exército Otomano. Os registos dos primeiros monges refugiados em Metéora, primeiro em cavernas, remonta ao século XI.

Toda a história que envolve Metéora, seja natural ou humanitária, fez com que a zona tenha sido classificada, em 1988, Património Mundial pela UNESCO.

Metéora: Quando e O que visitar, onde dormir e como chegar

Mosteiro em Metéora na Grécia

Tratando-se de uma zona geográfica cuja altitude chega até 613 metros acima do nível do mar (quando visitados os mosteiros), a melhor altura para visitar acaba por ser o verão.

Contudo, e para evitar a confusão do grande público, poderá ser interessante uma visita no final da primavera ou início de outono, até porque os preços dos vôos acabam por ficar menos inflacionados.

Os 6 mosteiros que pode visitar em Metéora

Actualmente funcionam apenas 13 dos 24 mosteiros ma apenas 6 deles podem ser visitados. O maior pico em que se localiza um mosteiro tem 549 metros; o menor, 305 metros e são Megalos Meteoros e Roussanou, respectivamente.

A entrada nos mosteiros custa 3 euros por pessoa, por mosteiro. Para quem quer visitar todos no mesmo dia, aviamos desde já que não é possível, pois há sempre um que não está aberto ao mesmo tempo. Também não é possível entrar de manga curta nem de calções.

Abaixo apresentamos a lista dos mosteiros que pode visitar e a que dias estão fechados.

  • Megalos Meteoros: O maior e mais antigo, tendo sido fundado em 1336. É também conhecido, em português, como Grande Meteoro ou Mosteiro da Transfiguração. À entrada pode visitar-se a gruta onde residiu o eremita Anastasio, cujo corpo se encontra sepultado na igreja. Aberto até às 15h00 diariamente excepto quando encerra todo o dia, à terça-feira.
  • Varlaam: O segundo maior mosteiro. Está localizado do lado aposto ao Megalos Meteoros e foi fundado a meados do século XIV por Hosios Varlaam. Fechado às quintas e sextas-feiras.
  • Agios Stephanos: Também conhecido por Santo Estêvão ou Saint Stephens, este é o único mosteiro feminino de Metéora. Fechado às segundas-feiras.
  • Haguia Triada: Em inglês, Trinity e em português Santíssima Trindade, este é um do mais remotos e isolados; o que significa que tem um número reduzido de turistas. Fechado às quintas-feiras.
  • São Nicolau de Anapausas: St. Nicholas of Anapausas em inglês, é o primeiro do percurso, muito próximo da vila de Kastraki. Fechado às sextas-feiras.
  • Roussanou: O mosteiro edificado em altitude mais baixa, mas que ainda assim permite uma excelente vista e boas fotografias. Tornou-se convento em 1988. Fechado às quartas-feiras.

O itinerário por Metéora pode ser feito voluntariamente (aconselhamos que estude bem o percurso) ou então através de um serviço turístico – há muita oferta, desde percursos mais longos até aos mais curtos.

Quem fizer por conta própria e quiser visitar todos os mosteiros – sendo que há sempre um em que não se consegue entrar – terá caminhado cerca de 20 quilómetros.

Vista de Metéora

Kastraki e Kalabáka, onde pode pernoitar e recarregar energias

As urbanizações mais próximas de Metéora, e que acabam por subsistir graças ao turismo, são Kastraki e Kalabáka (ou Kalampaka). As duas estão a pontos equidistantes do conjunto de rochedos, pelo que acaba por ser indiferente, em termos de proximidade: ora fica mais próximo de uns, ora de outros.

Contudo, a cidade de Kalabála tem uma maior dimensão e, por isso, mais oferta e animação. Culturalmente também é bastante rica, contando com o Museu de História Natural de Metéora e o Museu do Cogumelo. As ofertas de estadia são variadas, e uma pesquisa rápida pelo Google sugere alojamentos como o Hotel Kaikis ou o Hotel Galaxy.

Kastraki, localizada ligeiramente a norte de Kalaba é uma pitoresca e pataca vila, cujas casas são feitas maioritariamente de pedra.

Por decreto do Comité Nacional de Arqueologia, as mesmas não podem ultrapassar uma determinada altura, de forma a preservar a identidade da vila e por respeito ao contexto geográfico em que está inserida. Boas opções para descansar são o Gogos Meteora Hotel ou Pyrgos Adrachti.

Como chegar a partir de Atenas

Para chegar a Meteora, partido de Atenas, pode usar autocarro, carro ou comboio. Através do último meio de transporte, a viagem custa cerca de 13€, tendo Kalabáka como destino.

Já de carro, de Atenas a Metéora são cerca de umas cinco horas de caminho. Por fim, de autocarro, a viagem faz-se chegando, em Atenas, à estação Kato Patissia, para apanhar um autocarro com destino a Trikala, que é a cidade mais próxima da vila de Kalampaka.

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