Hugo Moreira
Hugo Moreira
21 Mar, 2011 - 00:00

Aumento IVA: Encerramento de ginásios

Hugo Moreira

Com a subida do IVA, o negócio dos ginásios está seriamente comprometido, ainda mais porque antes das medidas do Executivo, era apenas cobrada a taxa minima do IVA, o que fazia sentido, pois trata-se da prática de desporto que contribui para a manutenção de um bom estado de saúde. Registaram-se quebras de 10% na facturação assim como os praticantes começam a deixar de ter poder de compra para frequentar ginásios.

Aumento IVA: Encerramento de ginásios

A Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) está bastante preocupada com as consequências do aumento do IVA para 23%. O aumento do imposto levou à queda de 14% na facturação, assim como uma queda de 10% nas pessoas que frequentam os ginásios, dados estes referentes ao ano 2010.

A real questão aqui é que o sector está seriamente comprometido pois muitos ginásios não vão conseguir fazer face a este aumento brutal no imposto, e por outro lado não o podem incluir no preço a pagar pelo cliente, pois naturalmente, este não terá poder de compra para tal.

Recorde-se que no Orçamento de Estado 2008, ficou confirmada a descida do IVA, e foi nessa expectativa que muitos ginásios abriram e estão ainda hoje a financiar altos investimentos efectuados na altura de abertura.

A Associação fez um estudo junto de alguns ginásios e academias em Lisboa, Porto e outras cidades e concluiu que este aumento do imposto pode-se reflectir numa diminuição da facturação em 14%, assim como na diminuição dos praticantes em 10%, que é o mesmo que dizer, menos 60.000 clientes entre Fevereiro de 2010 e Fevereiro de 2011.

É de salientar que o sector emprega mais de 20.000 profissionais e recebe mais de meio milhão de utentes. Devido a esta medida, pode-se vir a verificar um encerramento acentuado de muitas operadoras.

A AGAP faz duras críticas ao Governo pela decisão “irreflectida” e reclama a suspensão da mesma, pois não consegue compreender que o golfe, por exemplo, fique isento deste aumento, uma vez que o ofício indica que o aumento do imposto aplica-se “a todas as actividades físicas e desportivas”.

Supostamente, os argumentos que sensibilizaram o primeiro-ministro a excluir o golfe destas medidas foram o facto de ser considerado uma prova desportiva, assim como a sua importância económica. Ora a maior parte das actividades praticadas nos ginásios também são provas desportivas e assim mesmo não escaparam ao aumento do IVA.

Outra crítica feita é quanto à diferença de comportamento em relação à Europa, onde assistir ou praticar é objecto da mesma taxa de IVA, mas em Portugal caminhamos de forma solitária para uma postura bizarra que é a seguinte: para assistir a uma manifestação desportiva, como, por exemplo, assistir a um jogo de futebol num estádio, apenas se pague 6% de IVA, mas para a prática de alguma actividade fisica, como aprender a nadar, seja cobrada uma taxa de 23%.

Veja também: como calcular o IVA