Hugo Moreira
Hugo Moreira
18 Ago, 2011 - 00:00

Declarar falência

Hugo Moreira

Vamos a meio de Agosto e quase que se verifica uma insolvência por dia, sendo que o sector da construção é o mais afectado e logo a seguir vem o comércio. As regiões de Norte e Centro são as mais afectadas. São empresas e pessoas que declaram insolvência e que tinham como credores, na sua maioria, bancos, sendo que os bancos que vão à frente neste ranking, não muito positivo, são o Montepio Geral e o Millennium BCP.

Declarar falência

Os números podem não ser muito reais porque só dias depois é que foram publicados em Diário da República, portanto, é provável que estejamos a falar ainda de mais insolvências. Dos dados disponiveis, desde o inicio do mês de Agosto, foram 11 empresas e 11 pessoas que entraram em insolvência.

O sector da construção arranca em primeiro lugar com 40% da quota de insolvências e o comércio logo a seguir com 30%. É já uma tendência, estes serem os sectores mais fustigados pelas insolvências, já que de acordo com a Companhia de Seguro de Créditos – COSEC, no primeiro semestre de 2011, o cenário repetiu-se e o sector da construção detinha uma quota de insolvências de 26%, seguido do comércio com 21%.

Segundo Ricardo Gomes, presidente da Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) existem três factores que explicam este processo de insolvências:

  • o sector da construção ganhou uma dimensão no país superior à sustentabilidade do mercado;
  • a construção para habitação perde cada vez mais a sua importância devido às restrições ao crédito à habitação;
  • Finalmente, o Estado não produz investimento.

Algumas soluções apontadas pelo responsável passam por “injectar liquidez no sector pagando as dívidas“, no entanto, tendo em conta o clima de austeridade que se vive, esta solução não é viável. Outra possivel solução é seguir a ideia do “mercado de arrendamento dinâmico” como já acontece noutros países europeus.

Os credores das pessoas insolventes são maioritariamente, os bancos e à frente no ranking, não muito positivo, seguem Montepio Geral e o Millennium BCP. Também como credores, existem algumas empresas de crédito e destaca-se a Cofidis.

As zonas mais afectadas são as regiões do Norte e Centro, sendo que o Porto lidera as insolvências.

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