Hugo Moreira
Hugo Moreira
03 Mar, 2011 - 00:00

Alimentos cada vez mais caros

Hugo Moreira

O preço mundial dos alimentos não pára de subir. Fevereiro foi o oitavo mês consecutivo de subidas, de acordo com o índice de preços da FAO – Food and Agriculture Organization – a organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura. Onde é que esta crise vai parar?

Alimentos cada vez mais caros

O custo dos alimentos tem vindo a aumentar consecutivamente nos últimos 8 meses, de acordo com o índice que acompanha a evolução dos preços de 55 matérias-primas, da organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FAO).

O índice aumentou 2,2% até aos 236 pontos em Fevereiro, se comparado com os 230,7 pontos registados em Janeiro.

Os alimentos que mais contribuiram para este resultado foram os cereais, lacticínios e a carne.

É interessante ver como tudo está relacionado e como esta escalada dos preços dos alimentos representaram um dos vários factores que contribuiu para o agravamento das tensões, no Médio Oriente, por exemplo, tendo inclusivé levado à demissão de governantes do Egipto e da Tunísia.
Por sua vez, esta tensão no Médio Oriente e no Norte de África levaram à subida do preço do petróleo, e consequente aumento do preço dos combustíveis, que irão evidentemente agravar a situação já frágil do mercado alimentar, aumentando as despesas com alimentação.

De acordo com o responsável da divisão de mercados e comércio de cereais da FAO, estes aumentos nos preços foram provocados pela redução dos ‘stocks’ mundiais e o aumento da procura por parte de países em forte desenvolvimento, que “não mostra sinais de abrandar, mesmo com os preços elevados”. Acredita-se que os preços agora irão manter-se no nível atingido em Janeiro pelo menos até ao Verão, sendo que as condições meteorológicas são decisivas para tal comportamento. Aliás foram os fenómenos meteorológicos de 2010 que afectaram as colheitas e provocaram esta subida dos preços.

As Nações Unidas prevêm uma queda nas reservas de cereais, devido ao forte aumento da procura e a quebra de produção no ano passado.